Domingo, 4 de dezembro de 2016 - 08h55
Caminhamos em direção à vida e toda nossa caminhada está voltada para Deus, e com Ele, somos chamados a peregrinar neste mundo, rumo à Pátria definitiva.
Esta foi a nossa reflexão em novembro, que se aprofunda neste tempo de Advento, tempo de ampliar o horizonte de nosso coração e preparar a Vinda de Jesus no meio de nós.
O Senhor vem na hora que não imaginamos. Vem para nos conduzir a uma dimensão mais bonita e maior. Então, devemos nos colocar em caminho para encontrar o Senhor (papa Francisco).
O 2º domingo do Advento fala de expectativa e de esperança, de coragem e perseverança. Para o jesuíta Marcel Domergue, a plenitude da vida está diante de nós, no final da nossa estrada.
Para nossos jovens do time Chapecoense, assim as vítimas do acidente aéreo na Colômbia; muitos, conterrâneos meus; hoje “cidadãos do céu”, suas vidas foram precocemente interrompidas.
Diante de tamanha tragédia, somos solidários com o sofrimento das famílias que perderam seus filhos queridos, oramos para que a comunhão e a fraternidade, apesar da dolorosa ausência, se expandam e se fortaleçam na dimensão do Corpo Místico de Cristo.
Na casa do Pai, um dia, toda a família se reencontrará e os laços, que aparentemente se haviam desfeito, se recomporão, assim como os fios de um tecido que nada mais poderá desgastar ou rasgar.
A liturgia deste domingo convida-nos a uma mudança radical de vida, porque já se aproxima o Reino, que vai transformar radicalmente as relações entre os homens (Mt 3,1-12). É o tempo do julgamento, e nada adianta ter fé teórica, pois o julgamento se baseará nas opções e atitudes concretas que cada um assume (BP).
Aqui estamos, pois, começando sempre a viver uma história, na qual cada instante já vem carregado com a presença do futuro. E esta é uma presença ativa e criadora, uma vez que se trata da Presença divina.
Se fôssemos condicionados somente por nosso passado, estaríamos, é preciso repetir, enclausurados na prisão do destino. João Batista nos anuncia o final deste percurso e a hora do balanço. Ele vê em perspectiva a vinda do Cristo, que veio já em Belém, mas que, agora, com a sua última vinda, está na vigília de nascer para o cumprimento da sua missão: proferir a palavra cortante que opera a triagem entre o bem e o mal, entre o que vale e o que nada vale.
Atemorizante? Não, pois somos todos portadores de palha e do bom grão: a triagem final libertará cada um de nós “do homem iníquo e fraudulento” (Sl 43) que, em nós, que somos imagem de Deus, vive como uma parasita. Tudo virá à luz, mas tudo o que vem à luz, até mesmo as nossas trevas, se torna luz (Ef 5,13; Sl 139,12).
Para o profeta Isaias, o advento do Reino virá através de um descendente de Davi, em quem repousa o Espírito de Deus para trazer um reino de justiça e paz (Is 11,1-10). Cabe a esse enviado construir o novo reino, de justiça e paz, em que os mais pobres serão respeitados e libertados.
O Apóstolo Paulo fala da obra da reconciliação em Cristo, cujo fruto é a unidade de fracos e fortes, judeus e gentios: unidade de todos (Rm 15,4-9). Na obra salvífica de Cristo a “utopia” já teve início, como se verifica no mútuo acolhimento (Konings).
Na conclusão de seu discurso no 3º Encontro Mundial dos Movimentos Populares, papa Francisco pediu a todos que continuassem a combater o medo com uma vida de serviço, solidariedade e humildade em favor dos povos e especialmente daqueles que sofrem.
“Vocês vão errar muitas vezes, todos erramos, mas se perseveramos neste caminho, cedo ou tarde, veremos os frutos”.
“E insisto, contra o terror, o melhor remédio é o amor”.
“Quanto mais difícil o tempo, mais forte deve ser a esperança”. (Pedro Casaldáliga)
Interpelados pela conjuntura sociopolítica e indigenista regional e nacional, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Regional Rondônia, reunido em sua 31ª Assembleia, sob o tema “Defesa dos territórios na atual conjuntura política”, após uma leitura crítica dos acontecimentos mais recentes no Brasil e os impactos na demarcação das terras, bem como na proteção dos territórios de invasores e grandes empreendimentos e garantia dos direitos constitucionais dos povos indígenas, reafirmou sua postura de resistência e luta pelo “Bem Viver” para todos.
Durante a Assembleia constatou que continua em curso o processo de violências e violações de direitos contra os povos indígenas, comunidades tradicionais, atingidos por grandes empreendimentos, camponeses e comunidades urbanas, com a crescente criminalização das lideranças e movimentos organizados.
O modelo econômico desenvolvimentista dissemina o aumento dos conflitos agrários, a exemplo do que ocorre no Vale do Jamari/RO, onde os assassinatos são decorrentes da disputa pela terra; invasão de todas as terras indígenas: por madeireiros, garimpeiros e loteamentos promovidos por agentes públicos, que se beneficiam de tais conflitos, e os grandes projetos econômicos que invadem os territórios indígenas, quilombolas, ribeirinhos, comunidades urbanas, em total desrespeito aos direitos constitucionais.
Denuncia os projetos de morte, a PEC 241/2016, que tramita no Senado com o número de PEC 55/2016, aprovada na calada da noite pelos senadores; os grandes empreendimentos projetados para a região amazônica: Ribeirão e Tabajara/RO, Teles Pires/PA e Cachuela Esperenza/Bolívia; concentração de terra nas mãos de uns poucos e as violências que sofrem diariamente os povos indígenas, comunidades tradicionais, camponesas e urbanas, com as manobras do Executivo, Legislativo e Judiciário em promover a desconstrução dos direitos garantidos na Constituição Federal de 1988.
Manifesta sua solidariedade aos Povos indígenas: Tupinambá/Bahia, Guajajara/Maranhão, Guarani Kaiowá/Mato Grosso do Sul e os povos que estão na luta pelo território e pelo reconhecimento étnico/Rondônia, as lideranças criminalizadas do Movimento Indígena, do Movimento Sem Terra, do Movimento Atingido por Barragens, da Comissão Pastoral da Terra e do Conselho Indigenista Missionário, que são violentados no seu direito fundamental, o direito à vida, a dignidade e a terra.
Por fim, continuará a denunciar a violência que fere os direitos dos povos indígenas, comunidades tradicionais, rurais e urbanas. Reafirma seu compromisso de se unir em favor da vida, sendo sinal profético e solidário, em defesa dos Direitos Humanos, da dignidade e dos direitos garantidos pela Constituição Federal.
E com o Papa Francisco reafirma seu compromisso em lutar por uma economia a serviço dos povos, no caminho da paz e da justiça e na defesa da Mãe Terra (Porto Velho, 30 de novembro de 2016).
Assinam os Membros do Conselho Indigenista Missionário/Regional Rondônia, entidades aliadas da Comissão Pastoral da Terra, Instituto Madeira Vivo, Movimento dos Atingidos por Barragens, Povos Indígenas: Cassupá, Puruborá e Karitiana.
No próximo domingo (11), a Igreja realiza a Coleta da Campanha para a Evangelização, cujo tema é: “Ele está no meio de nós”, para o exercício da solidariedade de todos os católicos no sustento da missão evangelizadora da Igreja no País.
Que a nossa resposta de fé seja a expressão do novo ardor missionário e de nosso entusiasmo pelo Reino de Deus e pela evangelização.
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