Sábado, 30 de janeiro de 2010 - 06h26
O sofrimento do povo haitiano bate à porta de nosso coração solidário. A figura do bom samaritano,aquele que, movido de compaixão, imediatamente correu em socorro do ferido, é modelo para toda a Igreja, convocada por Cristo a ser cada vez mais uma Igreja Samaritana.(DAEIB 181)
A Igreja está a serviço de todos os seres humanos, filhos e filhas de Deus. Somente com o olhar da fé podemos ver no rosto de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, maltratado por nossos pecados e glorificado pelo Pai, .. o rosto humilhado de tantos homens e mulheres de nossos povos, de modo particular do povo haitiano, e ao mesmo tempo, sua vocação à liberdade dos filhos de Deus, à plena realização de sua dignidade pessoal e à fraternidade entre todos. (DAp 31)
Urgência! É com esse sentimento que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira, organismo vinculado a CNBB, lançou no dia 15 de janeiro uma Campanha de ajuda às vítimas do terremoto que atingiu o país caribenho, na noite do dia 12, vitimando milhares de pessoas, dentre elas a fundadora da Pastoral da Criança, Drª Zilda Arns.
Diante das consequências desta tragédia, a CNBB, em conjunto com a Cáritas Brasileira, está realizando a Campanha SOS HAITI em socorro à população atingida pelo terremoto. Com esta campanha, a Igreja pretende fazer um apelo a todas as comunidades, paróquias, dioceses e a sociedade em geral para que organizem coletas em favor do povo haitiano, sugerindo que neste domingo, dia 24 de janeiro, seja dedicado a orações pelas vítimas, reflexões e coletas em dinheiro.
O resultado da campanha brasileira SOS HAITI se integra à campanha mundial promovida pela Caritas Internacional em resposta ao chamado do papa Bento XVI para a solidariedade da Igreja ao povo haitiano. As doações em dinheiro podem ser depositadas nas contas bancárias abertas exclusivamente para a campanha e serão destinadas às ações de socorro imediato, reconstrução e recuperação das condições de vida do povo haitiano.
“Tanto mais urgente se apresenta agora o desafio da solidariedade, para um país que já vivia em condições de extrema precariedade. O apelo precisa ser respondido, sobretudo pelo Brasil, em vista de duas vinculações especiais que neste episódio ligam nosso país com o Haiti, primeiro é a presença do contingente do Exército brasileiro, segundo é o falecimento da doutora Zilda Arns”, foi o que expressou, em artigo enviado a CNBB, Dom Demétrio Valentine, bispo de Jales (SP), a respeito da urgência em ajudar o povo haitiano.
Foram abertas três contas para receber doações/depósitos:
1ª) Banco Bradesco, Agência: 0606; Conta Corrente: 70.000-2;
2ª) Caixa Econômica Federal, OP:003, Ag.1041,Conta Corrente: 1132-1;
3ª)Banco do Brasil, Agência: 3475-4 Conta Corrente: 23.969-0.
Quero insistir com todos os cristãos solidários que depositem somente nessas três contas, divulgadas pela CNBB-Cáritas para essa finalidade.
Para que ninguém seja enganado, pedimos a todos que tomem cuidado com Contas fraudulentas, pois pessoas desonestas e oportunistas estão ligando para os paroquianos, religiosos e padres em nossa Capital e municípios da Arquidiocese de Porto Velho, bem como da diocese de Ji-Paraná, dando números de contas para depósitos em favor das vítimas do Haiti como se fosse a Campanha da Igreja. Não permitamos que nossas ofertas, frutos da dor e do carinho com os irmãos haitianos, caiam nas mãos de exploradores.
A campanha que é uma iniciativa a ser realizada ao longo de todo este ano, já arrecadou em 05 dias (15 a 20 de janeiro) R$ 285.264,82. Segundo o assessor da Cáritas, José Magalhães de Sousa, este valor está sendo depositado na conta da Cáritas da República Dominicana, aberta especificamente para socorrer as vítimas do terremoto no Haiti. Os recursos serão destinados à compra de materiais de primeira necessidade e alimentos.
