Domingo, 17 de junho de 2012 - 19h50
Neste ano, seguimos Jesus no itinerário proposto pelo evangelista São Marcos. Ele apresenta, neste período litúrgico, denominado “Tempo Comum”, Jesus como o Filho de Deus, o Messias, Caminho, Verdade e Vida.
Nos acontecimentos cotidianos da vida e na caminhada com Jesus, vamos percebendo o Mistério maior que está presente também em nossa vida, tanto nos acontecimentos extraordinários, como naqueles rotineiros, ou mesmo, nos momentos de dúvida e sofrimento.
A fé é um dom, mas também, uma conquista que pode se perder a cada dia, e a cada dia pode ser reconquistada. O Cardeal Martini escreveu, certa vez, que “a dúvida faz parte de nossa condição humana; seríamos anjos e não homens se tivéssemos afugentado a dúvida para sempre. A fé intensa é alegria, é amor pelos outros e por si mesmo, ao serviço do Senhor.
O Evangelho diz: ama o teu próximo como amas a ti mesmo. Não há nessa mensagem a negação do amor também por si mesmo. O amor, segundo Martini, se é verdadeira paixão, atua em todas as direções, é transversal, é ao mesmo tempo vertical para Deus e horizontal para os outros.
Como seguidores e discípulos de Cristo Caminho, Verdade e Vida, olhamos para Ele e reconhecemos o melhor de nós mesmos enquanto criaturas criadas, sustentadas e habitadas por Deus, que nos chama à confiança n’Ele e na radical fraternidade com as outras pessoas.
Entendemos seu mistério “na transparência total à presença de Abba; em seu viver radical “a partir de Deus”, como de seu pão de cada dia; em sua disponibilidade plena ao chamado que constitui seu ser enquanto saído do Pai, até o ponto em que ver e escutar Jesus é ver e escutar o Pai” (A. Queiruga).
A melhor maneira de compreender Jesus é a partir do encontro com Ele, de nossa capacidade de imitá-lo e segui-lo, enfim, de reconhecer que nele se realiza o melhor de nós, aquilo a que aspiramos e que estamos buscando continuamente. Compreender a compaixão na missão de Jesus é entender que o amor, como a água, sempre tende a descer até onde estão a carência, a marginalização e o sofrimento: os “pobres”, no sentido evangélico.
No Evangelho de Marcos, deste domingo (Mc 4,26-34), Jesus fala do Reino de Deus que possui força extraordinária, porém diferente das forças e mecanismos de pressão atuantes em nossa sociedade.
O Evangelho de Marcos foi, talvez, o primeiro catecismo para os catecúmenos. Com eles também ocorria algo semelhante ao que se passava com a atividade de Jesus: no início, estavam bem-dispostos, prontos para tudo, assíduos. Aos poucos, porém, dúvidas, crises e abandonos se avolumam (VP).
A parábola do grão de mostarda, tida popularmente como a menor de todas as sementes, ilustra o contraste entre o início e o resultado da ação de Jesus e dos cristãos. O centro da parábola está no contraste entre a menor de todas as sementes da terra e a maior de todas as hortaliças. E as aves do céu construíam ninhos em seus ramos. Assim é a proposta do Reino: pequena em seu início, insignificante por causa dos conflitos e resistências, mas grandiosa em seu resultado, tornando-se proposta universal: as aves do céu representam nações e povos que vão aderindo ao projeto de Deus semeado por Jesus, beneficiando-se dele.
O reino de Deus será o ponto de encontro de todos os povos!
Rio + 20: Tempo de repensar o futuro da humanidade
Para o encontro de todos os povos na Rio+20, a Aliança Internacional de Organizações Católicas (CIDSE) publicou uma declaração que aborda uma série de itens da agenda a ser discutida na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, principalmente sobre a questão do desenvolvimento dos povos: “Nós, os representantes da Igreja Católica e da sociedade civil provenientes de todos os continentes, empenhados na erradicação da pobreza e em prol do desenvolvimento humano integral, apelamos aos líderes mundiais que mostrem liderança política na Conferência Rio+20 e incentivamos todas as pessoas de boa vontade a agirem a favor de um mundo mais justo e sustentável.
