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Dom Moacyr

Esperança de uma nova Amazônia


 
 
No próximo dia 24 de Maio Porto Velho comemora a sua Padroeira; devido à Solenidade da Ascensão de Jesus no domingo, a Festa de Nossa Senhora Auxiliadora, com a tradicional Procissão e Missa Campal, foi transferida para sábado, dia 23.

Sob a proteção de Nossa Senhora Auxiliadora, a capital de Rondônia se prepara para a realização do 12° Encontro Intereclesial de CEBs, de 21 a 25 de julho próximo, quando nossa cidade irá acolher os delegados provenientes de todos os Estados do Brasil e convidados de diversas partes do mundo. O clima geral, como percebemos no último encontro das paróquias, equipes de serviços e Secretariado, já é de Pentecostes.
    
“Cheios do Espírito Santo (At 2,4): Esperança de uma nova Amazônia!” é o tema da grande festa de Pentecostes, que vai reunir toda a população, as comunidades e paróquias de Porto Velho no dia 31 de maio a partir das 16h no Campo da 17ª Brigada. O Senhor continua derramando hoje sua Vida pelo trabalho da Igreja que, com “a força do Espírito Santo enviado desde o céu” (1 Pe 1,12), continua a missão que Jesus Cristo recebeu de seu pai (Jo 20,21). E é o Espírito na Igreja que forja missionários decididos e valentes como Pedro (At 4,13) e Paulo (At 13,9), indica os lugares que devem ser evangelizados e escolhe aqueles que devem fazê-lo (At 13,2). Esta é a razão pela qual nós, os seguidores de Jesus, devemos nos deixar guiar constantemente pelo Espírito (Gl 5,25), e tornar a paixão pelo Pai e pelo Reino nossa própria paixão. Esta realidade se faz presente em nossa vida por obra do Espírito Santo que também, através dos sacramentos, nos ilumina e vivifica (DAp 150-153).

Esperança de uma nova Amazônia que vem da fé e que nos torna capazes de “participar decididamente e com todas as forças na edificação da cidade” (Spes salvi), na re-invenção da Amazônia, no desenvolvimento que não se faz destruindo a floresta, mas preservando-a, extraindo dela sua incomensurável riqueza e integrando quem nela habita. “Os mecanismos perversos e as estruturas de pecado, só poderão ser vencidos mediante a prática daquela solidariedade humana e cristã, a que a Igreja convida e que promove incansavelmente” (SRS). O apelo do papa João Paulo II há mais de 20 anos deve encontrar eco em nossas vidas: “lanço um chamado a todos os responsáveis de nosso planeta para proteger e conservar a natureza criada por Deus: não permitamos que nosso mundo seja uma terra cada vez mais degradada e degradante” (Homilia; Punta Arenas,Chile,1987).
    
Constatamos claramente de quantas maneiras o homem ameaça e inclusive destrói seu habitat. “Nossa irmã a mãe terra” é nossa casa comum (São Francisco de Assis) e o lugar da aliança de Deus com os seres humanos e com toda a criação. Desatender as mútuas relações e o equilíbrio que o próprio Deus estabeleceu entre as realidades criadas, é uma ofensa ao Criador, um atentado contra a biodiversidade e, definitivamente, contra a vida. O discípulo missionário, a quem Deus encarregou a criação, deve contemplá-la, cuidar dela e utilizá-la, respeitando sempre a ordem dada pelo Criador (DAp 125).

Iniciamos também no dia 24 de maio, a Semana Mundial de Oração pela Unidade dos Cristãos que se encerra no dia 31 de maio. Trata-se de uma semana de partilha e de testemunho através da oração e é organizada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC, do qual a Igreja Católica, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Presbiteriana Unida, fazem parte, dentre outras.
    
