Sábado, 8 de agosto de 2015 - 21h16
Hoje acontece a abertura da Semana Nacional da Família. Nossas preces, benção e homenagens a todos os pais, de modo especial, aos pais enfermos, idosos, encarcerados, ameaçados por suas lutas e ideais. A vocação da paternidade, assumida como verdadeira missão de amor, realiza e transforma a vida de uma família cristã.
Fazemos memória e oramos em todas as celebrações, pelos pais falecidos, para que sua paz nos transmita a esperança e a sua recordação nos faça viver de modo digno e justo. Às famílias que sofrem a provação da doença, nossa solidariedade e oração. Saibam que não estão sozinhas neste árduo momento da dor. O sofrimento de nossos entes mais queridos e mais sagrados é uma escola de vida. Podemos dizer com o papa Francisco que a família foi desde sempre o “hospital” mais próximo. Possa a fraternidade eclesial da comunidade cristã e a proximidade de uma família em relação à outra, assistir as famílias nesses momentos difíceis.
Santo Irineu, Padre da Igreja (Sec.II), proclamou: “A glória de Deus é o homem plenamente vivo”. De modo similar, a glória dos homens e das mulheres é a sua capacidade de amar como Deus ama. A vida em família é um convite a encarnar este amor no dia a dia.
O tema “O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”, inspirado por esta máxima, ilumina os textos da Cartilha “Hora da Família” e do Encontro Mundial da Família na Filadélfia (22-27/09). Ao tratar sobre a Missão do amor, destaca que Deus opera por meio de nós. Temos uma missão. Há um propósito neste mundo para nós: receber o amor de Deus e manifestá-lo aos outros. Deus busca curar um universo ferido. Convida-nos a sermos suas testemunhas nesta obra.
Na história, Deus convoca e forma um povo. Ele faz uma aliança conosco: primeiro por meio de Israel, depois por Cristo e pela sua Igreja. Deus nos ensina a amar como Ele ama. Fomos criados para a comunhão, portanto, o amor é a nossa missão. O dom de nossa existência precede e modela o que fazemos e como vivemos. O matrimônio é uma essencial imagem bíblica do amor de Deus.
Somos, nesta missão, capacitados a encontrar nossa verdadeira identidade. Viver a missão da igreja doméstica significa que as famílias cristãs, por vezes, viverão como minorias, com valores distintos daqueles da cultura à sua volta. Nossa missão de amor nos exigirá coragem e fortaleza. Jesus nos chama e a nossa resposta deve ser uma opção pela vida de fé, esperança, amor, alegria, serviço e missão.
“O anúncio do Evangelho, diz o papa Francisco, passa de fato, antes de tudo, através das famílias para depois, chegar até aos diversos âmbitos da vida diária.” Se aprendermos a pensar nossas famílias como igrejas domésticas, se aprendermos por que o individualismo moral não é o contexto correto para experimentar o ensinamento católico, então adotamos uma visão que reorientará toda a nossa identidade.
A condição de minoria em uma cultura não significa uma posição marginal ou irrelevante. O Catecismo da Igreja Católica, ao instruir sobre nossa vocação de participação na sociedade, cita uma antiga carta cristã: “Não vivais isolados, fechados em vós mesmos, como se já estivésseis justificados; mas reuni-vos para procurar em conjunto o que é de interesse comum”. Esse olhar voltado ao mundo exterior, esse espírito orientado ao serviço, na verdade, tem origem ainda mais antiga. Disse o profeta Jeremias aos judeus exilados na Babilônia, muito embora os babilônios tenham saqueado Jerusalém e feito os judeus prisioneiros: “Empenhai-vos pelo bem-estar da cidade para onde vos exilei, orai a Deus por ela, pois a felicidade desse lugar será vossa felicidade” (Jr 29,7).
Temos um princípio firme para nos tornarmos independentes das forças destrutivas na sociedade, e esse mesmo princípio nos orienta para o amor e a participação na sociedade e na cultura. O amor que “move sol e estrelas”, o amor que cria e sustenta tudo, é o mesmo amor que anima os casamentos, as famílias, as comunidades, a Igreja. Podemos estar certos de que se seguirmos esse amor até aos pés da cruz, nossos sofrimentos, na verdade, nos tornam mais verdadeiros, mais autenticamente humanos e que a ressureição e a justiça estão vindo porque seguimos um senhor fidedigno. Esse amor nos dará força para viver claramente como sal da terra.
