Sábado, 17 de setembro de 2016 - 16h05
O profeta Miqueias continua inspirando a nossa reflexão nesse mês da Bíblia, que tem como lema “Praticar a justiça, amar a misericórdia e caminhar com Deus” e por tema “Para que n´Ele nossos povos tenham vida”.
O tempo de Miqueias foi um dos mais difíceis na vida do povo do reino de Judá. Vários acontecimentos causaram espoliação e violência contra o povo. Profeta atuante, era um porta-voz das pessoas oprimidas contra os governantes, sacerdotes e profetas de Jerusalém; não se deixou corromper pela ganância e pelo lucro, tornando-se um homem de coragem na luta pelo direito e pela justiça. Partilhando da mesma sorte de seu povo, foi corajoso e ousado ao proclamar o castigo de Javé para as autoridades civis e religiosas de Jerusalém, bem como a própria destruição da cidade santa (VP).
O caminho dos seguidores de Jesus não é diferente daquele dos profetas quanto à luta em defesa da justiça e da vida ameaçada. Possa a mesma ousadia dos profetas inspirar a nossa missão hoje e a nossa ação pastoral, na defesa da vida do povo de Deus, vítima de várias formas de opressão. Que o Espírito de Deus nos impulsione a permanecer “com os empobrecidos na busca de um mundo justo e fraterno” (S.Nakanose).
Sonhamos e nos comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente igualitário, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência discriminação e mentiras; e com oportunidades iguais para todos.
Só com participação cidadã de todos os brasileiros é possível a realização desse sonho. Esta participação democrática começa no município onde cada pessoa mora e constrói sua rede de relações. Se quisermos transformar o Brasil, comecemos por transformar os municípios.
As eleições são um dos caminhos para atingirmos essa meta. Esta é a oportunidade para nossa população falar através das urnas. Não percamos a chance de ter uma participação ativa e consciente que resgate a política e eduque para cidadania. Recordemos que se trata de uma eleição sem o financiamento empresarial e regida pela lei da Ficha Limpa, relevantes conquistas da sociedade brasileira.
Na Mensagem da CNBB para as Eleições 2016 (13/04), dirigida ao povo brasileiro, a Igreja orienta: para escolher e votar bem é imprescindível conhecer, além dos programas dos partidos, os candidatos e sua proposta de trabalho, sabendo distinguir claramente as funções para as quais se candidatam.
Dos prefeitos, no poder executivo, espera-se “conduta ética nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e com os poderes econômicos”. Dos legisladores, os vereadores, requer-se “uma ação correta de fiscalização e legislação que não passe por uma simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo”.
É fundamental considerar o passado do candidato, sua conduta moral e ética e, se já exerce algum cargo político, conhecer sua atuação na apresentação e votação de matérias e leis a favor do bem comum. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste caso, o instrumento iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha suja.
É preciso estar atento aos custos das campanhas. O gasto exorbitante, além de afrontar os mais pobres, contradiz o compromisso com a sobriedade e a simplicidade que deveria ser assumido por candidatos e partidos. Cabe aos eleitores observar as fontes de arrecadação dos candidatos, bem como sua prestação de contas. A lei que proíbe o financiamento de campanha por empresas, aplicada pela primeira vez nessas eleições, é um dos passos que permitem devolver ao povo o protagonismo eleitoral, submetido antes ao poder econômico. Além disso, estanca uma das veias mais eficazes de corrupção, como atestam os escândalos noticiados pela imprensa. Da mesma forma, é preciso combater sistematicamente a vergonhosa prática de “Caixa 2”, tão comum nas campanhas eleitorais.
A compra e venda de votos e o uso da máquina administrativa nas campanhas constituem crime eleitoral que atenta contra a honra do eleitor e contra a cidadania. Exortamos os eleitores a fiscalizarem os candidatos e, constatando esse ato de corrupção, a denunciarem os envolvidos ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral, conforme prevê a Lei 9840, uma conquista da mobilização popular há quase duas décadas.
A Igreja Católica não assume nenhuma candidatura, mas incentiva os cristãos que têm vocação para a militância político-partidária, a se lançarem candidatos. No discernimento dos melhores candidatos, tenha-se em conta seu compromisso com a vida, com a justiça, com a ética, com a transparência, com o fim da corrupção, além de seu testemunho na comunidade de fé.
Exortamos as comunidades a aprofundarem seu conhecimento sobre a vida política de seu município e do país, fazendo sempre a opção por aqueles que se proponham a governar a partir dos pobres, não se rendendo à lógica da economia de mercado cujo centro é o lucro e não a pessoa (CNBB).
Na semana passada, através de três parábolas, o evangelista Lucas nos convidou para dar uma atenção especial aos marginalizados, aos excluídos e aos pecadores. A liturgia deste domingo esta centrada na “lógica” da exploração do homem pelo homem. Através de outra parábola, Jesus nos convida a escolher entre Deus e o Dinheiro.
Em época de idolatria do dinheiro, o progresso dava mais poder aos ricos e afundava um pouco mais os pobres. O Evangelho de hoje convida-nos a dar preferência àquilo que agrada a Deus e ao seu projeto, acima do lucro financeiro. E o projeto de Deus é: justiça e amor para com os seus filhos, em primeiro lugar os pobres (Lc 16,1-13).
“Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro”. É preciso escolher. Não há alternativa. A lógica de Jesus é arrasadora (Pagola). Se alguém vive subjugado pelo Dinheiro, pensando só em acumular bens, não pode servir a esse Deus que quer uma vida mais justa e digna para todos, a começar pelos últimos.
O profeta Amós denuncia os ricos que esmagam os pequenos e exploram os pobres e os dirigentes que se acham os donos dos bens que lhes são confiados (R.Gravel). Denuncia os comerciantes que acumulam riquezas à custa dos humildes e pobres camponeses: “os pobres da terra”. Denuncia as injustiças cometidas pelos grandes proprietários de terras contra os trabalhadores. Aqueles que os exploram e os esmagam até torná-los escravos. Critica aquele que maltrata o irmão e olha a vida com olhos oportunistas para tirar proveito da situação adversa em que está o carente (Am 8,4-7).
O Apóstolo Paulo recomenda que se façam orações não só pelos irmãos de fé, mas por todas as pessoas, especialmente pelas autoridades. Ele tem consciência que é importante orar pelos governantes “para que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda a piedade e dignidade” e porque “há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,1-8).
Papa Francisco, que continua “a sonhar com um novo humanismo, para o qual servem memória, coragem, sã e humana utopia”, vai voltar a Assis para o Encontro Mundial de Oração pela Paz que acontece a partir deste domingo (18) até 20 de setembro, com a presença dos grandes líderes das religiões do planeta e de vários Prêmios Nobel da Paz.
O encontro internacional tem como tema “Sede de Paz: Religiões e culturas em diálogo”. A negação de Deus pelo terrorismo, o futuro da Europa, a Tunísia cinco anos depois da revolução dos jasmins, estão entre os principais temas que os Nobel tratarão, junto aos representantes das religiões mundiais e instituições internacionais.
No encontro, momentos de diálogo, testemunhos, orações, um apelo de Paz a ser entregue a crianças de várias Nações; momento de silêncio pelas vítimas das guerras, o intercâmbio da Paz e a assinatura do Apelo de Paz.
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