Sábado, 21 de abril de 2012 - 10h39
Tendo como tema central "A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja", estamos participando da 50ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que acontece de 18 a 26 de abril, aqui em Aparecida, SP, junto ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.
Nesta assembleia estão em pauta vários assuntos relevantes para a Igreja no Brasil, pois cada um dos 335 bispos presentes, traz consigo a situação de seu povo, bem como, os grandes desafios, as agressões à integridade da vida, suas dores, desigualdades sociais, conquistas e alegrias.
Em destaque, o jubileu do início dos trabalhos do Concílio Vaticano II e os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude que será realizada em julho de 2013. Ressaltamos ainda os 60 anos da CNBB no próximo dia 14 de outubro, 20 anos da promulgação do Catecismo da Igreja Católica; o Ano da Fé e o Sínodo dos Bispos que terão início em outubro. E ainda, os relatórios das Comissões para a Amazônia e da Ação Missionária, a 5ª Semana Social Brasileira, o Fundo Nacional da Solidariedade, eleições para delegados do próximo Sínodo dos Bispos, etc..
A homenagem ao jubileu de 50 assembleias gerais realizadas pelo episcopado brasileiro evidencia a importância que cada uma das assembleias teve para o fortalecimento da colegialidade episcopal e da animação da ação evangelizadora da Igreja no Brasil.
O Tema central “A Palavra de Deus e a Missão da Igreja hoje”, baseado no texto da Assembleia de 2010, ficara aguardando a publicação da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini. Foi retomado nesta Assembleia e, a partir de seu aprofundamento, uma proposta de “animação bíblica da vida e da pastoral” que vai se tornando compromisso e prioridade, diante das urgências da ação evangelizadora da Igreja no Brasil.
Com o Concílio Vaticano II, corroborado pelo movimento bíblico que o precedeu, passa-se a estimular a presença de uma pastoral bíblica na Igreja.
No Brasil, a “pastoral bíblica” fez uma caminhada intensa e importante. A Palavra de Deus, presente nas Sagradas Escrituras, ficou mais conhecida, rezada, vivida e anunciada em nossas dioceses, paróquias e comunidades. A sua leitura encarnada começou a transformar pessoas e comunidades, tornando-se inspiração de vivência cristã, de engajamento comunitário e de compromisso transformador. Nossa Igreja tornou-se mais atenta em escutar seu Senhor, profética em anunciar sua Palavra e misericordiosa em servir a todos.
A Animação Bíblica da Pastoral tem a Sagrada Escritura como a alma da missão evangelizadora da Igreja, ela também deve ser a alma da teologia. Sendo assim, o papa deseja que “a Palavra de Deus apareça em lugar central na vida da Igreja, recomendando que se incremente a “pastoral bíblica”, não em justaposição com outras formas da pastoral, mas como Animação Bíblica de toda pastoral”. A Palavra de Deus deve ser vista como a seiva que corre do tronco da videira e chega aos diversos ramos, para usar aqui uma das imagens mais caras ao 4ºevangelho, sobre como Cristo se relaciona com os seus (Jo 15,4). De fato, como do tronco chega aos ramos a vida pela seiva, assim também a Animação Bíblica da Pastoral visa recuperar o lugar da Sagrada Escritura como alimento que o Senhor oferece a seu corpo, a Igreja. E dessa forma, testemunhar a unidade contínua entre Cristo Palavra de Deus e a ação Pastoral realizada, em seu nome, na Igreja e no mundo.
À luz do que nos propõe o Documento de Aparecida, podemos compreender a Animação Bíblica da Pastoral sob três eixos, inspirados na metáfora do caminho, como sugere a Mensagem Final ao Povo de Deus do Sínodo sobre a Palavra na Vida e na Missão da Igreja: como caminho de conhecimento e interpretação da Palavra, de comunhão e oração com a Palavra e de evangelização e proclamação da Palavra. Esses três eixos podem ser também denominados como o eixo da formação; o eixo da oração e o eixo do anúncio.
Este tempo missionário da Igreja deve ser de nova escuta da Palavra de Deus e de nova evangelização, pois a Bíblia continua sendo para os que professam a fé cristã fonte da Revelação que lhes suscita a resposta da fé. Para nossas pequeninas CEBs, a Bíblia é a Boa Nova que revela a presença libertadora de Deus na vida e na luta de nosso povo.
