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Dom Moacyr

EXISTE JUSTIÇA PARA TODOS?


    
A 24ª Semana do Migrante (14 a 21 de junho) que estamos encerrando hoje retomou o tema da Campanha da Fraternidade deste ano: Fraternidade e Segurança Pública, acentuando a temática da Migração. Com o lema: “Existe Justiça para todos?” a Pastoral do Migrante continua chamando nossa atenção para a universalidade de nosso povo migrante. A partir dos migrantes reconhecemos uma postulação indispensável que precisa ser feita em favor de todos. A justiça precisa ser para todos.

Segundo o Texto-Base, a população nas favelas do Brasil aumentou 42% nos últimos 15 anos e alcança quase 7 milhões de pessoas (Ipea/Pnad - IBGE/2007). Atualmente, quase 1 bilhão de pessoas (1/6 da população mundial) vivem em favelas. Dados do IBGE indicam que mais de 81% dos brasileiros vivem na área urbana. Também aponta que 15% das pessoas vivem num Estado diferente daquele onde nasceram e 46% vivem num Município diferente daquele onde nasceram.

As estimativas apontam para cerca de 200 milhões o número de pessoas que residem fora do país em que nasceram. Mas no caminho da migração, os obstáculos tornam-se numerosos e difíceis. Da África para a Europa há a travessia do mediterrâneo, controlado e perigoso; da América Latina e Caribe para os Estados Unidos, há o funil da Guatemala e do México, com seus muros e autoridades hostis, além das ondas do Golfo do México; da

Ásia para a Europa ou os Estados Unidos, há leis mais duras que muros, como a Diretiva do Retorno; tanto na migração estrangeira como na migração interna, há famílias que se partem, se bifurcam e se desintegram.

Pesquisa realizada em 2004 (SOUZA,2007) revela a existência de 1.626 presos estrangeiros no Brasil sendo 54,8 % procedentes da América do Sul,18,4% da Europa,17,1% da Ásia e 9,7% de outros continentes ou desconhecidos. Quanto aos países de origem: Bolívia (17%), Paraguay (12,3%), Peru (7,8%), Colômbia (5,3%),Nigéria (5,1),outros 80 países (52,5%). Quanto a tipo de crime: 72,3 % tráfico de drogas (muitos imigrantes são usados pelo crime organizado) 81,4% dos presos são homens. 90% das mulheres presas foram detidas por tráfico de drogas, usadas por máfias do crime organizado. Algumas usadas como iscas para serem presas com o objetivo de despistar a polícia na entrada de quantidade maior de droga 67,6% das mulheres e 53,1% dos homens foram detidos em período inferior a um mês após sua chegada no país. Esse dado faz refletir sobre o grau de isolamento experimentado pelo estrangeiro em nosso sistema prisional.

O relatório do Ministério das Relações Exteriores revela que existem 2.473 brasileiros detidos ou aguardando julgamento e 849 esperando deportação. Espanha, Japão, Portugal e Estados Unidos são os países onde mais existem brasileiros detidos presos estrangeiros no mundo. Em alguns países os presos estrangeiros constituem mais da metade da população carcerária. Por Exemplo: Luxemburgo (63,9%) e Suiça (70,8%) dados de 2002. “O mundo globalizado, com a circulação de recursos, de mercadorias e, sobretudo, de pessoas, gerou conflitos e potencializou outros...Assim, com o incremento da criminalidade transnacional, bem como a existência de contingentes cada vez maiores de migrantes ao redor do mundo, a repressão penal a estrangeiros constitui problema tormentoso e atual...”(Sérgio Salomão Shecaira – Prof. de Direito/USP.


Ano Sacerdotal
    
O mês de junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da Catedral de Porto Velho. A Solenidade aconteceu na sexta-feira, dia 19, com a Santa Missa e Procissão. Festa do Sagrado Coração de Jesus e Dia Mundial de oração pela santificação dos sacerdotes. 
  
