Quarta-feira, 28 de outubro de 2009 - 18h34
Neste domingo celebramos o Dia Mundial das Missões com a Coleta de fundos para as Santas Missões; “constitui momento importante na vida da Igreja, porque ensina como dar a contribuição: na Celebração Eucarística, ou seja, como oferta a Deus, e para todas as Missões do mundo” (doc. Redemptoris Missio 81). O próprio Papa João Paulo II ao falar deste Fundo Universal disse: “a oferta coletada será destinada ao Fundo de Solidariedade central a ser distribuído pela Obra da Propagação da Fé, em nome do Papa, às Missões e missionários de todo o mundo.”
A Igreja de Porto Velho, com características predominantemente missionárias desde sua origem, conta com muitos sacerdotes, religiosos religiosas, leigas e leigos missionários de diversos países e lugares de nosso Estado e do Brasil, que se doam e “gastam suas vidas pelo Evangelho de Jesus Cristo”. Nesse dia quero rezar especialmente por todos os missionários que fazem parte de nossa Arquidiocese e agradecer o trabalho de evangelização que realizam de forma incansável a frente das paróquias, comunidades eclesiais de base, meios de comunicação, educação, áreas rurais e ribeirinhas, nos diversos ministérios e pastorais; serviços e movimentos, manifestando com a caridade pastoral a presença de Jesus a todos, mas principalmente às crianças, idosos, aos doentes, aos fracos e aos pobres. “Se o grão de trigo, caído na terra, não morre, permanece só; se, ao contrário, morre, produz muito fruto” (Jo 12, 24).
A missão é o coração da Igreja. E esse coração tem dois movimentos, segundo Dom Erwin em seu pronunciamento no ultimo Congresso Missionário (COMLA 8): envio e convocação; envio à periferia do mundo e convocação, a partir dessa periferia, para a libertação do centro. Sob a senha do Reino propõe um mundo sem periferia e sem centro. No Espírito Santo, a comunidade missionária é enviada para articular universalmente os povos e as culturas numa grande "rede" (Jo 21,11) de solidariedade, diversidade e unidade. Do envio nascem comunidades pascais que procuram contextualizar a utopia do primeiro dia da nova criação. Das comunidades nasce o envio.
Deus, que ouve o grito dos pobres, que está conosco no centro dos conflitos, nos envia em missão. Ao envio precede a convocação ao êxodo. Ele nos chama a sair da escravidão. Essa escravidão se desdobra em múltiplas formas de servidão e submissão. Na origem de cada servidão está o seqüestro da memória dos pobres. A experiência do êxodo e a recuperação da memória são fundamentais para o anúncio missionário.
Semana Missionária da Amazônia
Na última Assembléia dos Bispos lançamos a Proposta de uma Semana Missionária em favor da Igreja da Amazônia e ela foi aprovada com unanimidade. Portanto a 1ª. Semana Missionária acontece neste ano entre os dias 25 e 31 de outubro (próxima semana), envolvendo todas as dioceses do Brasil, paróquias, comunidades eclesiais de base, COMIDIS e COMIPAS, crianças e adolescentes da catequese, Infância e adolescência missionária, movimentos, associações católicas, colégios e universidades católicas, ordens e congregações religiosas. Será uma semana de estudo, oração e reflexão sobre a realidade da Igreja na Amazônia e de ofertas em favor da causa missionária.
Segundo Dom Antônio Possamai, verdadeiro missionário salesiano que continua fazendo sua opção pela Amazônia e vive entre nós e junto às comunidades de Porto Velho, também, vice-presidente da Comissão Episcopal da Amazônia, “em outros tempos, as dioceses e prelazias da Amazônia eram abastecidas por missionários e recursos econômicos estrangeiros, onde estavam as sedes das ordens e congregações religiosas a quem eram confiados imensos territórios como campos de missão. Hoje esses recursos foram drasticamente reduzidos e as Igrejas da Amazônia ainda não estão em condições de enfrentar sozinhas a sua imensa tarefa evangelizadora. Pesquisas realizadas entre todas as Igrejas locais da Amazônia revelaram muitas necessidades”. A manutenção da Igreja na Amazônia é muito dispendiosa em grande parte devido à grande superfície das Circunscrições eclesiásticas, o que significa grandes distâncias a ser percorridas. Temos o mês missionário com sua coleta. Entretanto esta coleta não se destina à Igreja do Brasil. Destina-se a socorrer as necessidades da Igreja dos continentes e países mais necessitados.