Causa indígena, Causa do Reino de Deus
Diversas regiões do Brasil estão mobilizadas com os eventos que acontecem durante todo o mês de abril para marcar o Dia do índio, comemorado em 19 de abril. Dom Edson Tasquetto Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira, AM, presidiu a Celebração Eucarística da Assembleia dos Bispos no dia 19, quinta-feira, reafirmando que a Causa indígena é a Causa do Reino de Deus.
Unimo-nos ao seu clamor, diante dos povos indígenas que vivem à margem da estrada, na luta pela demarcação das terras, na reconquista de seu território, resistindo e sofrendo ameaças.
Comungamos com o povo indígena Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul seu sofrimento de continuar enfrentando a dura realidade de não ter suas terras demarcadas e continuar sofrendo as ameaças constantes dos fazendeiros da região, que cerceiam seu direito à terra, à livre circulação, à livre expressão e, principalmente, seu direito fundamental à vida.
Fazemos memória da ultima Assembleia do Conselho Indigenista missionário de Rondônia, que participei e, na qual compareceram representantes das etnias Nambikwara, Oro Mon, Ororam Xijein, Cassupá, Karitiana. Na ocasião foram comemorados os 30 anos de presença do CIMI junto aos povos indígenas de nosso estado e analisados os grandes desafios da atualidade como os programas energéticos ancorados na construção de usinas hidrelétricas que afetam diretamente os territórios indígenas e área de reservas florestais.
A Carta Final da Assembleia destaca os gritos dos povos indígenas de Rondônia, tão inversos aos discursos políticos recentes que apregoam estar sendo “plantado um índio dentro de uma determinada localidade para criar um processo de reserva indígena”:
Das 48 terras indígenas no Estado de Rondônia apenas 21 estão demarcadas. Mesmo assim, por terem sido reduzidas durante o procedimento de regularização, muitas delas devem ser demarcadas na sua totalidade, garantindo assim o território tradicional. Dentre estas estão incluídos os territórios tradicionais de pelo menos 15 povos em situação de isolamento e risco de extinção. As políticas de atenção à saúde e educação, alvo de críticas e denúncias permanentes dos povos indígenas e seus apoiadores, permanecem inalteradas. A criação da Secretaria de Saúde Indígena, até o presente
Momento, ainda não apresenta mudanças na atual realidade caótica de atenção à saúde indígena.
Frente a esta realidade, continuaremos a denunciar a violência que fere os direitos dos povos indígenas, cobrando dos órgãos competentes providências urgentes no sentido de que o Governo Brasileiro cumpra o dever constitucional de demarcar e proteger todas as terras Indígenas do estado, dedicando especial atenção aos territórios ocupados pelos povos indígenas em situação de isolamento e risco de extinção; as terras dos Povos Cujubim, Wayoró, Migueleno, Puruborá, Cassupá, Salamãi, Djeoromitxi, Sabanê; promova a regularização fundiária das Terras Indígenas Karitiana, Igarapé Lourdes, Rio Branco, Tubarão Latundê, Kwazá, Guaporé em Rondônia e Vale do Guaporé, Lagoa dos Brincos e Pirineus de Souza (Morcegal). MT, e realize a unificação do território tradicional do povo Oro Wari atualmente reduzido a cinco pequenas terras. A FUNAI, IBAMA e outras instituições públicas fiscalizem e coíbam a entrada de madeireiros e outros invasores que exploram os recursos florestais e minerais existentes nas terras indígenas. O MEC e a Secretaria de Educação do Estado assegurem o processo de escuta e participação de todos os povos indígenas na implementação de programas e políticas de atenção à educação escolar indígena intercultural. O Ministério da Saúde promova ações integradas de atendimento à saúde indígena, através da secretaria de saúde indígena. O Governo Federal respeite a Constituição Brasileira e a Convenção 169 da OIT, realizando a consulta prévia, livre e esclarecida às comunidades indígenas impactadas pelos grandes empreendimentos. Por fim, manifestamos nosso apoio solidário aos povos indígenas e reafirmamos nosso compromisso junto aos missionários e missionárias que fazem e fizeram a historia destes 30 anos de regional Rondônia.
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