Não podemos esperar para repensar e realizar um mundo mais justo e mais verde onde as pessoas, mulheres e homens, reconheçam que são uma parte integral da criação, vivendo em harmonia e respeito consigo e com os outros. A tarefa é urgente, porque construímos um mundo onde ainda demasiadas pessoas não têm alimentação, água e energia suficientes para viverem com dignidade.
Trabalhamos diariamente com aqueles que vivem em grandes dificuldades e queremos dar-lhes uma voz de esperança. As comunidades pobres lutam pela obtenção dos recursos necessários ao seu próprio desenvolvimento, ao mesmo tempo tornando-se cada vez mais vulneráveis às ameaças ambientais com os ecossistemas gradativamente mais esgotados ou destruídos.
A procura de terra, água, alimentação, recursos minerais e energia está aumentando drasticamente. Isso tem sido a origem de violentos conflitos no mundo inteiro e a luta pelos recursos naturais tornar-se-á ainda mais intensa nas gerações vindouras. As mudanças climáticas são cada vez mais visíveis e rápidas e só poderemos mitigá-las se agirmos já. As pessoas mais pobres e mais vulneráveis no mundo inteiro são as mais afetadas, muito embora elas sejam as menos responsáveis pelas suas causas....
Juntos, seremos capazes de traçar um novo caminho que conduza a um mundo justo e sustentável. Esta mudança depende igualmente do indivíduo, sendo a nossa tarefa fundamental agir para uma conversão radical, promover um estilo de vida alternativo e uma nova cultura de respeito pela criação, de simplicidade e de solidariedade com vista a um desenvolvimento humano mais forte e autêntico e uma melhor qualidade de vida. Os pobres podem ser marginalizados, mas no seu esforço diário pela sobrevivência demonstram criatividade e têm forjado alternativas que constituem uma fonte inesgotável de aprendizagem e referência na elaboração das políticas públicas.
Exigimos da Conferência do Rio+20 a implementação de mudanças estruturais que permitam às mulheres e aos homens alcançarem de maneira equitativa o seu pleno potencial e um verdadeiro desenvolvimento pessoal. É tempo de repensar e retomar ao controle!
.. O que significa crescimento se os mais pobres não podem participar nos seus benefícios, se ele não melhora a qualidade de vida e piora as desigualdades persistentes? O que significa crescimento econômico em vista da destruição das nossas florestas, dos nossos oceanos e dos nossos recursos naturais? Precisamos valorizar as coisas que tenham sentido, a economia tem que ser julgada na sua capacidade de reduzir a pobreza, criar postos de emprego dignos e melhorar a sustentabilidade ecológica bem como a estabilidade social. Uma economia que nos conduza verdadeiramente ao desenvolvimento sustentável deve ser justa e equitativa, reconhecendo as valiosas contribuições e soluções locais com amplos benefícios sociais e, acima de tudo, que respeite a dignidade e os direitos humanos, tanto para as mulheres como os homens.
O desenvolvimento sustentável deve ser apoiado por um sistema financeiro que coloque a dignidade humana, o bem comum e o cuidado pela criação no centro da vida econômica... Os governos devem assegurar que as condições básicas dessem prioridade às necessidades básicas e ao direito das comunidades e dos países pobres, como por exemplo, água, alimentação e energia....
O escândalo de 1 bilhão de pessoas sofrendo fome, em violação do direito humano à alimentação, não pode continuar. Maior apoio deve ser destinado os milhões de famílias agrícolas que produzem respeitando o meio ambiente.. Devem ser tomadas medidas mais ambiciosas baseadas nos princípios da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas....
Esperamos que a Cúpula do Rio transmita uma mensagem de esperança bem fundada para todos aqueles que estão sofrendo e para as gerações futuras! Esperamos que os líderes mundiais assumam a sua responsabilidade e se responsabilizem pelos seus compromissos. Exigimos dos líderes mundiais e de todas as pessoas de boa vontade que não deixem passar esta oportunidade de caminharmos juntos em prol de um desenvolvimento baseado nos direitos e equitativo, rumo a uma vida verdadeiramente humana e a um mundo onde aceitemos que somos parte da criação que nos foi dada para dela cuidarmos.
Fonte: Arquidiocese
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