O texto Base tem como titulo o tema da semana “Cristo aponta para a Amazônia” (Paulo VI) e nos leva a refletir no fato de que as primeiras comunidades cristãs testemunhavam o amor de Cristo, sendo solidárias com as mais carentes (1Cor 16,1-2). A colaboração com as Igrejas da Amazônia que enfrentam imensos desafios na evangelização é tarefa e missão de toda Igreja no Brasil. Solidariedade e comunhão! Aqui começa nossa missão! Para que a solidariedade seja efetiva, é necessária uma experiência de conhecimento da realidade, assim como Cristo convida os primeiros discípulos para morar e permanecer com ele (“Vinde e Vede”: Jo 1,38-39).
A Igreja na Amazônia convida a Igreja católica do Brasil, entidades e benfeitores, para partilhar da sua vida, conhecer seu trabalho e enfrentar juntos os desafios da evangelização. O Documento de Aparecida afirma que “o povo de Deus se constrói como comunhão de Igrejas particulares e através delas como intercâmbio entre as culturas... Essas várias formas de comunhão estimulam com vigor as relações de irmandade entre as dioceses e as paróquias e fomentam maior cooperação entre as Igrejas Irmãs” (DAp, n. 182).
Para poder responder às grandes transformações e desafios da Amazônia, nossa Igreja precisa de muitos braços. Impelidos pelo Espírito, assumimos o compromisso de nos empenhar para que os batizados tornem-se discípulos e missionários de Jesus Cristo (DAp 144, 278), e os que não o conhecem, o acolham e cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,4). Segundo Aparecida, a Igreja local missionária, não é algo extraordinário, mas o novo padrão pastoral. Somos uma Igreja “em estado de missão” (DAp 213). Essa missão tem dois movimentos: o envio até as mais distantes aldeias e povoados e a convocação dos que estão nos últimos lugares para formar comunidades, para que não haja mais excluídos, nem primeiros e privilegiados. Somos Igreja a serviço do Reino e aprendemos essa missão no exercício da missionariedade (TB 48)
É urgente cuidar da “criação como casa comum da humanidade e matriz da vida do planeta; Educar para um estilo de vida de sobriedade e austeridade solidárias.” Acompanhar mais de perto aqueles que estão ameaçados pelo desenvolvimento predatório, apoiando seus esforços para conseguir eqüitativa distribuição da terra, da água e dos espaços urbanos (TB 52-53)
A fraternidade missionária é essencial para a Igreja. É urgente construir um renovado relacionamento entre a Igreja da Amazônia e as demais Igrejas de nosso país e do mundo. É o chamado a renovar o compromisso missionário com as populações. Na Amazônia, a nossa Igreja é pobre e seus pastores são simples e conscientes de seus limites. Para cumprir a missão que Deus lhes confia precisa que toda a Igreja seja missionária e participativa. Esse apelo não pode ser esquecido, menos ainda ignorado pelas pessoas que acreditam no envio missionário de Jesus a todas as nações da Terra. A Igreja amazônica interpela, com a sua realidade de fragilidade e de vitalidade, a Igreja que está nas outras regiões do Brasil. E isso se faz em nome da missionariedade e da solidariedade, características essenciais da vida cristã. Esta situação se confina não somente a uma realidade interna de nossa Igreja local do Brasil, mas tem a sua incidência com toda a Igreja universal. (G.Labonté)
Fonte: Pascom
Pentecostes: Comunidades de rosto humano!
Palavra de Dom Moacyr Grechi – Arcebispo Emérito de Porto Velho
Páscoa do povo brasileiro - Por Dom Moacyr Grechi
Hoje reafirmamos a nossa fé na ressurreição de Cristo; somos uma Igreja Pascal. Na oração do Credo, proclamamos a ressurreição dos mortos e a vida ete
Verdade libertadora! Por Dom Moacyr Grechi
A Igreja, convocada a fortalecer o povo de Deus na atual conjuntura, é chamada a estar ao lado daqueles “que perderam a esperança e a confiança no B
Lugar seguro para viver! - Por Dom Moacyr Grechi
Diante do aumento da violência agrária que atinge trabalhadores rurais, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pescadores artesanais, defensores de di