Após a celebração da Ascensão de Jesus, reunimo-nos neste domingo para fazer memória do acontecimento salvífico de Pentecostes.
Pentecostes é a festa da comunhão que nos oferece a oportunidade de reconhecer o dom do Espírito Santo em cada pessoa e na comunidade. Nesta nossa peregrinação, “somos guiados pelo Espírito Santo” e pertencemos à comunidade eclesial, formada por homens e mulheres que, reunidos em Cristo, receberam a mensagem da salvação para comunicá-la a todos (LG 1).
Não há Igreja sem Pentecostes. Ao celebrar hoje este acontecimento que lhe confere sua forma inicial e sua missão, podemos reafirmar com a Lumen Gentium (LG 3): “nenhuma ambição terrena move a Igreja, mas unicamente este objetivo: continuar, sob a direção do Espírito Consolador, a obra de Cristo que veio ao mundo para dar testemunho da verdade (Jo 18,37), para salvar e não para julgar, para servir e não para ser servido” (Jo 3,17; Mt 20,28; Mc 10;45).
Reconhecemos os inúmeros “pentecostes” que dão vida às Comunidades Eclesiais de Base, espalhadas nos locais mais distantes da arquidiocese e que transformam nossas Paróquias em redes de comunidades e de comunhão.
O Espírito Santo, dom de Deus, garante a unidade da fé em Jesus Cristo na diversidade de línguas e culturas e é o principal protagonista da evangelização. Como podemos constatar no conjunto dos Atos dos Apóstolos, os discípulos, após a experiência transformadora do Espírito, enchem-se de ousadia e lançam-se nesta tarefa profética de testemunhar a fé em Cristo (At 2,1-11).
A paz, a alegria e a coragem acompanham agora os apóstolos na missão que recebem do Senhor Jesus (Jo 20,19-23). Deverão seguir o exemplo do Mestre, que cumpriu fielmente a missão recebida do Pai. A fidelidade à missão, porém, não se deve à boa vontade dos enviados. Deve-se, sim, à ação do Espírito Santo, que cria uma nova condição: a vida divina nos discípulos lhes garante a capacidade de amar como Jesus amou (VP). O Espírito que age por meio dos seguidores de Jesus oferece todas as condições para o estabelecimento da paz e da justiça.
No domingo que se segue ao Pentecostes celebramos a solenidade da Santíssima Trindade. Graças ao Espírito Santo, que ajuda a compreender as palavras de Jesus e orienta para a Verdade completa (Jo 14,26; 16,13), podemos conhecer a intimidade do próprio Deus, descobrindo que Ele não é solidão infinita, mas comunhão de luz e de amor, vida doada e recebida num eterno diálogo entre o Pai e o Filho, no Espírito Santo (Bento XVI).
Quem encontra Cristo e estabelece com Ele um relacionamento de amizade, acolhe a própria Comunhão trinitária na sua alma, segundo a promessa de Jesus aos discípulos: “Se alguém me tem amor, há de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará e Nós viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14,23).
Diante de uma vidasem sentido, Jesus nos revela a vida íntima de Deus em seu mistério mais elevado, a comunhão trinitária. Diante do desespero de um mundo sem Deus, que só vê na morte o final definitivo da existência, Jesus nos oferece a ressurreição e a vida eterna na qual Deus será tudo em todos (1 Cor 15,28). Diante da idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a vida em Deus como valor supremo: “de que vale alguém ganhar o mundo e perder a sua vida?” (Mc 8,36; EN 8). Diante do subjetivismo hedonista, Ele propõe entregar a vida para ganhá-la, porque “quem aprecia sua vida terrena, perdê-la-á” (Jo 12,25). É próprio do discípulo de Jesus gastar sua vida como sal da terra e luz do mundo.
Diante do individualismo, Jesus convoca a viver e caminhar juntos. A vida cristã só se aprofunda e se desenvolve na comunhão fraterna. Jesus nos disse “um é seu mestre e todos vocês são irmãos” (Mt 23,8). Diante da despersonalização, Jesus ajuda a construir identidades integradas. A própria vocação, a própria liberdade e a própria originalidade são dons de Deus para a plenitude e a serviço do mundo.
