Quinta-feira, 28 de abril de 2011 - 11h33
Após quarenta dias de Quaresma, de conversão e de revisão das nossas estruturas, somos convocados a proclamar com alegria: “Cristo ressuscitou, Aleluia”!
É domingo de Ressurreição; as comunidades do Povo de Deus se unem “neste ato de culto, do nascer do sol até ao crepúsculo”. Este dia é, de fato, “o dia que o Senhor fez”! Nossa participação nessa alegria mesmo agora quando estamos na fase do sofrimento, é uma experiência de verdadeira amizade e de amor. Pois, a ressurreição de Jesus inclui nossa ressurreição: porque Deus é fiel ao seu amor. Podemos saborear na fé a fidelidade de Deus que nos dá um amor eterno e uma vida eterna (Is 54,8). O sinal do amor eterno e dessa comunhão conosco são as palavras de Jesus (Jo 17,24). Todo domingo é para o povo cristão a lembrança e a celebração do dia do Senhor Jesus (D.Luciano M.de Almeida).
Nossa fé é na Ressurreição de Jesus, causa de nossa alegre esperança, porque a vida venceu a morte. Fé que se baseia na fé dos primeiros discípulos de Jesus que o reconheceram ressuscitado. A comunidade cristã percebeu e compreendeu aos poucos, pela ação do Espírito, que seu Mestre tinha ressuscitado e continuava vivo no meio deles. Invadiu-os a certeza de que Deus tinha resgatado Jesus da morte, confirmando a veracidade e o valor de sua vida, palavra, de sua Causa.
Nesta Páscoa proclamamos a vitória da ressurreição na luta contra o mal e tudo o que há de perverso na sociedade. Portanto, a última palavra não vem do mal, mas vem da salvação. Isso nos dá muita esperança, muita confiança.
“Eu diria, diz Pe. Libanio, que a Ressurreição é uma grande experiência filial, por assim dizer, usando um conceito bem atual de cuidado e de ternura. Assim como a mãe cuida do seu filho pequenino e cria uma condição básica de confiança, saber que o Senhor Jesus, que nos amou e se entregou por nós, venceu a morte e todos os males nos dá uma confiança muito profunda, de que também nós, com a força dele, temos condições de ir vencendo e trabalhando contra o mal que impera na sociedade. Eu diria que a Ressurreição é uma grande experiência filial, por assim dizer, usando um conceito bem atual de cuidado e de ternura. Assim como a mãe cuida do seu filho pequenino e cria uma condição básica de confiança, saber que o Senhor Jesus, que nos amou e se entregou por nós, venceu a morte e todos os males nos dá uma confiança muito profunda, de que também nós, com a força dele, temos condições de ir vencendo e trabalhando contra o mal que impera na sociedade”.
Em Cristo Ressuscitado, recebemos a resposta definitiva de Deus: não à morte, mas à vida é a última palavra que Ele, Deus, pronunciou sobre o destino humano. Por isso nosso futuro está aberto, podemos ser sempre homens e mulheres de esperança, porque, com a ressurreição de Jesus, entrou na nossa história o sorriso de quem venceu a morte e goza das primícias de uma vida nova, o sorriso da esperança!
No dia da Páscoa a Igreja anuncia que a Ressurreição de Cristo é a verdade fundamental do cristianismo. A vitória de Jesus sobre a morte garante tudo aquilo que ele e os profetas anunciaram. A primeira comunidade dos crentes em Jesus Ressuscitado tem por fundamento o testemunho de homens concretos, conhecidos dos cristãos e, na maioria dos casos, vivendo ainda entre eles.
O Papa João Paulo II afirma que “o nosso mundo humano acha-se impregnado pela Ressurreição! Acha-se transformado pela Reconciliação: O Cordeiro, Cristo, remiu as ovelhas”. E nos convida a encontrarmos a luz nas trevas, a esperança entre os sofrimentos, porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente.
