Sábado, 19 de fevereiro de 2011 - 14h07
A Campanha da Fraternidade de 2011 tem por objetivo contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta.
Para atingir este objetivo, a Campanha propõe viabilizar meios para a formação da consciência ambiental em relação ao problema do aquecimento global e identificar responsabilidades e implicações éticas; promover a discussão sobre os problemas ambientais com foco no aquecimento global; mostrar a gravidade e a urgência dos problemas ambientais provocados pelo aquecimento global e articular a realidade local e regional com o contexto nacional e planetário; trocar experiências e propor caminhos para a superação dos problemas ambientais relacionados ao aquecimento global.
Algumas estratégias fundamentais serão adotadas como mobilizar pessoas, comunidades, Igrejas, religiões e sociedade para assumirem o protagonismo na construção de alternativas para a superação dos problemas socioambientais decorrentes do aquecimento global. Propor atitudes, comportamentos e práticas fundamentados em valores que tenham a vida como referência no relacionamento com o meio ambiente. Denunciar situações e apontar responsabilidades no que diz respeito aos problemas ambientais decorrentes do aquecimento global.
A CARTA DA TERRA, um dos documentos mundiais mais importantes do ponto de vista ético e espiritual, já assumido pela UNESCO, diz: “A escolha é nossa, ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e cuidar uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a destruição da diversidade da vida”. Cresce a consciência de que só temos uma única Casa Comum, o planeta Terra. Formamos uma única humanidade. Temos um destino comum: Terra, humanidade e Igreja.
Nosso destino está, portanto, ligado ao destino de todos os seres criados por Deus. Todas as formas de vida dependem umas das outras. Pesquisas atuais afirmam que já ocupamos 83% do planeta Terra. Construímos o principio de autodestruição; uma máquina de morte, com armas químicas, biológicas e nucleares, capazes de liquidar a espécie humana e danificar profundamente a vida. Em séculos de exploração dos recursos da terra o ser humano destruiu recursos que não são mais renováveis. O bem mais escasso é a água potável. O Brasil é o quarto país de maior emissão de gases que provocam o efeito estufa no mundo, sendo que 75% vêm das queimadas.
O Texto Base da Campanha deste ano evidencia que “não há unanimidade na comunidade científica a respeito das causas destas mudanças climáticas que assistimos. Para alguns, apesar das grandes emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs), estas alterações são resultantes de um processo natural do planeta, enquanto grande parcela as relaciona com as atividades empreendidas pelo ser humano após a implantação do atual sistema de produção”.
A Conferência de Estocolmo, em 1972, sobre o meio ambiente despertou as autoridades e lideranças de todos os países do mundo a respeito da gravidade da questão ambiental. Um segundo fator que colocou a Amazônia no centro das preocupações internacionais foi a divulgação da Hipótese da Gaia, desenvolvida por um químico britânico em 1979, demonstrando a interdependência da vida na Terra, em relação ao meio ambiente, principalmente à biosfera que torna a Terra inteiramente diferente dos demais planetas; qualquer fator que cause desequilíbrio nas relações entre a vida existente na crosta terrestre e na biosfera pode levar a uma catástrofe que colocará em risco a sobrevivência da humanidade.
Em 1987, a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU lançou o relatório Nosso Futuro Comum, um estudo do drama em que vive a Terra, provocado pelo seu desequilíbrio ambiental. Esse relatório foi precedido por um alarde internacional sobre a devastação da Amazônia. O Senado dos EUA enviou uma Comissão que falou do perigo para a humanidade provocado pela devastação da Amazônia, que produzia grande parte do oxigênio do mundo. O Senado brasileiro nomeou uma CPI que concluiu que não havia base científica para afirmar que a Amazônia era o “pulmão do mundo”. O efeito estufa, verdadeira ameaça para o planeta, é produzido basicamente pelas indústrias poluentes dos paises ricos.
Preocupada com os fenômenos relacionados com a vida em nosso planeta, a CNBB promoveu em junho de 2009 um Simpósio internacional sobre Mudanças Climáticas e Justiça Social que resultou no livro Mudanças Climáticas provocadas pelo aquecimento global. O livro fornece motivações e propostas de mudança diante dos grandes desafios para a humanidade. Nosso planeta está emitindo sinais de alerta, que por sua insistência e densidade despertam a consciência ecológica, levando a nos perguntar seriamente pela vinculação das mudanças com a ação humana sobre o planeta. Esta vinculação se torna mais plausível quando constatamos o aquecimento global em curso, fenômeno que mais preocupa, pois traz conseqüências para o sistema vital do planeta.
Leonardo Boff defende a opção do cuidado com o nosso planeta dizendo que o cuidado salvará a vida, fará justiça ao empobrecido e resgatará a Terra como pátria e mátria de todos. Hoje, na crise do projeto humano, sentimos a falta clamorosa de cuidado em toda parte. Suas ressonâncias negativas se mostram pela má qualidade de vida, pela penalização da maioria empobrecida da humanidade, pela degradação ecológica e pela exploração exacerbada da violência. Cuidar, segundo ele, é mais que um ato, é uma atitude de preocupação, de responsabilidade e de envolvimento afetivo com o outro. As pessoas, não possuem somente corpo e mente, são seres espirituais. Assim, devemos valorizar esse lado espiritual através do sentimento e do cuidado com o nosso planeta.
As modalidades com que o homem trata o ambiente influem sobre as modalidades com que se trata a si mesmo, e vice-versa. Isto chama a sociedade atual a uma séria revisão do seu estilo de vida que, em muitas partes do mundo, pende para o hedonismo e o consumismo, sem olhar aos danos que daí derivam. É necessária uma real mudança de mentalidade que nos induza a adotar novos estilos de vida, “nos quais a busca do verdadeiro, do belo e do bom e a comunhão com os outros homens para um crescimento comum sejam os elementos que determinam as opções dos consumos, das poupanças e dos investimentos”. “Toda a lesão da solidariedade e da amizade cívica provoca danos ambientais, assim como a degradação ambiental por sua vez gera insatisfação nas relações sociais”
(Caritas in Veritate 51-52)
A Conferência de Aparecida denuncia as agressões praticadas ao meio ambiente e sugere um processo evangelizador para que as pessoas descubram o dom da criação, sabendo contemplá-la e cuidar dela como casa de todos os seres vivos e matriz da vida do planeta, a fim de exercitar responsavelmente o senhorio humano sobre a terra e sobre os recursos para que possam render todos os seus frutos em uma destinação universal, educando para um estilo de vida de sobriedade e austeridade solidárias. E ainda um modelo de desenvolvimento alternativo integral e solidário, baseado em uma ética que inclua a responsabilidade por uma autêntica ecologia natural e humana, que se fundamente no evangelho da justiça, da solidariedade e do destino universal dos bens, e que supere a lógica utilitarista e individualista, que não submete os poderes econômicos e tecnológicos a critérios éticos (DAp 474-475).
Fonte: Pascom
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