Sábado, 14 de novembro de 2009 - 09h54
Um dos grandes desafios da ação pastoral da Igreja é sem dúvida a Pastoral Urbana. Segundo dados do IBGE, no censo de 2000, 81,2% da população brasileira vive nos centros urbanos. Esta estatística, há tempos, vem preocupando a Igreja que não cessa de falar da necessidade de renovar seu método de evangelização através de uma pastoral urbana que responda aos desafios apresentados pelo complexo mundo das cidades.
A Exortação Apostólica “Ecclesia in America” afirma: “Evangelizar a cultura urbana é um desafio premente para a Igreja que, assim como soube evangelizar a cultura rural durante séculos, é chamada hoje a realizar uma evangelização urbana metódica, através da catequese, da liturgia e das suas estruturas pastorais”.
O Instituto Nacional de Pastoral (INP) da CNBB realizou em Brasília de 04 a 06 de novembro, um seminário sobre as grandes questões que envolvem o mundo urbano e a ação pastoral que nele se deve desenvolver. Para a geógrafa Maria Adélia Aparecida de Sousa, uma das conferencistas, é difícil cuidar da pastoral urbana apenas estudando e agindo na cidade. “O modo de vida urbano hoje invadiu o campo, ou seja, esse mundo tornou-se totalmente dependente do modo de vida e de relações urbanas, possibilitado pela acessibilidade cada vez maior de todos aos objetos técnicos disponíveis e que lhes permitem obter informações e estar absolutamente inseridos na dinâmica do mundo”.
Para o teólogo padre Joel Portela Amado é preciso rever o conceito de território paroquial a partir das novas exigências da realidade urbana. Segundo ele, há necessidade de novas estruturas pastorais que levem em conta a fé, a comunhão de vida, a celebração e a missão.
“A Igreja precisa se esforçar para ser presença no mundo urbano e deve buscar um meio de impregnar a cidade com os mistérios do Reino de Deus”, afirmou o diretor do INP, Pe.Agenor Brighenti, durante o seminário. Segundo ele, a dificuldade de evangelizar as cidades está nas estruturas de evangelização, nos métodos e na linguagem. “Em relação às estruturas, estamos ou com uma pastoral apoiada na paróquia tradicional, com critérios territoriais e de vizinhança ou apostando numa Igreja de movimentos que são voltados para si mesmos, sem a presença missionária, ou seja, para fora”, explica. Nossos métodos ainda são verticalistas, clericais, centralizadores, com a ação muito voltada para o religioso. Em relação à linguagem, temos dificuldades de usar o simbolismo urbano. Queremos retomar uma reflexão e uma caminhada de compreensão da cidade e da pastoral urbana que já foi feita há algum tempo. Na América Latina, 80% da população vivem na cidade. No contexto da Conferência de Aparecida, a missionariedade pôs em evidência a cultura com o mundo urbano. Estamos apostando na comunidade, na formação, nos ministérios”,concluiu Pe. Agenor.
A Escola Fé e Política da Arquidiocese de Porto Velho foi um dos temas prioritários na ultima Assembléia Arquidiocesana tendo sido aprovada por unanimidade sua implantação no ano de 2010. Além de responder as exigências atuais da urbanização, a Escola visa promover, à luz da Palavra de Deus, da Doutrina Social da Igreja e das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, uma ação social que fortaleça e promova a cidadania ativa de seus agentes e militantes para intervenção no campo das Políticas Públicas e conseqüente construção de uma sociedade justa e solidária.
Dentre os objetivos da Escola destacamos: formar e capacitar lideranças cristãs para o exercício da cidadania por meio de uma atuação ética e competente no meio político-social; contribuir com a formação de lideranças cristãs para as funções públicas, eletivas ou não, no campo da Política e das organizações comunitárias; oferecer subsídios para a construção do conhecimento relacionado à política; proporcionar a compreensão das exigências da fé relacionadas à política, visando torná-lo apto a influenciar na construção de uma nova cultura política;aprimorar a prática política dos cristãos no exercício da cidadania ”.
“Cresce o desencanto pela política e particularmente pela democracia, pois as promessas de uma vida melhor e mais justa não se cumpriram ou se cumpriram só pela metade. Nesse sentido, esquece-se de que a democracia e a participação política são fruto da formação que se faz realidade somente quando os cidadãos são conscientes de seus direitos fundamentais e de seus deveres correspondentes”.(DAp 77)
Entende-se, então, que a democracia deve ser favorecida e estimular a participação ativa e responsável de todos os cidadãos, oferecendo uma informação livre e com metas de compromisso. Assim, propõe Paulo VI: “Para contrabalançar uma tecnocracia crescente, torna-se necessário criar formas de democracia moderna, que não somente proporcionem a cada homem a possibilidade de informar-se e de exprimir-se, mas também que o levem a comprometer-se numa responsabilidade comum.” (AO 47b)
Nesse sentido, os políticos cristãos, com base na fé, nos princípios da Doutrina Social da Igreja podem e devem colaborar no surgimento de uma nova realidade, uma nova ordem política, social e econômica. Afirma João Paulo na Exortação Apostólica Chistifideles Laici que, “para animar cristãmente a ordem temporal, no sentido que se disse de servir a pessoa e a sociedade, os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na política(...); todos e cada um tem o direito e o dever de participar na política, embora em diversidade e complementariedade de forma, níveis, funções e responsabilidades. As acusações de arrivismo, idolatria de poder, egoísmo e corrupção que muitas vezes são dirigidas aos homens do governo, do parlamento, da classe dominante ou partido político, bem como a opinião muito difusa de que a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente nem o ceticismo nem o absenteísmo dos cristãos pela coisa pública.” (ChL, n. 42b)
Portanto, o cristão católico deve redescobrir e viver a própria vocação e missão, sendo formado para a unidade como membro da Igreja e de cidadão da sociedade humana. Não pode haver na sua existência duas vidas paralelas: por um lado, a vida chamada “espiritual”, com os seus valores e exigências; e por outro, a chamada vida “secular”, ou seja, a vida da família, do trabalho, das relações sociais, do engajamento político e da cultura.”(J.Paulo II/CL 59)
Diante desse apelo, estendemos nosso convite a todos os membros da Igreja a viver a política com a dignidade que tão importante atividade humana merece e exige.
Possa o testemunho de Plínio Arruda Sampaio impulsionar nossa opção:
“Mas a vida do cristão que faz política não é feita somente de cruzes. Ninguém a suportaria. Nosso Senhor proporciona-lhe também muita consolação. A primeira é a alegria que vem de dentro: os militantes cristãos, engajados na ação política, como os antigos construtores de catedrais, sabem que estão colocando algumas pedras para a construção de uma catedral magnífica e eterna – a da justiça e da fraternidade entre os homens. Esta consciência da importância da tarefa consola. A outra grande alegria vem de fora: é o respeito, a estima, o serviço oferecido desinteressadamente pelos companheiros, a lealdade daqueles que percebem o esforço que o político faz e a dificuldade do seu ofício. Ser amado pelos outros, ainda que possam ser apenas uns poucos, também consola.
Fonte: Pascom
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