O papa João Paulo II exortou “família, torna-te aquilo que és”, e suas palavras não perderam a força. A missão fundamental da família é “guardar, revelar e comunicar o amor”, uma missão que é “reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja”. Quando a família abraça essa identidade missionária, torna-se aquilo para o qual sempre se pretendeu que fosse.
A família é o local onde o valor da comunidade é aprendido, formando o alicerce para a comunhão na sociedade. Dessa maneira, os casais e as famílias que se esforçam para amar em unidade e fidelidade dão um testemunho vital em seus lares, bairros, paróquias e comunidades. Escolham, portanto, a vida que vocês e seus descendentes deverão viver, amando o Senhor Deus, obedecendo a sua voz, apegando-se a Ele. Essa missão, às vezes, os marcará como diferentes dos outros na sociedade. Viver seu testemunho de amor irá requerer compromisso, mas não temam. A Igreja está com vocês. O Senhor está com vocês. O Senhor fez uma aliança com vocês. O Senhor é fiel, e sua aliança produzirá frutos. Famílias, o amor é sua missão e o fundamento de toda a comunhão!
A liturgia deste domingo ilumina a nossa realidade e nos recorda sobre a presença de Deus na história da humanidade.
Vivemos momentos difíceis e não é hora de acomodação e intimidações ou de semear o ódio. Povos indígenas continuam ameaçados e eliminados; Rondônia e Pará, estados nos quais estão sendo desenvolvidos grandes projetos nacionais, lideram em 2015 os assassinatos no campo. A hora não é de lamentos, como diziam os profetas ao conclamarem o povo para a reorganização da esperança.
Nossa “pátria está doente de esperança, de amor comprometido, de injustiças, de mentiras”. A oração do bispo de Rioja, assassinado no dia 04 de agosto de 1976, pela ditadura militar argentina, Enrique Angelelli, fortalece a resistência na caminhada em prol da cidadania e da democracia: Oremos pelos executores de tantas atitudes e medidas que engendram sofrimento no povo. Oremos por aqueles que tomam decisões de governo, para que o façam guiados pela justiça e pela felicidade de seu povo. Oremos por nossa infância e juventude, para que sejam fortes interiormente e assumam todas as exigências para construir uma sociedade nova.
As leituras bíblicas mostram Deus presente nas alegrias e sofrimentos do povo, como Aquele que reestabelece a dignidade da vida. Dando continuidade à nossa reflexão sobre o capítulo 6 de João, que constitui o fio das leituras dominicais nesse tempo, tomamos consciência de que devemos fortalecer nossa relação com Cristo, pois Ele é o “pão descido do céu”; “o pão da vida”, a fonte de vida (Jo 6,41-51), e quem “come deste pão, viverá para sempre”. Jesus se apresenta como aquele que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens.
A vida definitiva começa quando nos comprometemos com Jesus, aceitamos a própria condição humana e vivemos em favor dos outros. A Eucaristia é o sacramento que manifesta eficazmente na comunidade esse compromisso com a encarnação e a morte de Jesus.
Se nas nossas comunidades cristãs não nos alimentamos do contato com Jesus, seguiremos ignorando o mais essencial e decisivo do cristianismo. Se Jesus não nos alimenta com o Seu Espírito de criatividade, seguiremos presos ao passado, vivendo a nossa religião desde formas, concepções e sensibilidades nascidas e desenvolvidas noutras épocas e para outros tempos que não são os nossos. Mas, então, Jesus não poderá contar com a nossa cooperação para gerar e alimentar a fé no coração dos homens e mulheres de hoje (Pagola).
O alimento de Elias prefigura a comida que tira todo o cansaço (1Rs 19,4-8). Se Elias, mortalmente cansado, recebe do pão de Deus força para caminhar 40 dias, o homem morto pelos impasses da vida recebe do “pão descido do Céu” vigor para a vida eterna.
Paulo Apostolo, através da Carta aos Efésios nos faz um apelo: continuar a caminhada de fé, seguindo Cristo como “um Homem Novo”, assumindo doravante, uma nova postura nas relações fraternas com os irmãos (Ef 4,30-5-2).
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