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Dom Moacyr

Junho: Mês do Sagrado Coração de Jesus


Estamos no mês das festas juninas, mês de junho, consagrado ao Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da Arquidiocese de Porto Velho, cuja festa vai acontecer no dia 15 de junho.Devido ao calendário da Igreja, a solene celebração acontece oito dias após Corpus Christi, numa sexta-feira.

O Papa João Paulo II elevou a prelazia à dignidade de Diocese em 1980 e de Arquidiocese em 1982. Completando seu trigésimo ano, aarquidiocese de Porto Velho acompanha seu terceiro arcebispo, Dom Esmeraldo, na celebração do Vaticano, na qual receberá no dia 29 de junho, o pálio, através do papa Bento XVI.

Consagrada ao Sagrado Coração de Jesus, a Catedral de Porto Velho faz parte da devoção e da história de fé do povo de Rondônia. Sua construção foi iniciada com a colocação da pedra fundamental em 03 de maio de 1917, e as obras tiveram diversas etapas, sendo consagrada no dia 24 de maio de 1978 por Dom Cármine Rocco, núncio apostólico. A imagem do Sagrado Coração de Jesus chegou em Porto Velho, através de Dom Pedro Massa em 1945 e conserva ainda as cores originais.

Ocardeal Martiniao escrever sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, ressalta que “um dos méritos da encíclica “Haurietisaquas” era justamente ajudar a pôr em relevo o significado profundo dessa devoção, ou seja, o amor de Deus, que desde a eternidade ama o mundo e deu por ele o seu Filho (Jo 3,16; Rm 8,32).Um grande mérito dessa devoção foi, portanto, ter chamado a atenção para a centralidade do amor de Deus como chave da história da salvação. Mas, para perceber isso, era necessário aprender a ler as Escrituras, a interpretá-las de maneira unitária, como uma revelação do amor de Deus pela humanidade. A encíclica marcou um momento decisivo desse caminho.

Como ocorreu e ocorrerá ainda no futuro um desenvolvimento positivo das sementes lançadas pela encíclica no terreno da Igreja? Em um momento fundamental foi o Concílio Vaticano II, em sua constituição Dei Verbum. Ela exortou todo o povo de Deus a uma familiaridade orante com as Escrituras. Daí também as diversas “devoções” recebem aprofundamento e alimento sólido.

O papa Bento XVI escreve na encíclica “Deus caritas est”: “Na história de amor que a Bíblia nos narra, Deus vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos, até a Última Ceia, até o Coração trespassado na cruz, até as aparições do Ressuscitado...”; e conclui: “Cresce então o abandono em Deus, e Deus torna-se a nossa alegria (Sl 73,23-28)”. A questão, portanto, é ler com inteligência espiritual cada vez maior as Sagradas Escrituras, e despertar a atenção para o que está na raiz de toda a história da salvação, ou seja, o amor de Deus pela humanidade e o mandamento do amor ao próximo, síntese de toda a Lei e dos Profetas (Mt 7,12).

Sendo a Catedral um centro de irradiação de fé, queremos, neste mês, lembrar, de modo especial, as congregações religiosas, cujo carisma está profundamente ligado ao Coração de Jesus e àmisericórdia divina. E todas as pessoas que fazem parte do Apostolado da Oração, encontrando nele uma ajuda para viver o cristianismo de maneira autêntica.

De modo especial, saudamos Pe Emilio La Noce e Pe. Franco Albanese, que no dia 29 de junho completam 50 anos de sacerdócio. Devido a sua viagem à Roma, a celebração eucarística presidida por Dom Esmeraldo, será no dia 10 de junho.

Trindade: fonte de missão!

Celebramos hoje a Festa da Santíssima Trindade. Tudo o que temos e somos é obra amorosa deste Deus, Pai, Filho, Espírito Santo que nos é revelado como um Mistério de profunda comunhão.

A festa da Santíssima Trindade, celebrada depois de Pentecostes, nos convida a contemplar esse mistério central de nossa fé, procurando entrar na comunhão de vida com Deus Trino e Uno para assumirmos, com renovado empenho, a tarefa de construir comunhão ao nosso redor, especialmente colaborando para concretizarmos o sonho da Igreja que desejamos: uma Igreja acolhedora e misericordiosa; participativa e libertadora; Igreja: sacramento de comunhão.

O mandato missionário de Jesus a sua Igreja nos revela o coração da Trindade. O desejo de Deus é que a humanidade participe de sua vida de comunhão para a qual fomos criados.

Pelo batismo somos mergulhados na Trindade e ela coloca sua morada em cada um de nós, e começamos a formar parte do povo congregado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Desde a origem da criação, amor trinitário foi derramado sobre a humanidade pelo Espírito Santo, protagonista da missão (RM 21b) e Pai dos pobres. No princípio eram o Verbo e o Espírito. Ambos são inseparáveis. Um é caminho e o outro é guia, junto a Deus Pai, criador do mundo.

Na Festa de Pentecostes, a Igreja inicia a sua missão, revestida “da força do alto” (Lc 24,49).

A criação dos seres humanos à semelhança de Deus e a encarnação do amor redentor de Jesus até a cruz fundamentam nosso compromisso com a realidade do mundo e com o sofrimento do outro. E esse compromisso não é solitário. É comunitário: “No povo de Deus, a comunhão e a missão estão profundamente unidas entre si. A comunhão é missionária e a missão é para a comunhão”.

O discipulado, o envio e a missão “sempre supõem a pertença a uma comunidade” (DAp164,169]. É com essa e nessa comunidade que acreditamos, celebramos e assumimos os nossos compromissos pastorais.
O mistério da Trindade repercute na história como dignidade e responsabilidade de todos os batizados: “Somos chamados a viver e a transmitir a comunhão com a Trindade, pois a evangelização é um chamado à participação na comunhão trinitária” (DAp157).

CORPUS CHRISTI: comunhão de amor

Nós celebramos a solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo na quinta-feira depois da Santíssima Trindade, ou seja, dia 07 de junho, para colocar em evidência precisamente aquela Vida que nos dá a Eucaristia.

Chamados a viver e a transmitir a comunhão com a Trindade, pois a evangelização é um chamado à participação da comunhão trinitária,nos reunimos assiduamente, como as primeiras comunidades de cristãos,para “escutar o ensinamento dos apóstolos, viver unidos e participar do partir do pão e nas orações” (At 2,42).

A comunhão da Igreja se nutre com o Pão da Palavra de Deus e com o Pão do Corpo de Cristo. A Eucaristia, participação de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de Salvação, faz-nos membros do mesmo Corpo (1Cor 10,17). Ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã sua expressão mais perfeita e o alimento da vida em comunhão.

Na Eucaristia, nutrem-se as novas relações evangélicas que surgem do fato de sermos filhos e filhas do Pai e irmãos e irmãs em Cristo. A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência através da qual é chamada a ser reconhecida como seguidora de Cristo e servidora da humanidade.

O novo mandamento é o que une os discípulos entre si, reconhecendo-se como irmãos e irmãs, obedientes ao mesmo Mestre, membros unidos à mesma Cabeça e, por isso, chamados a cuidarem uns dos outros (1 Cor 13; Cl 3,12-14).(DAp 157-161).

A solenidade de Corpus Christi em Porto Velho será celebrada com missa, adoração e procissão, em cada paróquia, em horários diferentes.

Fonte: Arquidiocese


 

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