Domingo, 13 de outubro de 2013 - 00h05
Por ocasião do cinquentenário da Encíclica Pacem in terris (1963-2013), o papa Francisco acentuou os desafios da época e o apelo à paz de João XXIII a todos aqueles que tinham a responsabilidade do poder: “Com a mão na consciência ouçam o clamor angustiado que, de todos os pontos da Terra, das crianças inocentes aos idosos, dos indivíduos às comunidades, se eleva ao Céu: paz, paz!”.
As sementes da paz lançadas pelo Beato João XXIII, que será canonizado em abril de 2014, produziram frutos. E não obstante muros e barreiras tenham caído, o mundo continua a ter necessidade de paz e a exortação da Pacem in terris permanece fortemente atual.
“A todos os homens de boa vontade incumbe a imensa tarefa de restaurar as relações de convivência humana na base da verdade, justiça, amor e liberdade: as relações das pessoas entre si, as relações das pessoas com as suas respectivas comunidades políticas, e as dessas comunidades entre si, bem como o relacionamento de pessoas, famílias, organismos e comunidades políticas com a comunidade mundial. Tarefa nobilíssima, qual a de realizar a verdadeira paz, segundo a ordem estabelecida por Deus” (Pacem in Terris 162).
Mas qual é o fundamento da construção da paz, questiona o papa Francisco? A Pacem in terris deseja recordá-lo a todos: ele consiste na origem divina do homem, da sociedade e da própria autoridade, que compromete os indivíduos, as famílias, os vários grupos sociais e os Estados a viverem relações de justiça e de solidariedade. Então, é tarefa de todos a edificação da paz, segundo o exemplo de Jesus Cristo, ao longo destes dois caminhos: promover e praticar a justiça, com verdade e amor; contribuir, cada qual em conformidade com as suas possibilidades, para o desenvolvimento humano integral, segundo a lógica da solidariedade.
Olhando para a nossa realidade contemporânea, pergunto-me se já compreendemos esta lição da Pacem in terris. Interrogo-me se as palavras “justiça” e “solidariedade” estão apenas no nosso dicionário, ou se todos nós trabalhamos para que elas se tornem realidade. A Encíclica recorda-nos claramente que não pode haver paz e harmonia autênticas, se não trabalharmos em prol de uma sociedade mais justa e solidária, se não superarmos egoísmos, individualismos e interesses de grupo, e isto a todos os níveis.
Que consequências tem a evocação da origem divina do homem, da sociedade e da própria autoridade? A Pacem in terris focaliza uma consequência de base: o valor da pessoa, a dignidade de cada ser humano, que deve ser sempre promovida, respeitada e salvaguardada. E não são unicamente os principais direitos civis e políticos que devem ser garantidos, mas é preciso oferecer inclusive a cada um a possibilidade de ter acesso concretamente aos meios essenciais de subsistência, à alimentação, à água, à casa, aos cuidados médicos, à educação e à possibilidade de formar e de sustentar a própria família. Estas finalidades têm uma prioridade imprescindível nos esforços nacionais e internacionais, e avaliam a bondade dos mesmos. Deles depende uma paz duradoura para todos. E é importante também que haja espaço para aquela rica gama de agremiações e de organismos intermediários que, na lógica da subsidiariedade e no espírito da solidariedade, perseguem tais finalidades.
Sem dúvida, esta Encíclica confirma objetivos e elementos que já fazem parte do nosso modo de pensar.. (no entanto), depois de 50 anos, encontram eles uma referência no desenvolvimento das nossas sociedades? O apelo à paz lançado por João XXIII visava orientar o debate internacional em conformidade com estas virtudes.
E, concluindo suas palavras aos presentes às comemorações do 50º da Pacem in terris (03/10/2013), o papa Francisco afirma que os princípios fundamentais da Encíclica podem orientar fecundamente o estudo e o debate a propósito das “res novae”: a emergência educativa, a influência dos meios de comunicação de massa sobre as consciências, o acesso aos recursos da terra, o bom ou mau uso dos resultados das investigações biológicas, a corrida aos armamentos e as medidas de segurança nacionais e internacionais. A Pacem in terris traça uma linha que vai da paz a ser construída no coração dos homens a uma reconsideração do nosso modelo de desenvolvimento e de trabalho a todos os níveis, para que o nosso seja um mundo de paz.
