Sexta-feira, 19 de agosto de 2016 - 06h15
Dom Moacyr Grechi
(Arcebispo Emérito de Porto Velho-RO)
Ao longo dos últimos quarenta anos, tive a oportunidade de participar de todas as edições dos Intereclesiais das Comunidades Eclesiais de Base, realizadas de norte a sul do Brasil. Acompanhando a preparação do 14º Intereclesial de Londrina, vejo com entusiasmo as CEBs dos três Regionais do Norte e do Regional Noroeste da CNBB preparando-se para o 1º Encontrão das CEBs na Amazônia, que vai acontecer de 26 a 28 de agosto, na Diocese de Tocantinópolis/TO, Regional Norte3.
Manifestação visível da eclesialidade das CEBs, os Encontros Intereclesiais expressam a comunhão entre os fiéis e seus pastores; congregam bispos, religiosos, presbíteros, assessores, animadores e membros das comunidades e convidados de outras igrejas cristãs e tradições religiosas. Reúnem diversas dioceses para troca de experiência e reflexão teológica e pastoral acerca da caminhada das CEBs (doc. 92/CNBB).
A preparação acontece nas comunidades, paróquias, dioceses e regionais; assim o 1º Encontrão das CEBs na Amazônia poderia ser denominado o “Catorzinho do Nortão rumo ao 14º intereclesial de Londrina”.
Com o tema: “O rosto das CEBs na Amazônia: lutas e esperanças”, este Mini-Intereclesial vai reunir uma expressiva representatividade de quase 15 mil CEBs dos Estados do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Amapá, Pará, Tocantins e norte do Goiás, para celebrar o seu jeito amazônico de ser Igreja: uma Igreja missionária que já nasceu “em saída” (EG 20); Igreja Povo de Deus (LG 1); Igreja samaritana que vive a Palavra de Deus, a partir da vida do povo; “Igreja martirial, ministerial e não clerical, ao serviço da justiça e do mutuo entendimento com todos” (Marins).
Igreja ecológica que partilha os gritos das florestas e das comunidades tradicionais; da terra, das águas e das cidades. “Igreja servidora e defensora da vida, irmã da criação, que se articula na paróquia como rede de comunidades e nas comunidades eclesiais de base” (Concl.Santarém: memoria e compromisso, 2012).
Igreja-Comunidade, que “vive e cresce com características próprias, enraizadas na sabedoria tradicional e na religiosidade popular que durante séculos alimentou e continua a manter viva a espiritualidade dos povos da floresta e das águas, e agora, do mundo urbano” (I Enc.Igreja na Amazonia/2013).
CEBs que “alimentadas pela Palavra, pela fraternidade, pela oração e pela eucaristia, são sinal de vitalidade da Igreja”; são também presença eclesial junto aos pobres, partilhando as suas alegrias e angustias e se comprometendo na construção de uma sociedade justa e solidária” (DG/ CNBB/2015-2019). Que “enfrenta com alegria as dificuldades das distâncias e da falta de comunicação”; que “cuida da Amazônia como chão da partilha, pátria solidária, “morada de povos irmãos e casa dos pobres” (DAp 8).
O 1º Encontrão das CEBs na Amazônia não quer ficar indiferente ao clamor por justiça dos povos indígenas, muito menos à luta dos ribeirinhos, povo quilombola, comunidades migrantes e rurais, comunidades urbanas, principalmente aquelas em situação de ocupação.
Nesta Amazônia cada vez mais urbana, vamos refletir o tema do 14º Intereclesial de Londrina/PR (23-27/01/2018): “CEBs e os desafios no mundo urbano” e com o lema “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7), buscando respostas para a mobilidade humana, sendo fermento no meio do povo de Deus, fortalecendo as CEBS como espaço privilegiado de solidariedade e mudança social; assumindo a Causa em favor da justiça, dignidade e direitos; procurando novos caminhos de colaboração e compromisso entre as Igrejas da Amazônia, sobretudo, fazendo “que a população residente na Amazônia (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, caboclos, mestiços, artesãos, profissionais das mais diversas especialidades) participe efetivamente de todo o processo de desenvolvimento da Região” (D.Luiz S.Vieira).
Pentecostes: Comunidades de rosto humano!
Palavra de Dom Moacyr Grechi – Arcebispo Emérito de Porto Velho
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