Sábado, 12 de julho de 2014 - 05h55
Estamos celebrando um ano da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro (23-28/07/2013) e cinco anos do Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base de Porto Velho (21-25/07/2009).
Para as comemorações de um ano da realização da JMJ Rio/2013, Dom Eduardo Pinheiro, presidente da Comissão da Juventude da CNBB, reforça o convite evidenciando que este é um momento de “ação de graças pelos frutos que a Jornada nos tem, ainda hoje, proporcionado”. São inúmeros, como “as areias das praias do mar” (Gn 22,17)!
Os jovens, assim como os discípulos de Emaús, fortaleceram a sua fé, a partir do encontro com Cristo. Impregnada em seus corações a imagem da presença maciça de jovens do mundo inteiro e do papa Francisco: a missa do envio reuniu 3,7 milhões de pessoas expressando o protagonismo de nossos jovens. Era uma multidão de jovens de diferentes países, culturas e línguas; jovens unidos pela mesma fé, sem atos de violências, cultivando a fraternidade, a cultura do encontro e o sonho de construir um mundo melhor.
O testemunho do Papa Francisco e sua imagem de pastor e peregrino, assim como suas palavras, ainda ressoam em nossos corações. Com o olhar centrado nos jovens, deixou sua mensagem: A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo e, por isso, nos impõe grandes desafios. A nossa geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço; isso significa tutelar as condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento; oferecer a ele fundamentos sólidos, sobre os quais, construir a vida; garantir-lhe segurança e educação para que se torne aquilo que ele pode ser; transmitir-lhe valores duradouros pelos quais a vida mereça ser vivida, assegurar-lhe um horizonte transcendente que responda à sede de felicidade autêntica, suscitando nele a criatividade do bem, entregar-lhe a herança de um mundo que corresponda à medida da vida humana; despertar nele as melhores potencialidades para que seja sujeito do próprio amanhã e corresponda ao destino de todos.
E ao final de sua mensagem, o papa reafirmou que os jovens são portadores de uma “sensibilidade especial frente às injustiças”, e se revoltam diante da corrupção. “Nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem com o mal, mas a vencê-lo”.
A Pastoral da Juventude, que está completando 40 anos, conta com 9.183 grupos de jovens da PJ em 2.675 paróquias, segundo informações da PJ nacional, prepara a Semana do Estudante com o tema “Participação estudantil na construção do Projeto Popular para o Brasil” e o lema “Eu vou à luta é com essa juventude, que não corre da raia a troco de nada”.
Motivada pelas palavras do papa Francisco “Ide, sem medo, para servir!”, a Semana do Estudante convida todos os jovens ao protagonismo social; sua realização está marcada para 5 a 11 de agosto e tem como iluminação bíblica a passagem de Mateus 5,13-14: “Vocês são o sal da terra e a luz do mundo”.
O evento tem como objetivo aproximar os jovens estudantes de uma proposta de transformação política para o Brasil, que valorize e consagre a participação popular na tomada de decisões. Com início em 2002, a Semana do Estudante é uma atividade promovida anualmente pelas quatro Pastorais da Juventude, sendo a Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude Estudantil, Pastoral da Juventude do Meio Popular e Pastoral da Juventude Rural e pela Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude. Integra outras atividades permanentes a exemplo da Semana da Cidadania (abril) e do Dia Nacional da Juventude (outubro).
Neste mês de julho fazemos ainda memória do 12º Intereclesial das CEBs realizado em Porto Velho em julho de 2009, com o tema “CEBs: Ecologia e Missão” e o lema: “Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia”. Ocasião em que os clamores da Amazônia ecoaram por todo o país e outras nações: grito dos povos indígenas, ribeirinhos, migrantes; o grito da terra e das cidades; o grito das águas e das florestas.
Como caminham as CEBs? Assim define dom Fernando Panico, bispo de Crato, após a realização do 13º Intereclesial: “Somos uma igreja viva, uma igreja que não envelhece porque o Espírito Santo é a nossa eterna juventude. Como comunidades, enviadas, sobretudo na periferia do mundo, não só na pobreza econômica, mas a tantas outras pobrezas em que o nosso mundo vive”.
