Sábado, 26 de julho de 2014 - 20h39
Estamos encerrando o mês de julho com as comemorações do primeiro ano da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, acontecimento dinamizador que possibilitou aos jovens expressarem “ao mundo o testemunho de uma fé viva e transformadora”. Jornada que continua impulsionando a missionariedade da juventude e mostrando “o rosto de Cristo em cada jovem”.
Aproxima-se o mês de Agosto carregado de motivações para que cada jovem viva sua vocação. Mês vocacional e tempo favorável para que os jovens fortaleçam seu projeto pessoal de vida e de missão, conhecendo os desafios a serem enfrentados ao longo da caminhada. Tempo propicio para cultivar a cultura vocacional nas comunidades e recordar as grandes vocações dentro da Igreja.
Para João Paulo II, a cultura vocacional “constitui o fundamento da cultura da vida nova, que é vida de agradecimento e gratidão, de confiança e responsabilidade, e que no fundo é cultura do desejo de Deus, que dá a graça de considerar o homem por si mesmo, e de reivindicar constantemente sua dignidade diante de tudo aquilo que pode oprimi-lo no corpo e no espírito” (Mens.30º Dia de Orações pelas vocações). Por isso, “o cuidado que a Igreja deve ter com as vocações não é uma simples parte de uma pastoral global, mas uma dimensão conatural e essencial de toda a evangelização” (PDV 34).
O Concílio Vaticano II afirma que o trabalho vocacional é um dever de toda a comunidade cristã, a qual, pelo testemunho de uma vida plenamente cristã, se torna mediadora da vocação divina (OT 2).
No documento de Aparecida, “a pastoral vocacional é responsabilidade de todo o povo de Deus, começa na família e continua na comunidade cristã, deve se dirigir às crianças e especialmente aos jovens para ajudá-los a descobrir o sentido da vida e o projeto que Deus tem para cada um, acompanhando-os em seu processo de discernimento”. As vocações são dom de Deus, portanto, em cada diocese, não devem faltar orações especiais ao “Dono da messe” (DAp 314).
O Seminário Maior João XXIII e o Grupo Missionário de Apoio ao Seminário (GMAS) estão organizando uma Peregrinação Vocacional, denominada “Romaria das Capelinhas Missionárias”, que vai abrir festivamente o mês de Agosto, com a participação dos jovens, famílias, seminaristas, comunidades, pastorais, serviços e movimentos e todos os segmentos da sociedade.
O início da Romaria acontece no dia 02, sábado, no Auditório da Catedral às 14 horas, com o encontrão de todos os grupos de peregrinos da cidade e do interior e abertura pelo arcebispo de Porto Velho, Dom Esmeraldo Barreto de Farias, seguida de palestras, trabalhos de grupos, testemunhos e música. Os peregrinos dos municípios ficarão nas casas das famílias acolhedoras de nossa cidade. São mais de 300 Grupos Missionários, totalizando mais de seis mil famílias, reúnem-se para refletir sobre sua missão na Igreja e rezar pelas vocações. Trata-se de um ato de amor para formar missionários padres e cultivar a cultura vocacional nas comunidades, entre os jovens e as famílias.
A Romaria acontece no dia 3, primeiro domingo de agosto e dia do Padre, a partir das 7h, com a concentração e caminhada da Catedral até a Paróquia São Cristóvão. Fiéis e peregrinos portarão faixas, estandartes e bandeirinhas. Em seguida, celebração, atividades vocacionais, teatro e encerramento com almoço e musica ao vivo, cuja renda será em beneficio das obras do Seminário.
Nesta caminhada dos seguidores de Jesus, a palavra do papa Francisco motiva-nos: Convido-vos a ouvir e seguir Jesus, a deixar-vos transformar interiormente pelas suas palavras que são espírito e vida (Jo 6,63). Fará bem a vós participar, confiadamente, num caminho comunitário que saiba despertar em vós e ao vosso redor as melhores energias. A vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto duma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno (Jo 13,35).
