Saudamos todos os profissionais da comunicação, neste 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, comunicadores que contribuem para a consolidação da comunhão entre as pessoas, através das mídias de massa e das redes sociais, caracterizadas pelos meios digitais, que rompem as fronteiras entre quem emite e quem recebe informações, ampliando os canais de expressão.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman tem ajudado a interpretar as atuais mudanças no contexto da “modernidade líquida”. Para o jornalista e escritor Luciano M. Costa, em seu artigo sobre a imprensa líquida, diz que a imprensa precisa se apropriar de valores e crenças que ainda compõem o conjunto de laços formadores de comunidades ao invés de tentar reinstalar sua antiga hegemonia sobre a sociedade, criticamente abalada pelo advento das novas tecnologias digitais, que dissolvem aquilo que antigamente se chamava mídia.
Ao tratar da democratização da mídia, H.Schwartsman constata que estamos no meio de uma revolução tecnológica, cujo efeito mais visível foi elevar a quantidade de informações à disposição da sociedade e diversificar suas origens. A IBM estima que o mundo esteja produzindo hoje 2,5 quintilhões de bytes de dados a cada dia (o equivalente a 450 bibliotecas do Congresso dos EUA, a maior do mundo). Isso miniaturiza até a revolução de Gutenberg, que levou 50 anos para aumentar o total de livros em circulação na Europa para 20 milhões e está na origem da Reforma e da Revolução Industrial.
Desde 1º de maio, o Projeto de Lei de Iniciativa Popular que defende um marco regulatório nas telecomunicações brasileiras, já está circulando pelo país, recebendo assinaturas, para alcançar 1,3 milhão e assim, poder ser votada no Congresso Nacional. Mas para Schwartsman, o poder dos grandes conglomerados de mídia de influenciar populações, tende a declinar e é pouco provável que governos possam promover uma democratização mais efetiva do que a já imposta pela internet.
No entanto, para construir um país mais democrático e desenvolvido precisamos avançar na garantia ao direito à comunicação para todos. Isso significa ampliar a liberdade de expressão, com mais diversidade e pluralidade na televisão e no rádio. Ainda que a Constituição Federal proíba os oligopólios e os monopólios dos meios de comunicação, aproximadamente uma dezena de famílias concentra empresas de jornais, revistas, rádios, TVs e sites de comunicação no país. Isso é um entrave para garantir a diversidade. A concentração impede a circulação de ideias e pontos de vista diferentes. São anos de negação da pluralidade, décadas de imposição de comportamentos, de padrões de negação da diversidade do povo brasileiro.
A lei que orienta o serviço de comunicação completou 50 anos e não atende ao objetivo de ampliar a liberdade de expressão, muito menos está em sintonia com os desafios atuais da convergência tecnológica. A Constituição de 1988 traz diretrizes importantes nesse sentido, mas não diz como alcançá-las, o que deveria ser feito por leis. Infelizmente, até hoje não houve iniciativa para regulamentar a Constituição, nem do Congresso Nacional, nem do governo.
Diante desse cenário, entidades da sociedade civil e do movimento social se organizaram para encaminhar um Projeto de Lei de Iniciativa Popular das Comunicações para regulamentar o que diz a Constituição em relação às rádios e televisões brasileiras.
Bento XVI, em sua mensagem para Dia Mundial das Comunicações, trata do tema: “Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização”, destacando que “o ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas faz parte da realidade cotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens; as redes sociais são fruto da interação humana, dão formas novas às dinâmicas da comunicação que cria relações; são alimentadas por aspirações radicadas no coração do homem e tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade enquanto unem as pessoas”.
Caminhando com as mães e com Maria
Neste Dia das Mães, lembramos, de maneira especial, a dedicação e o cuidado de nossas mães, destacando a sua presença e importância no convívio familiar. O mês de maio é dedicado, nas comunidades cristãs, à Maria, mãe de Deus e nossa, e a todas as mães.
