Aos 73 anos de idade, o arcebispo de Porto Velho,
Dom Moacyr Grechi, comemorou esta semana 37 anos de episcopado com dedicação e amor pelo dom ao qual se dedica desde os 13 anos de idade. Nascido na cidade de Turvo, em Santa Catarina, o padre se dedicou à ordem dos Servo de Maria, e depois de ter estudado teologia em Roma, Dom Moacyr foi ordenado padre em 1961.
Em dez anos trabalhando como padre, dom Moacyr Grechi foi o primeiro Presidente Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), com sede em Goiânia, onde durante oito anos lutou junto aos povos carentes por justiça e igualdade nas questões da habitação e reforma agrária.
Dom Moacyr ficou durante dois anos como líder provincial da Ordem dos Servos de Maria no Brasil, e veio para o Norte onde trabalhou em Rio Branco, no Acre junto ao arcebispo Jocondo Grotti, que sofreu um acidente aéreo em Sena Madureira no ano de 1971, quando Dom Moacyr foi o indicado para a substituição.
Com um ano de prelado, em 1973, o então padre foi ordenado bispo pelo Papa Paulo VI, e viveu, em tempos de repressão, as lutas dos movimentos sociais que marcaram a região, juntamente com a hoje senadora Marina Silva e o ambientalista Chico Mendes. “Eu diria que não perdendo o real objetivo da Igreja, mas a nossa diocese em Rio Branco foi o útero de todos os movimentos sociais que fizeram história no Estado, no Norte e no país”, conta Dom Moacyr.
Com toda a experiência e conhecimento adquirido em anos de trabalhos sociais realizados e tendo passado por tantas épocas diferentes, dom Moacyr acredita que
“apesar de tudo, o governo atual tem feito muito pelo país e a popularidade do presidente é a maior arma de pacificação que tem feito com que o Brasil seja muito mais visado e admirado por outras nações”. Para o Arcebispo, ainda tem muito a ser feito.
“A reforma agrária está parada e a problemática das terras indígenas cresceu com tamanha exploração, perderam as rédeas”, diz.
CORRUPÇÃO
Segundo dom Moacir a situação caótica de corrupção espalhada no Estado é a pior parte da história.
“A corrupção é a praga que atrapalha o desenvolvimento do Estado. Não entendo como um governador que já foi acusado de corrupção e um senador que já foi cassado continuem no poder como se nada tivesse acontecido. Não sei o que está acontecendo com a dignidade e justiça desse país”, lamenta o bispo. E conclui o pensamento com a frase
“Espero que com as mais de um milhão de assinaturas que conseguimos, seja aprovada a lei que proíbe quem já foi condenado em primeira instância a ser candidato para algum cargo político desse país”.
Dom Moacir se aposenta em 2010, quando um novo arcebispo deve passar a ser o ministrador dos trabalhos da Diocese na Capital.
Fonte: Vanessa Farias/Jornal Diário da Amazônia
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)