Sábado, 12 de dezembro de 2015 - 18h57
Nossa saudação e boas vindas ao novo arcebispo da Arquidiocese de Porto Velho, Dom Roque Paloschi, que toma posse canônica neste domingo, às 09h, na Igreja São Cristóvão.
Dom Roque já conhece a hospitalidade de nosso povo, pois participou conosco, em 2009, do 12ºIntereclesial das CEBs. A Igreja Particular de Porto Velho, escolhida por Deus com amor infinito e chamada a formar na história a família dos filhos de Deus (LG 40), privilegiada com uma extensa rede de comunidades urbanas e rurais, ribeirinhas, migrantes, indígenas e de periferia, é hoje confiada ao seu novo Pastor, que tem como lema “Fiz-me servo”!
Testemunha da esperança e missionário do evangelho, assume com confiança e coragem a sua missão, factus pontifex, constituído verdadeiramente “ponte” ao encontro de cada pessoa (Pastores Gregis, 65-66). Caminhando à frente do seu rebanho como fez Cristo (PG 21), ele é o Pastor do povo e dos pequenos, animador duma espiritualidade de comunhão (PG 22), nota distintiva da missão que sempre abraçou em sua vida de bispo e presbítero.
Na Amazônia, o grito da terra, das águas, da floresta, da cidade e dos povos tradicionais ecoa em seu coração quando acolhe esta nova missão de servir a essa porção do povo de Deus, dando sequência ao ministério episcopal dos bispos que o precederam. Consciente da graça de Deus que jamais lhe faltará e entregue “a Deus e à palavra da sua graça que tem o poder de construir o edifício” (At 20,32), relembramos o que dom Roque disse certa vez: “Na Igreja, o bispo é o primeiro a ser chamado, no sentido hierárquico. Ele deve ser um irmão entre os irmãos na busca da justiça, da paz e da solidariedade”.
Dom Roque chega entre nós, no início do Ano Jubilar da Misericórdia, para “compartilhar a vida do Povo de Deus, dando a razão da esperança que está em nós” (1Ped 3,15), para que sejamos “testemunhas da misericórdia infinita de Deus, agentes de evangelização, artesãos do perdão, especialistas da reconciliação, peritos da misericórdia” (papa Francisco).
Na abertura da porta Santa de Bangui, Republica Centro-africana, o papa, transformando-a na “capital espiritual da súplica pela misericórdia do Pai”, pediu paz, misericórdia, reconciliação, perdão, amor para o mundo inteiro, de modo particular, para os países que sofrem a guerra.
Na reflexão anterior, falamos da perenidade do Advento e da necessidade de entrar no deserto e caminhar, pois a nossa libertação ainda não está concluída. O 3º domingo do Advento, denominado Domingo Gaudete (Alegrai-vos!), demonstra que Cristo Ressuscitado quer renascer ainda hoje, através de nós, a fim de nos libertar definitivamente.
Não é na tristeza e no medo que devemos andar e sim, na alegria e na esperança, pois, Deus precisa de nós para expressar a sua misericórdia e a sua justiça, cada vez que causamos situações de violência e injustiças na sociedade e na Igreja, todas as vezes que despojamos as pessoas de sua dignidade e quando condenamos à exclusão os pequenos e feridos da vida, impedimos que Deus seja Deus, retardamos a nossa libertação e impedimos que Cristo nasça hoje (Gravel).
A liturgia deste domingo tem como centro a construção de uma nova história. O nascimento do Deus pobre desmascara a sociedade que se regula pela injustiça, corrupção, ganância, abuso de poder.
Se a palavra do Batista a partir do deserto tocou o coração das pessoas, o seu apelo à conversão e ao início de uma vida mais fiel a Deus despertou em muitos uma pergunta concreta: O que devemos fazer? E esta é a pergunta que aparece três vezes no evangelho deste domingo e brota sempre em nós quando escutamos uma chamada radical e não sabemos como concretizar a nossa resposta.
“O que devemos fazer” neste momento grave da vida do país, quando chega até nos “o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional”? E a resposta, extraída da Nota da CNBB sobre o momento nacional: Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica. Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações. É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça.
