Terça-feira, 29 de agosto de 2006 - 21h03
Manifestamos nossa solidariedade a Dom Antonio Possamai pela sua coragem e gesto profético na forma como está orientando o Povo de Deus presente na diocese de Ji-Paraná, quanto às eleições 2006. De fato, a Igreja, através da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, tem sempre se pronunciado sobre os momentos eleitorais. Ao se dirigir aos cristãos eleitores, incentiva a sua efetiva participação na escolha de seus representantes, apresentando-lhes alguns critérios de discernimento.
O documento da CNBB "Eleições
Diante dos fatos ocorridos em Ji-Paraná, no tocante ao confronto do Governador do Estado de Rondônia e candidato à reeleição, com Dom Antonio Possamai, bispo da diocese de Ji-Paraná desde 1983, por oito anos presidente do Regional Norte 1 da CNBB, atualmente à frente das Pastorais Sociais do Regional Noroeste, queremos reafirmar que é papel da Igreja apresentar sua posição em relação à defesa da dignidade da pessoa humana e da vida. Junto ao povo, a Igreja deve questionar por que os candidatos querem se manter no poder e qual a sua prática como serviço ao bem comum.
A tolerância é fundamentalmente a virtude que subjaz à democracia como forma de organizar a sociedade e estruturar o governo. Como tudo tem limites, também a tolerância. Os profetas de ontem e de hoje sacrificaram suas vidas porque ergueram sua voz e tiveram a coragem de dizer: "não te é permitido fazer isto ou aquilo". Há situações em que a tolerância significa cumplicidade e leniência com o crime, omissão culposa, comodismo ou insensibilidade social e ética. Não devemos ser tolerantes com políticos, que ao invés de cuidar do bem comum, dilapidam e se apropriam dos bens públicos.
Nessa hora em que está tão evidente a impunidade e a corrupção de nosso Estado, envolvendo os poderes executivo, legislativo e judiciário, reafirmamos nossa mais profunda solidariedade ao irmão no episcopado, Dom Antonio Possamai, defensor dos direitos humanos, pela incansável dedicação ao povo de Rondônia, de modo notável, aos agricultores e famílias migrantes e insistimos que todos os cristãos e cristãs participem mais intensamente da luta pela ética na sociedade rondoniense, denunciando tudo o que agride diretamente a pessoa humana em seus direitos.
Lá onde as pessoas são humilhadas, descriminadas, aí a tolerância encontra um limite. Outro limite á a Carta dos Direitos Humanos, referência comum para todos, sem exceção. E ainda, a Carta da Terra, que zela pela dignidade da mãe terra e pelos direitos de todos os ecossistemas.
"O principal dever da política é promover a justa ordem do Estado e da sociedade. A democracia é um processo lento, construído continuamente pela participação das pessoas que se organizam e mobilizam a sociedade. A experiência de participação popular na política é uma conquista e um patrimônio histórico do povo brasileiro, formado pelos movimentos sociais, sindicatos, pastorais sociais e partidos políticos. Essa experiência não pode ser perdida pela ação nefasta de políticos que buscam o poder e vantagens pessoais a qualquer custo." (Doc CNBB Eleições 2006)
Dom Moacyr Grechi – Arcebispo de Porto Velho e Vice-Presidente da CNBB-Regional Noroeste
Pe. Antonio Fontinele de Melo – Coordenador Arquidiocesano de Pastoral
Pe. Luiz Ceppi – Assessor Regional das Pastorais Sociais
Leia Também: ORIENTAÇÕES PRÁTICAS – ELEIÇÕES 2006
Leia Ainda: VALOR DO MEU VOTO
Sobre o tema corrupção leia também (entrevista de Dom Moacyr, concedida ao Jornalista Edson dos Anjos no final de 2005 - Rádio Caiari AM 1430)
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