Para o coordenador do evento, Pe. Vileci Basílio Vidal, no encontro de avaliação de junho/2014, “o 13º Intereclesial veio revitalizar a vida de nossas comunidades, trazendo a possibilidade de retomar a discussão do que é mesmo a comunidade eclesial de base e o que não é, e assim fortalecer a nova dinâmica de reestruturação das paróquias”.
Nas Conclusões de Santarém (2012) a certeza da caminhada e a reafirmação das CEBs como expressão de uma Igreja viva e samaritana:
As Comunidades Eclesiais de Base tão recomendadas no Doc. Santarém 1972 são expressão de uma Igreja viva e comprometida. Como os bispos já afirmaram em Manaus (2007) elas constituem um dom especial que Deus concedeu à Igreja na Amazônia. São obra do Espírito Santo. O que o Documento de Aparecida afirma, aplica-se de modo especial à Amazônia. As CEBs “têm sido escolas que têm ajudado a formar cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionários do Senhor, como o testemunha a entrega generosa, até derramar o sangue, de muitos de seus membros” (DAp 178).
As CEBs são também uma resposta válida e empolgante para o mundo urbano como resposta ao individualismo e a superficialidade do consumismo. Nas CEBs se vive a dimensão samaritana da compaixão ativa e interajuda, de um coração e mãos abertas para quem sofre ou passa necessidade, mas também a dimensão profética de anunciar continuamente a utopia do Reino e, ao mesmo tempo, denunciar todos os mecanismos e estruturas que impedem a chegada do Reino. É exatamente esta dimensão profética que gerou os mártires da Amazônia. As CEBs constituem-se em família das famílias onde todos se conhecem e querem bem, mas são também centros de oração e meditação da Palavra de Deus para nutrir a mística profunda da vivência na proximidade de Deus. Ele mesmo se revelou como um Deus-conosco e assegurou aos profetas, apóstolos e discípulos: “Eu estarei contigo“ (Ex 3,14; Js 1,9; Jr 1,19; At 18,9-10). Afinal “se Deus está conosco, quem será contra nós“ (Rom 8,31).
No 1º Encontro da Igreja na Amazônia Legal (Manaus 28-31/10/2013) reafirmamos nossa identidade de ser Igreja discípula da Palavra, testemunha do dialogo, servidora e defensora da vida, irmã da criação, missionária e ministerial, que assume a vida do povo, que se articula na paróquia como rede de comunidades e nas comunidades eclesiais de base. A Igreja na Amazônia vive e cresce com características próprias, enraizadas na sabedoria tradicional e na religiosidade popular que durante séculos alimentou e continua a manter viva a espiritualidade dos povos da floresta e das águas, e agora, do mundo urbano. Enfrenta com alegria as dificuldades das distâncias e da falta de comunicação para encontrar e oferecer ao rebanho, confiado a nós pelo Senhor da messe, a luz da Palavra de Deus e a Eucaristia como alimentos que revigoram e animam as forças para viver a comunhão com Deus e cuidar da Amazônia como chão da partilha, pátria solidária, “morada de povos irmãos e casa dos pobres” (DAp 8).
Recentemente a CNBB lançou o documento 100: “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, aprovado em maio durante a 52ª Assembleia após 02 anos de estudo. Em 2013, os bispos tinham aprovado o Estudo 104 “Comunidades de comunidades: uma nova paróquia”, que foi enviado aos regionais e dioceses para que refletissem e enviassem suas contribuições, colaborando, assim, para uma nova versão. Portanto, o Documento 100 é uma nova redação com contribuições das dioceses e assessores da CNBB. Logo na apresentação lemos a Igreja tem sua origem na comunidade, por isso a “Igreja é comunidade”.
O esforço das paróquias em se transformarem em rede de comunidades contribui para sua renovação e fortalecem a comunhão eclesial, testemunhando com eficácia a fé da comunidade.
Para que nos tornemos Igreja, comunidade de comunidades, com espírito missionário é imprescindível a efetiva participação de todos nos destinos da comunidade, pela diversidade de carismas, serviços e ministérios (Diretrizes 98-105).
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