Portanto, na certeza de que Jesus continua chamando discípulos e missionários para estar com Ele e para enviá-los a pregar o Reino de Deus, convidamos todos os cristãos, especialmente aos jovens, para que estejam abertos a uma possível chamada de Deus ao sacerdócio ou à vida consagrada; recorda que o Senhor dará a graça necessária para responder com decisão e generosidade, apesar dos problemas gerados por uma cultura secularizada, centralizada no consumismo e no prazer. Convidamos as famílias a reconhecerem a benção de ter um filho chamado por Deus para esta consagração e a apoiar sua decisão e seu caminho de resposta vocacional (DAp 315).
Os jovens moram no coração da Igreja e são fonte de renovação da sociedade. Jesus envia a Igreja ao mundo para dar continuidade à sua obra. Junto aos jovens quer ser um meio através do qual se percebam como filhos amados de Deus e irmãos de todos, capazes de entender e acolher com alegria a Boa-Nova que transforma a partir de dentro de cada um e ao seu redor (doc CNBB 85,1-2).
A experiência cristã, o seguir Jesus Cristo, o ser encontrado por Ele é uma experiência única. É a nobreza de Deus de nos ter escolhido e nos deixar participar do mistério de seu amor. Isso não é ensinado com técnica, com método, mas com o espírito, com abertura (3ºCong.Vocacional).
Na Pastoral Vocacional cada jovem batizado, cada cristão torna-se um discípulo missionário a serviço das vocações; faz a experiência do encontro com Cristo, anuncia-o, ouve e vive a sua palavra, tornando-se sinal do Reino.
A missão é uma paixão por Jesus, e simultaneamente uma paixão pelo seu povo, escreve papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Quando paramos diante de Jesus crucificado, reconhecemos todo o seu amor que nos dignifica e sustenta, mas lá também, se não formos cegos, começamos a perceber que este olhar de Jesus se alonga e dirige, cheio de afeto e ardor, a todo o seu povo. Lá descobrimos novamente que Ele quer servir-Se de nós para chegar cada vez mais perto do seu povo amado. Toma-nos do meio do povo e envia-nos ao povo, de tal modo que a nossa identidade não se compreende sem esta pertença.
O próprio Jesus é o modelo desta opção evangelizadora que nos introduz no coração do povo. A entrega de Jesus na cruz é apenas o culminar deste estilo que marcou toda a sua vida. Fascinados por este modelo, queremos inserir-nos na sociedade, partilhar a vida com todos, ouvir as suas preocupações, colaborarmos material e espiritualmente nas suas necessidades, alegrar-nos com os que estão alegres, chorar com os que choram e nos comprometermos na construção de um mundo novo, lado a lado com os outros. Não por obrigação, nem como um peso que nos desgasta, mas como uma opção pessoal que nos alegra e nos dá identidade.
Somos convidados a dar razão da nossa esperança (1 Pd 3,16), a experimentar a alegria missionária de partilhar a vida com o povo fiel de Deus, procurando acender o fogo no coração do mundo. O amor às pessoas é uma força espiritual que favorece o encontro em plenitude com Deus. Quando vivemos a mística de nos aproximar dos outros com a intenção de procurar o seu bem, ampliamos o nosso interior para receber os mais belos dons do Senhor. Cada vez que nos encontramos com um ser humano no amor, ficamos capazes de descobrir algo de novo sobre Deus. Cada vez que os nossos olhos se abrem para reconhecer o outro, ilumina-se mais a nossa fé para reconhecer a Deus. Em consequência, se queremos crescer na vida espiritual, não podemos renunciar a ser missionários.
A tarefa da evangelização enriquece a mente e o coração, abre-nos horizontes espirituais, torna-nos mais sensíveis para reconhecer a ação do Espírito, faz-nos sair dos nossos esquemas espirituais limitados. Só pode ser missionário quem se sente bem procurando o bem do próximo, desejando a felicidade dos outros.
Somos missão nesta terra, e para isso estamos neste mundo. Somos marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar. Nisto se revela a enfermeira autêntica, o professor, o político autêntico, aqueles que decidiram no mais íntimo do seu ser, estar com os outros e ser para os outros. Para partilhar a vida com a gente e nos entregar generosamente, precisamos reconhecer que cada pessoa é digna da nossa dedicação. É maravilhoso ser povo fiel de Deus. Ganhamos plenitude, quando derrubamos os muros e o coração se enche de rostos e de nomes. Cristo, fonte da nossa esperança nos ajude a cumprir a missão que nos confia (EG 268-275).
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