O tema de 2009 "Estarão unidos na tua mão" (Ez 37,17) é proposto pelas Igrejas da Coréia para reflexão aos dois bilhões de cristãos do planeta. Face à divisão do seu país encontraram inspiração no profeta Ezequiel, o qual também viveu num país tragicamente dividido e que desejava a unidade para o seu povo. O Texto-Base foi também elaborado pelos cristãos coreanos que sofrem em sua própria carne a divisão de sua pátria e sentem o drama da guerra que dividiu o país (1950-1953) e que, além de uma quantidade enorme de mortos, deixou 10 milhões de famílias divididas nos dois lados, sem poder se comunicar. ”O sistema político norte-coreano que proíbe seus habitantes de pertencerem à tradição religiosa de sua escolha é um regime autoritário que limita a liberdade de consciência”, continuam denunciando os cristãos das diferentes confissões.

O Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos e a Comissão Fé e Constituição do Conselho Ecumênico das Igrejas acolheram o projeto coreano e o lançaram a todas as Igrejas locais para alimentar a oração que se eleva em todos os lugares do planeta pelos cristãos para que “sejam todos um”. “A situação de divisão e os sofrimentos que os coreanos vivem interpelam certamente aos cristãos e às sociedades do mundo inteiro”.

O Profeta Ezequiel,cujo nome significa “Deus o faz forte”, foi chamado para restituir esperança a seu povo, numa situação política e religiosa desesperada que perdurou depois da queda e ocupação de Israel, com o exílio de grande parte de seu povo.Os membros do grupo local da Coréia viram que o texto de Ezequiel mostrava semelhanças notáveis com a situação que eles viviam no seu país dividido, bem como a situação mais ampla dos cristãos desunidos. “A palavra de Ezequiel lhes confirmou a esperança de que Deus reunirá novamente o seu povo, para fazer apenas um: o povo de sua pertença, que Ele abençoará e fortalecerá. Da Palavra brotou uma nova e suprema esperança: Deus criará um mundo novo.

Os cristãos da Coréia (católicos, protestantes e ortodoxos) trabalham juntos pelo bem comum, para levar a paz autêntica à península coreana, com seus irmãos de outras religiões (Budismo, Confucionismo e outras religiões tradicionais, incluindo o Budismo Won e o Taoísmo Chon-Chon Do Gyo). 

Para a Celebração de abertura da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Presidente do CONIC, Pastor Sinodal Carlos Möller, faz um convite para que todos os cristãos participem no dia 23 de maio, às 19h, na Catedral Anglicana de Brasília.

Por ocasião da solenidade da Ascensão de Jesus, a Igreja celebra também o 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais. A Pastoral de Comunicação da arquidiocese reúne nessa data, os comunicadores de Porto Velho, para refletirem a Mensagem pontifícia que tem como tema “Novas tecnologias, novas relações: promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade”. Bento XVI em sua mensagem destaca as mudanças fundamentais nos modelos de comunicação e nas relações humanas a partir das novas tecnologias digitais e seu potencial extraordinário que favorecem a compreensão e a solidariedade humana. “Estas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade: por isso devemos fazer com que as vantagens que oferecem sejam postas ao serviço de todos os seres humanos e de todas as comunidades, sobretudo de quem está necessitado e é vulnerável”, afirma o papa.

Ao encorajar todos os comunicadores da geração digital, Bento XVI pede que se empenhem na promoção de uma cultura do respeito, do diálogo e da amizade, buscando a dignidade e o valor da pessoa humana, e possibilite que o mundo digital, onde redes podem ser constituídas, seja um mundo verdadeiramente acessível a todos. Ele conclui sua mensagem convocando os jovens, conectados aos novos meios de comunicação e que estão mais próximos de todos os jovens de sua geração e conhecem seus medos e esperanças, que assumam com entusiasmo o anúncio do Evangelho e a tarefa da evangelização deste “continente digital”: “o dom mais precioso que lhes podeis oferecer é partilhar com eles a “boa nova” de um Deus que Se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade. O coração humano anseia por um mundo onde reine o amor, onde os dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão”.
 
Fonte: Pascom

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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