Sábado, 2 de outubro de 2010 - 18h47
O debate entre os principais candidatos à presidência da Republica, transmitido pelas emissoras de rádio e televisão de inspiração católica, foi promovido por diversas entidades, inclusive a Comissão Brasileira de Justiça e Paz e a Universidade Católica de Brasília, com o apoio da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil.
Quem ganha nesses debates é sempre o eleitor, que sai mais consciente e esclarecido quando se abre um espaço tão democrático. De fato, o primeiro candidato nessas eleições deve ser o próprio eleitor. Segundo Frei Beto, ao votar, ele delega ao candidato o dever e o direito de agir em seu nome. Uma vez eleito, tudo que o político faz deságua na vida da população. Se rouba, a vítima é a população, pois os impostos que ela paga vão para o bolso do ladrão, sonegados à saúde, à educação, à melhoria das estradas etc.
A campanha eleitoral tem sido uma oportunidade para que todos possam refletir sobre o que precisa ser levado adiante com responsabilidade e o que deve ser modificado, em vista de um Projeto Nacional com participação popular. A Igreja incentiva para que todos participem e expressem, através do voto ético e consciente, a sua cidadania nas eleições de domingo próximo, superando possíveis desencantos com a política, procurando eleger pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.
Diante de tantas interpelações que têm sido dirigidas à CNBB, a respeito de seu posicionamento em relação às eleições do próximo dia 3 de outubro, queremos esclarecer que o único pronunciamento válido é a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada pela 48ª Assembléia Geral da CNBB, deste ano, cujo conteúdo já repassamos aos nossos leitores e permanece como orientação neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País.
Nessa Declaração, a CNBB, em consonância com sua missão histórica, mantém a tradição de apresentar princípios éticos, morais e cristãos fundamentais para ajudar os eleitores no discernimento do seu voto visando à consolidação da democracia entre nós.
A Igreja não tem uma posição político partidária, não aponta nem nomeia candidatos. Ela conta com a consciência do político cristão que entra na luta democrática. Orienta e fala à consciência das pessoas, dá critérios éticos, morais, para ajudar o eleitor a exercer seu direito em vista do bem de todo o nosso país.
Além da Cartilha "Eleições 2010: O chão e o Horizonte" da CNBB foi publicado e está sendo divulgado em todas as paróquias e comunidades eclesiais do Brasil, o panfleto "10 Orientações da CNBB para Votar Bem" que acreditamos serem importantes na hora da escolha do voto. A iniciativa é da Comissão Brasileira Justiça e Paz em parceria com a Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil.
Dez “mandamentos” para o voto consciente
1º) Procure conhecer o passado, as idéias e valores do candidato ou candidata. Se ele já se envolveu em escândalos de corrupção, comprou votos, foi cassado pela Justiça, renunciou a mandatos para escapar de punições ou se aliou a grupos envolvidos com essas práticas: simplesmente não vote nele(a)!
2º) Não basta que os candidatos tenham a “ficha limpa”. É preciso conhecer as intenções e propósitos de cada candidata/o: quem financia a sua campanha? Quem ele realmente vai representar? Procure se informar. Exija dela/e uma vida honrada, do mesmo jeito com que você procura conduzir a sua vida;
3º) Conheça mais sobre a lei eleitoral: participe de palestras, reuniões e debates. Sua vida em comunidade exige que você esteja mais informado sobre assuntos tão importantes.
4º) Ajude a criar ou fortalecer um Comitê da Lei 9840 para o Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e aplicação da Ficha Limpa. Se você faz parte de algum grupo ou organização social (Associação, Sindicato, Igreja, Clube de Mães, Centro de Direitos Humanos), saiba como fazer no site www.mcce.org.br.
5º) Denuncie a compra de votos: quando uma pessoa aceita um benefício em troca do seu voto se condena a viver sem emprego, educação, segurança pública. Assim, o remédio hoje recebido em troca do voto poderá mais tarde custar a falta do hospital que salvaria a sua vida ou a de seu filho.
6º) Denuncie o desvio de recursos públicos para fins eleitorais. É muito grave que um candidato se utilize de bens e serviços públicos para ganhar as eleições.
7º) Tire fotos, grave ou filme se notar qualquer sinal de compra de voto ou de apoio eleitoral, utilizando o mau uso do dinheiro público, pois ajuda a comprovar a irregularidade na denúncia ao Juiz Eleitoral, ao Ministério Público ou até mesmo à Polícia.
8º) Não vote em pessoas que mudam de partido, como “quem muda de roupa”. Ao votar no candidato, não estamos votando só na pessoa, mas no partido, ajudando a eleger outros candidatos do mesmo partido ou coligação: por isso saiba quem são os outros candidatos da legenda.
9º) Procure saber se o candidato tem compromisso com a defesa da vida em todas as suas fases, bem como com a realização da Reforma Política, Reforma Agrária e com Direitos Sociais fundamentais: como criação de emprego e geração de renda, melhoria da saúde e da educação, defesa do meio ambiente e da Cultura da Paz. Cobre esse compromisso.
10º) Pense bem antes de votar, escolhendo pessoas que se prepararam para administrar (Presidente e Governador) ou fazer leis (deputado federal e estadual e para o senado) em benefício de toda a sociedade, nunca em proveito pessoal. Não deixe para a última hora a escolha dos candidatos a deputado e senador. Depois da eleição, acompanhe o trabalho dos eleitos.
Enfim, como eleitores conscientes, nesta semana que antecede às eleições, reflitamos no conteúdo destes mandamentos e nos dediquemos à prática da verdadeira Política, que cria estruturas justas.
O voto consciente é importante, mas ainda mais importante é o trabalho de conscientização política que pode ser feito nesses dias que antecedem o domingo das eleições, quando política é assunto em qualquer conversa.
A participação política e cidadã não terminam com o voto, no dia da eleição. Ela prossegue durante todos os dias, no acompanhamento dos eleitos, na luta pelas melhorias em nossas comunidades, na exigência da ética na política. O exercício da política, com responsabilidade, faz parte da vivência cristã da fé.
Fonte: Dom Moacyr Grechi - pascompvh@yahoo.com.br
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