Sábado, 20 de outubro de 2012 - 06h26
No próximo domingo, os eleitores de Porto Velho e de diversas capitais e cidades, retornam às urnas. Como escolher um bom político para governar nossa cidade? Para muitos, persiste ainda a dúvida na escolha de seu representante à Prefeitura Municipal.
O eleitor cristão identifica o bom político aquele que tem seu histórico de coerência de vida e discursos políticos referendados pela honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum.
Temos dificuldade em acreditar que esse bom político exista, devido a tanta corrupção e falta de ética na politica.
A indignação generalizada face à corrupção no Brasil e no mundo está dando lugar à resignação e ao descaso. Segundo Leonardo Boff, a impunidade é tão vulgarizada que a maioria já descrê de qualquer solução.
Sobre este fato a teologia tem algo a dizer. Ela sustenta que a atual condição humana é dilacerada e decadente, consequência de um ato de corrupção. Segundo a narrativa bíblica, a serpente corrompeu a mulher; a mulher corrompeu o homem; e ambos nos deixaram um legado de corrupções sobre corrupções a ponto de Deus mesmo "ter-se arrependido de ter criado o ser humano na Terra”, como nos lembra o texto do Gênesis (6,6). Somos filhos e filhas de uma corrupção originária.
Alegava-se, nos espaços cristãos, que todo mal se deriva dessa corrupção originária, chamada de pecado original. Mas essa expressão se tornou estranha aos ouvidos modernos. São poucos os que se reportam a ela. Mesmo assim, Boff resgata-a, pois contém uma verdade inegável, atestada pela reflexão filosófica de um Sartre e mesmo pelo rigorismo filosófico de Kant, segundo o qual "o ser humano é um lenho tão torto que dele não se podem tirar tábuas retas”.
Importa anotar que é um termo criado pela teologia. Não se encontra como tal na Bíblia. Foi Santo Agostinho em diálogo epistolar com São Jerônimo que o inventou. Com a expressão "pecado original” não pretendia falar do passado. O "original” não tinha a ver com as origens da história humana. Com ela Santo Agostinho queria falar do presente: a atual situação do ser humano, em seu nível mais profundo é perversa e marcada por uma distorção que atinge as origens de sua existência. Fez a sua filologia da palavra "corrupto”: é ter um coração (cor) rompido (ruptus, de rompere).
Somos portadores, portanto, de uma rachadura interna que equivale a uma dilaceração do coração. Em palavras modernas: somos dia-bólicos e sim-bólicos, sapientes e dementes, capazes de amor e de ódio.
Perguntava Santo Agostinho: quando ela começou? Ele mesmo responde: desde que conhecemos o ser humano: desde as "origens” (daí o segundo sentido de "original”). Mas ele não confere importância a esta questão. O importante é saber que aqui e agora somos seres corruptos, corruptíveis e corruptores. E que cremos em alguém, o Cristo, que nos pode libertar desta situação.
Mas onde se manifesta mais visivelmente este estado de corrupção? De acordo com Lord Acton é nos portadores de poder: “meu dogma é a geral maldade dos homens de poder; são os que mais se corrompem”. E fez uma afirmação sempre repetida: "o poder tem a tendência a se corromper e o absoluto poder corrompe absolutamente”. Por que, exatamente, o poder? Porque é um dos arquétipos mais poderosos e tentadores da psiqué humana; dá-nos o sentimento de onipotência e de sermos um pequeno "deus”. Por isso Hobbes no seu Levitã (1651) nos confirma: "Assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder”.
Esse poder se materializa no dinheiro. Por isso as corrupções que estamos assistindo envolvem sempre dinheiro e mais dinheiro. Diz um dito de Ghana: "a boca ri, mas o dinheiro ri melhor”. O corrupto crê nesta ilusão.
Até hoje, conclui Boff, não achamos cura para esta ferida interior. Só podemos diminuir-lhe a sangria.
Como? Não dando votos a corruptos nem nos deixando levar por propagandas enganosas nesse período eleitoral.