Os anos passam, passam os séculos. O Cordeiro Pascal continua a ser como a videira enxertada no terreno da humanidade. No mundo continuam a lutar o bem e o mal. Lutam a vida e a morte; lutam o pecado e a graça. Devemos pensar, com inquietude, no rumo para o qual se vai dirigindo o mundo contemporâneo: tendo lançado raízes profundamente na humanidade dos nossos tempos, as estruturas do pecado, como que vasta ramificação do mal, parecem querer ofuscar o horizonte do Bem. Elas parecem até ameaçar a destruição do homem e da terra. O quão dolorosamente sofrem as pessoas: individualmente, famílias, a sociedade inteira! A morte e vida travam um combate singular!
Para L. Boff, “o Planeta como um todo está passando por uma severa páscoa”. Estamos dentro de um processo acelerado de perda.
Neste dia do Sacrifício Pascal, diz o papa, não nos é permitido esquecer nenhum daqueles que sofrem. Também para eles é dia de Páscoa! Todas as vítimas da injustiça, da crueldade humana e da violência, da exploração e do egoísmo se encontram no próprio coração do Cordeiro Pascal.
Todos os milhões de seres humanos ameaçados pelo flagelo da fome, que poderia ser afastado ou diminuído, se a humanidade se dispusesse a renunciar, mesmo que fosse a uma parte somente dos recursos que loucamente despende nos armamentos. Também para eles é dia de Páscoa!
Aqueles pais e mães que perderam seus filhos nas guerras do Oriente Médio, para os coiotes do México, na escola do Realengo, no tsunami do Japão, nas encostas da região serrana do Rio de Janeiro. Também para eles é dia de Páscoa!
Cordeiro Pascal! Vós que conheceis todos os nomes do mal muito melhor do que qualquer pessoa que os possa elencar: abraçai todas as vítimas contra o vosso coração! Ainda que, na história do homem, dos indivíduos, das famílias, da sociedade e, por fim, da humanidade inteira, o mal se tivesse desenvolvido de uma forma descomunal, chegando mesmo a ofuscar o horizonte do bem, ainda assim, ele jamais Vos superaria! Não mais vos atingirá a morte! Cristo ressuscitado já não morre! E mesmo que na história do homem, e nos tempos em que nos é dado viver, se potencializasse o mal; mesmo que humanamente se deixasse de vislumbrar a via de retorno a um mundo onde o homem viva em paz e na justiça, ao mundo do amor social, ainda que humanamente não se visse a passagem, ainda que se enfurecessem os poderes das trevas e as forças do mal, Vós, Vítima pascal; Vós, Cordeiro sem mancha, Redentor, Vós já alcançastes a vitória! A vossa Páscoa é passagem! Vós já alcançastes a vitória! E dela fizestes a nossa vitória! O conteúdo pascal da vida do vosso Povo.
Hoje festejamos a Ressurreição! Hoje festejamos a Reconciliação.
O mistério da Ressurreição permanece no próprio coração de cada morte humana. O mistério da Ressurreição permanece no coração das multidões, no coração de multidões inumeráveis: das Nações, das diversas línguas, raças, culturas e religiões. O Mistério Pascal da Reconciliação permanece na profundidade do mundo humano. E de lá ninguém o arrancará!
A vitória de Cristo ressuscitado continua atuando na história e vencendo o mal com o bem. Sejamos, caríssimos irmãos e irmãs, artífices de uma nova era de compreensão, perdão, justiça e concórdia universal. Será sinal e anúncio da Páscoa definitiva.
Neste domingo da Ressurreição, que cada pessoa, perfazendo seu próprio caminho pascal, participe e colabore na páscoa de todo o tecido social, de toda a realidade cósmica (Rm, 8, 18-25), até à plena comunhão, quando Deus será tudo em todos (1Cor 15,28)”.
Fonte: Pascom
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