O Natal que está para chegar marca a presença de Deus em nosso meio, “pequeno resto” que procura manter-se fiel ao Senhor (VP). Conosco Deus quer construir nova história e nova sociedade (Sf 3,14-18a). No evangelho de hoje aprendemos os requisitos básicos para construir a nova história: partilha, justiça, fim aos abusos do poder
Para o jesuíta, pe. Johan Konings, a exigência de mudança deve ser inspirada pela esperança e pela alegria pelo bem que Deus sempre nos proporciona. A conversão dos indivíduos e da sociedade exige deixar de lado toda injustiça, mesmo aquela que faz parte dos costumes de nossa sociedade, como sejam o ágio, a extorsão, os subsídios ilegais etc. Se fosse hoje, João Batista ensinaria certamente a pagar imposto e taxas sociais; tudo isso faz parte da conversão para receber, com Jesus, o Reino de Deus (Lc 3,10-18).
O que devo fazer para viver a alegria da proximidade de Deus, de um jeito mais limpo e tornando o mundo mais limpo com suas estruturas mais de acordo com o evangelho e o Reino?
O mais decisivo e realista é abrir o nosso coração a Deus olhando atentamente as necessidades dos que sofrem. João Batista sabe resumir-lhes a sua resposta com uma fórmula genial pela sua simplicidade e verdade: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça a mesma coisa”. Quando começaremos a abrir os olhos do nosso coração para ter uma consciência mais viva dessa insensibilidade e escravidão que nos mantêm, submetidos a um bem-estar que nos impede ser mais humanos? (Pagola).
Se a dinâmica missionária de João Batista de lutar por justiça como preparação à vinda do Senhor, inspira e anima nossa missão de anunciadores e preparadores para a chegada de Jesus, Paulo Apóstolo, ao exortar os filipenses, pede que nos alegremos, pois a alegria faz parte da experiência cristã e deve estar presente neste tempo de espera do Senhor. Alegria que traduzimos em atos de solidariedade e de misericórdia, acolhendo aqueles que nos rodeiam e jamais fechando o nosso coração ao amor e ao perdão (Fl 4,4-7).
Nesta semana, iniciando a tradicional Novena de preparação para o Natal, em família e na Comunidade, queremos reafirmar que a Novena do Natal é uma das grandes riquezas da caminhada pastoral da Arquidiocese. Multipliquemos os grupos e famílias, através do alegre convite de participação.
Nossa Novena do Natal em Família, no 1º dia, tem como tema o Seguimento de Jesus: “Imediatamente deixaram as redes, foram acolhidos por Jesus e o seguiram”. O 2º dia reflete os sinais do Advento, o cuidado e a presença de Deus que nos acolhe sempre e jamais nos abandona.
No 3º dia, diante do presépio, contemplaremos o testemunho dos seguidores de Jesus, principalmente do missionário São Francisco Xavier e renovaremos o compromisso de pertença à Igreja de Cristo que tem por missão “pregar o Evangelho a todos”. “Todos verão a salvação de Deus” é o tema do 4º dia da Novena, que reflete o mistério da encarnação do Filho de Deus, a partir da missão de João Batista.
O 5º dia fala da Maria: “Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo”. Já o 6º dia nos leva a celebrar Nossa Senhora de Guadalupe: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o Fruto do teu ventre”! No 7º dia somos convidados a nos alegrar com a proximidade do Senhor em nossas vidas: “Alegrai-vos”! “O Senhor está próximo”!
O 8º dia tem como tema a cultura do encontro e o encontro entre Jesus, Maria, Izabel e João Batista, que podem ser confirmados pela acolhida e pertença a uma comunidade eclesial: “Como posso merecer que a Mãe do meu Senhor me venha visitar”? O 9º e ultimo dia da novena reforça a acolhida e pertença: “Hoje nasceu para vós um Salvador”!
Somos chamados a acolher Jesus que quer nascer em nossa casa, junto às famílias desalojadas, aos migrantes, aos povos indígenas, aos atingidos pelas barragens, às famílias isoladas pela chuva, expulsão, lama e inundação. Vem, Senhor Jesus!
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