Eleitor e eleitora Ficha Limpa, qual o projeto que você escolhe e quer para a sua cidade? É hora de votar no futuro melhor de seu município. Vote, portanto, na justiça social, na qualidade de vida da população, na cidadania plena.
Coleta missionária
Celebramos hoje o Dia Mundial das Missões; dia da Coleta missionária em favor dos irmãos e irmãs mais necessitados dos diversos continentes, através da Igreja local.
Todos os anos, no penúltimo domingo de outubro, no mundo inteiro, celebra-se o Dia Mundial das Missões. Portanto, o dia 21 de outubro de 2012 é um dia especial para que todos os católicos renovem o compromisso com a evangelização do mundo. Dia de oração e de conscientização da importância do anúncio de Cristo a todos os povos da terra. Também dia de coleta de ofertas e doações para alimentar o Fundo Universal de Solidariedade destinado a sustentar a atividade missionária da Igreja em todo o mundo.
O tema do mês missionário deste ano é “Brasil Missionário, partilha a tua Fé”. Somos chamados a partilhar nossa fé com a África e a América; com a Oceania, Ásia e Europa; com os jovens e as crianças; com a Amazônia e com todos os missionários que aqui estão. A tarefa missionária continua urgente e sem fronteiras.
A missão tem muitos braços. As Pontifícias Obras Missionárias (POM) são um instrumento ao serviço da cooperação na missão universal da Igreja no mundo. Através da sua ação, “o anúncio do Evangelho torna-se também intervenção a favor do próximo, justiça para com os mais pobres, possibilidade de instrução nas aldeias mais distantes, assistência médica em lugares remotos, emancipação da miséria, reabilitação de quem vive marginalizado, apoio ao desenvolvimento dos povos, superação das divisões étnicas, respeito pela vida em todas as suas fases” (Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Missões 2012)
A presença atuante de missionárias e de missionários brasileiros em todos os continentes representa uma grande riqueza para a nossa Igreja, mas não podemos achar que é suficiente. O Brasil pode ajudar muito mais.
Para poder responder às grandes transformações e desafios da Amazônia, nossa Igreja precisa de muitos braços. Impelidos pelo Espírito Santo, assumimos o compromisso de nos empenhar para que os batizados tornem-se discípulos e missionários de Jesus Cristo (DAp 144, 278), e os que não o conhecem, o acolham e cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,4).
A Igreja local missionária, não é algo extraordinário, mas o novo padrão pastoral. Somos uma Igreja “em estado de missão” (DAp 213). Essa missão tem dois movimentos: o de envio até as mais distantes regiões e a convocação para formar comunidades, para que não haja mais excluídos, nem primeiros e privilegiados.
Somos convidados a orar pelos povos da África que continua a ser despojada de suas riquezas. Pelos povos da América, com cidades grandes e ricas, o contraste entre ricos e pobres é cada vez maior. Povos indígenas veem retirados os seus direitos à terra dos seus antepassados e à sua cultura. Pelas populações da Europa cheia de conforto e egoísmo, os doentes, idosos e imigrantes são excluídos. Continente que espalhou os ideais cristãos, se esquece hoje, desses valores fundamentais para a dignidade humana. Pelos irmãos e irmãs da Ásia da diversidade de línguas, culturas e religiões e de níveis de desenvolvimento social muito diferentes. Há o tráfico de pessoas, trabalho forçado e a infância é roubada de milhões de crianças. Pelos povos da Oceania que nos lembra suas vastas planícies, os cangurus, civilização desenvolvida, mas a exclusão social é uma realidade. O povo aborígene continua excluído. O desemprego é uma realidade que mata sonhos.
Ó Deus, derramai a vossa bênção sobre a obra da evangelização. Acompanhai vossos missionários e despertai em nós maior solidariedade na partilha da nossa fé com todos os povos, construindo o vosso Reino. Isto vos pedimos, por Cristo nosso Senhor. Amém. (Oração Missionária 2012)
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