“Precedendo-nos no caminho da fé” (papa Francisco), Maria caminha com a Igreja e com a humanidade em suas aflições e alegrias. E neste “tempo do Novo Pentecostes”, Ela que“avançou na peregrinação da fé” (LG 58), “preside com sua oração, quando sob o influxo do Espírito Santo, a Igreja inicia um novo caminho em seu peregrinar”(DP 303).
A experiência que temos da gratuidade do amor de nossas mães nos leva à descoberta do mistério da vida divina. “Nascer e crescer embalado pelo amor materno e dos que nos envolvem com afeto no seio da família é a vivência que fundamenta a autoestima e o apreço à própria existência” (Dom Luciano).
Celebrando o Ano da Fé, reconhecemos que a família é protagonista decisiva da transmissão da fé, e neste círculo familiar as mães tem um papel fundamental como educadora da fé cristã. No documento de Aparecida, “a família cristã, dentro do território paroquial, é a primeira e mais básica comunidade eclesial, ela é chamada de “Igreja Doméstica”(LG 11; DAp 204).
Pentecostes: a festa missionária do Divino
A Solenidade da Ascensão de Jesus, que celebramos hoje, marca o dia do envio: da missão de Jesus que deve ser continuada pelos seus discípulos (Lc 24, 46-53). Por isso a Igreja é, desde sua origem, missionária e a missionariedade é parte da natureza da Igreja, não uma atividade mais.
OEspírito Santo, promessa de Deus, é a força do alto que revestirá os discípulos missionários (At 1,1-11). Confessar a fé em Jesus que morreu, ressuscitou e subiu ao céu é voltar o olhar para a realidade deste mundo e comprometer-se com sua transformação (VP).
A Solenidade de Pentecostes, comemorada 50 dias após a Páscoa, relembra a presença de Jesus Ressuscitado deixando o Espírito Santo entre os apóstolos, para que eles seguissem em missão. Não devemos considerar a missão como um evento esporádico, mas como a forma de toda a Igreja ser. Com a força do Espirito, tomamos “consciência de que Jesus não pediu adoração, mas seguimento. Não enviou à sacristia, mas aos confins da terra” (P.Marins). Com a força do Espírito, nos tornamos pessoas comprometidasno processo de construção do reino de Deus, transformando o individualismo em solidariedade e as estruturas injustas em estruturas justas.
Com as Igrejas do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, iniciamos hoje a Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos com celebrações ecumênicas e o apelo: “O que Deus exige de nós?”. Somos chamados a participar do Corpo Místico, a Igreja, cuja cabeça é Cristo (Ef 1,17-23); esta unidade precisa ser cultivada entre as Igrejas cristãs, pois a divisão impede uma vida digna.
Estamos em plenanovena de Pentecostes, caminhando no ritmo da primeira comunidade cristã: “em suplicante expectativa do Espírito Santo nos nove dias que precedem a solenidade de Pentecostes, a Igreja renova a recordação da vigília do cenáculo (At 1,14; João XXIII, Novem per dies, 1).
No dia 19 de Maio, a Igreja de Porto Velho celebra a Festa de Pentecostes, com o tema: “Na força do Espírito, envia-me”! A celebração, presidida por Dom Esmeraldo Barreto de Farias, Arcebispo de Porto Velho, será concelebrada pelos arcebispos eméritos, padres diocesanos e religiosos, as 17h no Campo da 17ª Brigada. Antecede a Festa missionária do Divino, a Vigília de Pentecostes (18 de maio), na Paróquia São Cristóvão, das 17 às 22h, com a participação e organização das paróquias, pastorais, movimentos e serviços e momentos de oração, celebração eucarística, adoração, encenação, testemunhos.
Considerando a CF deste ano que prioriza os jovens e a Jornada Mundial da Juventude que vai acontecer em julho, os jovens crismados e crismandos serão destaque na Festa de Pentecostes. A Igreja sempre acompanha seus passos e suas opções. Os jovens são chamados à vida cristã, pelo Batismo; na Crisma, são convocados a serem seguidores e testemunhas de Cristo: “Pelo sacramento da Confirmação são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito Santo... como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e defender tanto por palavras como por obras” (LG 11).