“Enviaremos os recursos ao Haiti através da Cáritas de Santo Domingo, que acompanha de perto o socorro ao Haiti. O secretário latinoamericano da Cáritas, Antonio Sandoval, também está no Haiti”, informou Magalhães.
Com a Coleta em favor da Campanha atendendo à solicitação da CNBB e da Cáritas, neste domingo, a expectativa é de que as doações cheguem a pelo menos dois milhões de dólares, de acordo com o assessor da Cáritas.
A Igreja precisa continuar sendo, com afinco ainda maior, companheira de caminho de nossos irmãos mais pobres.. Chamada a ser sacramento de amor, de solidariedade e de justiça entre os nossos povos, a opção pelos pobres não pode ficar restrita a um plano teórico e emotivo. Precisa solidamente manifestar-se em gestos visíveis, principalmente na defesa da vida, desde a concepção até a morte natural, e dos direitos dos mais vulneráveis e excluídos, bem como no permanente acompanhamento em seus esforços de serem sujeitos de mudança e de transformação social.
O compromisso social tem sua raiz na própria fé. O interesse autêntico e sincero pelos problemas da sociedade nasce da solidariedade para com as pessoas e do encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo. É sinal privilegiado do seguimento daquele que veio para servir e não para ser servido, devendo ser manifestado por toda a comunidade cristã e não apenas por algum grupo ou alguma pastoral social. Uma comunidade insensível às necessidades dos irmãos e à luta para vencer a injustiça é um contra-testemunho e celebra indignamente a própria liturgia. Esta não é comunidade missionária, empenhada na promoção da vida em plenitude que Jesus veio trazer. (DAEIB 181-182).
A autentica caridade nos faz ter um coração misericordioso. Ser misericordioso é ter lugar no coração para todos os que são vitimas de qualquer forma de miséria. Uma pessoa pediu-me nestes dias para lembrar quais são as Obras de Misericórdia: tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber; estava nu e me vestiste; andava errante e me acolheste; estava doente e me visitastes; estava prisioneiro e me libertaste; morri e me deste sepultura. E ainda: dar bom conselho a quem pede; ensinar os ignorantes; corrigir os que erram; consolar os que estão tristes; perdoar as injúrias; suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo; rogar a Deus pelos vivos e pelos defuntos.
O papa, em sua última encíclica Caritas in veritate (O amor na verdade) escreve que “o amor revelado e vivido por Cristo, é “derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” (Rm 5, 5). Somos “destinatários do amor de Deus, ..sujeitos de caridade”, chamados a ser “instrumentos da graça, para difundir a caridade de Deus e tecer redes de caridade”(CV 5).
O amor na verdade é um grande desafio para a Igreja num mundo em crescente e incisiva globalização. O risco do nosso tempo é que, à real interdependência dos homens e dos povos, não corresponda a interação ética das consciências e das inteligências, da qual possa resultar um desenvolvimento verdadeiramente humano. Só através da caridade, iluminada pela luz da razão e da fé, é possível alcançar objetivos de desenvolvimento dotados de uma valência mais humana e humanizadora.
A partilha dos bens e recursos, da qual deriva o desenvolvimento autêntico, não é assegurada pelo simples progresso técnico e por meras relações de conveniência, mas pelo potencial de amor que vence o mal com o bem e abre à reciprocidade das consciências e das liberdades (CV 9).
Estamos nos preparando para viver a Quaresma, tempo propício para uma mudança e conversão. Porque foi desejado por um Deus profundamente humano, o encontro com a misericórdia que nos é oferecido por Jesus neste tempo, se produz em várias etapas, que respeitam os tempos da vida e do coração.
Fonte: Pascom
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