Diante da urgência de nosso compromisso cristão, Cristo nos confia a missão de construir a paz e partilhar a fé. A fé é um dom precioso de Deus que deve ser partilhado, portanto, “vivamos com alegria a nossa fé, deixemo-nos amar pelo Senhor”.
Neste dia 12 de outubro, orantes, pedimos a proteção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, por todo o povo brasileiro. A Jornada Mariana que acontece neste domingo (13/10) faz parte do encerramento do Ano da Fé (11/10/2012 a 24/11/2013). Estamos vivendo intensamente o mês missionário rumo ao 4º Congresso Missionário Americano e 9º Congr. Missionário Latino Americano (CAM4/Comla 9: 26/11 a 01/12/2013), que será realizado em Maracaibo, Venezuelana, reunindo mais de 4 mil missionários de toda a Igreja continental. Do Brasil seguirão 150 representantes dos Conselhos Missionários Regionais.
A reflexão do lema: “América missionária, partilha tua fé” e do tema: “Discípulos missionários de Jesus Cristo da América, em um mundo secularizado e pluricultural” ajuda-nos a partilhar a fé e viver a experiência do caminho da conversão pastoral e renovação missionária.
A Arquidiocese de Porto Velho prepara-se para receber leigos, padres, seminaristas e religiosos de diversas dioceses do Brasil para a 2ª Experiência missionária (27/12/2013 a 26/01/2014), que serão acolhidos pela paróquia São José, Município de Monte Negro.
Somos enviados pelas estradas do mundo para caminhar com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo. Nessa caminhada missionária, o papa Francisco pede que não esqueçamos um princípio fundamental para todo evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar jamais é um ato isolado, individual, privado, mas sempre eclesial. Para evangelizar é necessário fé, espiritualidade e fraternidade.
Estamos em plena Campanha Missionaria que tem seu ponto mais forte no Dia Mundial das Missões, com a Coleta em favor das obras missionarias no domingo próximo (19 e 20/10/2013). O Dia das Missões é uma ocasião preciosa para nos determos e meditarmos se e como respondemos à vocação missionária: uma resposta essencial para a vida da Igreja.
O anúncio transforma-se em caridade. Cooperamos, neste dia, de modo concreto para obra evangelizadora da Igreja no mundo. A dimensão missionária da Igreja é essencial, e, portanto, deve ser sempre considerada. “É importante que tanto os indivíduos batizados como as comunidades eclesiais estejam interessados, não de modo esporádico e irregular na Missão, mas de maneira constante, como forma de vida cristã” (Bento XVI).
A este elevado sinal da fé que se transforma em caridade, as Pontifícias Obras Missionárias são instrumento para a cooperação com a missão universal da Igreja no mundo. Através da sua ação, o anúncio do Evangelho se transforma em ação de ajuda ao próximo, justiça com os mais pobres, instrução nas aldeias mais distantes, assistência médica em lugares remotos, reabilitação dos marginalizados, apoio ao desenvolvimento dos povos, superação das divisões étnicas, respeito pela vida em todas as suas fases. Com a Coleta 1103 dioceses são mantidas; 117.978 seminaristas maiores e 103.991 menores diocesanos e religiosos recebem auxilio para a formação. As P.O.M. encaminham também a Coleta do Dia das Missões para manter a educação no mundo: são 68.119 escolas maternais, com mais de 6,5 milhões de alunos; 92.971 escolas primárias com 31 milhões de alunos; 42.495 escolas com cerca de 17 milhões de alunos do ensino médio e acompanha 03 milhões de estudantes universitários. Contribuem com instit. de saúde, beneficência e assistência: 5.558 Hospitais, 17.763 Postos de saúde, 561 Leprosários, 18.073 Casas para idosos, 9.956 Orfanatos, 12.387 Jardins de infância, 13.736 Consultórios Matrimoniais, 36.933 Centros de reeducação social, 12.050 outros.
Vivamos este compromisso fundamental da Igreja para que o anúncio do Evangelho ressoe em todos os cantos da terra e sintamos a alegria de partilhar a fé, de evangelizar e construir a paz (EN 80).
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