Diante da exclusão, Jesus defende os direitos dos fracos e a vida digna de todo ser humano. De Cristo Mestre, aprendemos a lutar contra toda forma de desprezo da vida e de exploração da pessoa humana. Só o Senhor é autor e dono da vida. O ser humano, sua imagem vivente, é sempre sagrado, desde a sua concepção até a sua morte natural; em todas as circunstâncias e condições de sua vida. Diante das estruturas de morte, Jesus faz presente a vida plena. “Eu vim para dar vida aos homens e para que a tenham em abundância” (Jo 10,10). Por isso, cura os enfermos, expulsa os demônios e compromete os discípulos na promoção da dignidade humana e de relacionamentos sociais fundados na justiça.
Diante da natureza ameaçada, Jesus que conhecia o cuidado do Pai pelas criaturas que Ele alimenta e embeleza (Lc 12,28), convoca-nos a cuidar da terra para que ela ofereça abrigo e sustento a todos. (Gn 1,29; 2,15; DAp 109-113).
Diante da desigualdade social, como pensar as cidades, o Estado, a produção do que é necessário, o conjunto da organização social? A Igreja, através de suas pastorais sociais vem construindo a 5ª Semana Social Brasileira desde 2011. Trata-se de um processo nacional e promove a participação ampla de pessoas e entidades, a abertura ao ecumenismo e diálogo inter-religioso, o pluralismo de ideias e valores, o exercício do debate democrático em todas as instâncias e o ensaio coletivo de iniciativas transformadoras. O encerramento dos trabalhos da 5ª Semana está previsto para 2 a 5 de setembro de 2013.
O seminário (20-23/5) que está acontecendo em Brasília faz parte do processo de realização da 5ª SSB e é uma continuidade aos eventos regionais da CNBB em articulação com diversos movimentos sociais, pastorais, organismos, associações, paróquias e comunidades do Brasil. O seminário tem como objetivo discutir “Um novo Estado, caminho para uma nova sociedade do bem viver” e os compromissos estão dentro de cada contexto regional: assumir com firmeza que um novo Estado exige novos valores, novas formas de convivência entre os seres humanos e com todos os seres que constituem o ambiente vital da Terra, e que isso pode e está sendo construído na vida, nas iniciativas e formas de organização de povos indígenas, comunidades tradicionais, movimentos sociais, da economia solidária. Aprender dos e com os povos indígenas o seu Bem Viver e com os povos afro-brasileiros e seu pertencer, como bases concretas de nossa proposta de vida, de sociedade e de Estado.
Denunciar que a persistência da miséria e da fome num país com tanto espaço, tanta riqueza e tanto crescimento econômico é sinal de que as instituições do Estado favorecem mecanismos que geram concentração da propriedade da terra, da riqueza e da riqueza, deixando de lado sua responsabilidade pública de garantir os direitos de todas as pessoas e da Terra. Trabalhar por uma unidade que reconhece e convive com a diversidade em todas as instâncias da vida, fazendo que esta prática seja base para um Estado plurinacional e pluriétnico, refundado a partir dos valores presentes na vida, na convivência e nas práticas de organização política e jurídica dos grupos, comunidades e povos que constituem o Brasil.
Reconhecer, com alegria, que Deus está presente na História, sempre ao lado das pessoas, comunidades e povos injustiçados e excluídos, animando-os a ir gerando, com esperança teimosa, novas formas de vida e de organização econômica, social e cultural. Empenhar-se no sentido de que todas as comunidades de seguidores e seguidoras de Jesus assumam sua missão de anunciadores do Reino de Deus através de sua vivência do amor libertador, presente na vida comunitária e no serviço aos pobres, serviço que se expressa especialmente na luta por políticas públicas que garantam os direitos de todas as pessoas, o que só acontece quando com um Estado efetivamente democratizado.
Estamos às portas da Jornada Mundial da Juventude no Brasil. Jovens de todos os países participarão no Rio de Janeiro dessa Jornada (23-28/07), com a presença do Papa Francisco. A semana missionária que precede a JMJ, será realizada em todas as dioceses do país nos dias 16 a 20 de Julho.
Para ajudar a fazer frente às despesas das Dioceses e Prelazias, da CNBB e da Arquidiocese do Rio de Janeiro, os bispos aprovaram na ultima Assembleia, uma Coleta nacional, a realizar-se em todas as missas e celebrações nos dias 25 e 26 de maio, Solenidade da Santíssima Trindade. O valor arrecadado será assim distribuído: 50% para a Arquidiocese do Rio de Janeiro; 30% para as Dioceses e Prelazias; 10% para o Encontro Mundial dos Jovens Universitários (BH/MG) e 10% para cobrir os gastos com a Peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora