Domingo próximo, Dia Mundial das Missões e a Coleta Missionária pela ação evangelizadora dos missionários no mundo. Dia 26 de outubro, o segundo turno das eleições.
As eleições de 05 de outubro contribuíram para que constatássemos que a Lei da Ficha Limpa não é o ponto final das transformações que temos que fazer. Ela foi um passo importante, contudo, o próximo passo deve ser a reforma política por iniciativa popular.
Agora, a nossa responsabilidade é maior: somos chamados a consolidar os valores da democracia, reforçar a soberania da nação, pois “o sujeito da autoridade política é o povo, considerado na sua totalidade como detentor da soberania” (Centesimus annus, n. 46).
Assim, gostaria de reafirmar o que escrevi em 2006: Em meio a tudo o que está acontecendo, devemos ter esperança na construção de uma Rondônia melhor. Nós temos os meios para mudar essa situação. Estamos conscientes de que o voto-cidadão, com participação popular, é uma das melhores formas de promover políticas públicas a serviço do bem comum. Somos convocados a uma ação política iluminada pela convicção de que o voto é de responsabilidade pessoal de cada eleitor, diante de sua consciência, da sociedade e de Deus. Que todos, no livre exercício do dever democrático, possam experimentar a proteção materna de Nossa Senhora! Façamos preces pela nossa Pátria e pelo nosso compromisso em recuperar a dignidade da vida pública do Estado e promover a prosperidade de nosso povo.
Durante a sua visita ao Brasil, o papa João Paulo II, ao celebrar a Missa na Basílica Nacional de Aparecida (04/07/1980), dirigiu-se à Maria como a “Rainha da Paz e Espelho da Justiça, defensora de todos, em particular dos pobres e necessitados, dos socialmente marginalizados e espoliados”. E orou: Fazei que a Igreja do Brasil esteja sempre a serviço da justiça entre os homens e contribua ao mesmo tempo para o bem comum de todos e para a paz social.
Em sua homilia destacou que “neste lugar onde a Virgem, há mais de dois séculos, marcou um encontro singular com a gente brasileira, aqui pulsa, desde então, o coração católico do Brasil”. Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da Salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora.
Maria nos leva a Cristo, como afirma o Concílio Vaticano II: “A função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia e de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece” (LG 60).
Por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco, em sua homilia no Santuário de Aparecida (24/07/2013), ressaltou que a Igreja quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria. Também eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo e solidário.
Pedindo-nos para conservar a esperança; deixar-nos surpreender por Deus e viver na alegria, o papa perguntou: Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe?
Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota. Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele.
Diariamente no Santuário, a oração à Maria pela Pátria, pelo destino da Nação, pelos seus Governantes e pelo aumento da fé, esperança e caridade de todos os católicos brasileiros: Nós vos escolhemos por especial Padroeira e Advogada da nossa Pátria; queremos que ela seja inteiramente vossa; abençoai, defendei, salvai o vosso Brasil!
A Festa da Padroeira, celebrada anualmente no Santuário Nacional de Aparecida para honrar Nossa Senhora como Rainha e Mãe do povo brasileiro começa com uma novena, que neste ano teve como tema: “Ser solidário na dor”.
Inspirada nos mistérios dolorosos, a novena (dias 3 a 11/10) reviveu, ao lado de Maria, o caminho de sofrimento e morte de Jesus, refletindo sobre a realidade de dor que ainda existe na vida do povo mais sofrido.
Meditamos Maria como defensora da dignidade humana, consoladora na dor, lutadora por justiça, acolhedora dos excluídos, socorro dos oprimidos e aflitos, auxiliadora dos promotores da vida, modelo de fidelidade a Deus e ao Evangelho, Mãe compassiva da humanidade, caminho de esperança para o povo.
Este direcionamento baseado nos Mistérios do Terço faz parte da preparação para o Jubileu de 2017, quando serão comemorados os 300 anos do Encontro da Imagem da Mãe Aparecida no Rio Paraíba do Sul. Nos anos anteriores foram os Mistérios Gozosos e Luminosos que motivaram as orações dos devotos.
Ao pé da cruz, na hora suprema da nova criação, Cristo conduz-nos a Maria; conduz-nos a Ela, porque não quer que caminhemos sem uma mãe; e, nesta imagem materna, o povo lê todos os mistérios do Evangelho. Não é do agrado do Senhor que falte à sua Igreja o ícone feminino. Ela, que O gerou com tanta fé, também acompanha “o resto da sua descendência, isto é, os que observam os mandamentos de Deus e guardam o testemunho de Jesus” (Ap 12,17; EG 285).
Não foi uma mulher qualquer, mas uma mulher socialmente pobre e insignificante que foi escolhida para a mais alta dignidade conferida à pessoa humana neste mundo: ser Mãe de Deus. Por que Deus escolheu uma mulher pobre para a mãe do Messias, o Salvador do mundo? escreve meu confrade Clodovis Boff. Isso pertence ao mistério da “opção preferencial pelos pobres” que Deus fez na história da salvação e continua fazendo até hoje.
A importância social e politica que tem a figura da Virgem provem de uma fonte que não é social nem política, mas precisamente espiritual. Como um raio que vem do céu, é a partir de cima que Ela pode incidir aqui embaixo, nas planícies da historia (Mariologia Social). De fato como diz São Paulo: “O espiritual julga tudo e não é julgado por ninguém” (1Cor 2,15).
A celebração de hoje nos ajuda a olhar para a figura de Maria, em sintonia com a maneira como ela é honrada pela Tradição: como aquela que ouviu a Palavra do Senhor, acolhendo-a em sua própria vida, em favor do seu povo que, como ela, esperava a libertação. Refletimos na dimensão da comunidade, sobre o papel de Maria não só como membro do povo de Israel, que esperava o cumprimento da salvação, mas também como discípula do Novo Israel (Est 5,1b-2;7,2b-3). No Evangelho, ela aparece como discípula primeira, aquela que compreendeu a missão de Jesus. Se muitos, dentre o povo de Israel, não acolheram a novidade que vinha de Jesus, Maria representa aqueles que acolheram e que passaram a seguir Jesus. Os sinais de Jesus se destinam a despertar a fé do povo, como convite à festa da Vida (Jo 2,1-11). Mesmo perseguida pelo dragão, a Igreja já desponta como “vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1.5.13a.15-16a). Em meio às dificuldades, às perseguições e até mesmo em meio às suas próprias fragilidades, a Igreja é chamada a se revestir de Cristo, o Sol da justiça que ilumina o mundo.
Na Oração litúrgica, a nossa súplica:Concedei, ó Deus, que o povo brasileiro, fiel à sua vocação e vivendo na paz e na justiça, possa chegar um dia à pátria definitiva.
Possa Maria, espelho da justiça, continuar inspirando o nosso agir e a nossa prática politica, fundamentada na não-violência, compaixão, cuidado com a vida, enfim, numa forma simplesmente mais evangélica de atuar na sociedade.