A devoção ao Coração de Jesus está muito ligada à Companhia de Jesus que foi quem a difundiu inicialmente, a espiritualidade do Coração de Jesus ramificou-se em várias associações ou movimentos eclesiais, sendo o mais importante entre eles o Apostolado da oração. As palavras do Papa João Paulo II nos ajudam a entender esta devoção: “junto ao Coração de Cristo, o coração humano aprende a conhecer o autêntico e único sentido da vida e de seu próprio destino, a compreender o valor de uma vida autenticamente cristã, a permanecer afastado de certas perversões do coração, a unir o amor filial a Deus ao amor ao próximo. Deste modo - e esta é a verdadeira reparação exigida pelo Coração do Salvador – sobre as ruínas acumuladas pelo ódio e a violência poderá edificar-se a civilização do Coração de Cristo” (Insegnamenti, vol. IX/2, 1986, p. 843).
 
Iniciamos também no dia 19 de junho o Ano Sacerdotal (19/06 de 2009 a 19/06/2010), convocado pelo papa Bento XVI, com o tema “Fidelidade de Cristo, Fidelidade do sacerdote”. Trata-se do Ano jubilar de comemoração do 150º aniversário da morte do Cura d'Ars, São João Maria Vianney, modelo de pastor, dedicado ao serviço do povo de Deus, padroeiro dos párocos, e proclamado pelo papa, padroeiro de todos os sacerdotes do mundo.
 
O Cardeal Dom Cláudio Hummes, Prefeito da Congregação para o Clero, escreve uma mensagem aos sacerdotes, pedindo a todos, empenho com determinação, profundidade e fervor, a fim de que seja um ano amplamente celebrado em todo o mundo, nas dioceses, nas paróquias, em cada comunidade local, com envolvimento caloroso do nosso povo católico, que sem dúvida ama seus padres e os quer ver felizes, santos e alegres no trabalho apostólico quotidiano.
  
O ano sacerdotal deverá ser um ano positivo e propositivo, em que a Igreja quer dizer antes de tudo aos sacerdotes, mas também a todos os cristãos e à sociedade, através dos meios de comunicação global, que ela se orgulha de seus sacerdotes, os ama, os venera, os admira e reconhece com gratidão seu trabalho pastoral e seu testemunho de vida. Realmente, os sacerdotes são importantes não só pelo que fazem, mas também pelo que são.Na sua imensa maioria, os sacerdotes são pessoas muito dignas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral, que investem toda sua vida na realização de sua vocação e missão, muitas vezes com grandes sacrifícios pessoais, mas sempre com amor autêntico a Jesus Cristo, à Igreja e ao povo, solidários com os pobres e os sofridos. Por isso, a Igreja está orgulhosa de seus sacerdotes em todo o mundo.
  
Bento XVI acentua a dimensão missionária do presbítero que nasce da sua configuração sacramental com Cristo Cabeça: ela traz consigo, como conseqüência, uma adesão cordial e total àquela que a tradição eclesial reconheceu como a apostolica vivendi forma. Ela consiste na participação numa "vida nova", espiritualmente entendida, naquele "novo estilo de vida" que foi inaugurado pelo Senhor Jesus e foi feito próprio pelos Apóstolos.
  
Para o papa, a missão do padre realiza-se "na Igreja" e tem as suas raízes de modo especial numa boa formação, desenvolvida em comunhão com a Tradição eclesial ininterrupta. “Como Igreja e como sacerdotes anunciamos Jesus de Nazaré Senhor e Cristo, crucificado e ressuscitado, Soberano do tempo e da história, na jubilosa certeza de que tal verdade coincide com as expectativas mais profundas do coração humano. No mistério da encarnação do Verbo, ou seja, no fato de que Deus se fez homem como nós, encontram-se quer o conteúdo quer o método do anúncio cristão. Aqui a missão dispõe do seu verdadeiro centro propulsor: precisamente em Jesus Cristo. A centralidade de Cristo traz consigo a justa valorização do sacerdócio ministerial, sem o qual não haveria a Eucaristia, nem muito menos a missão e a própria Igreja”.

Fonte: Pascom

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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