Segunda-feira, 15 de agosto de 2011 - 20h48
Este é um tempo favorável de valorizar a vocação para a paternidade, pois a maior grandeza da missão paterna é existir para quem deu a vida. “Do grande mistério nupcial deriva uma imprescindível responsabilidade dos pais em relação aos seus filhos. De fato, pertence à autêntica paternidade e maternidade a comunicação e o testemunho do sentido da vida em Cristo: através da fidelidade e unidade da vida familiar, os esposos são, para os seus filhos, os primeiros anunciadores da Palavra de Deus. A comunidade eclesial deve sustentá-los e ajudá-los a desenvolverem a oração em família, a escuta da Palavra, o conhecimento da Bíblia” (VD n.85).
A Igreja conclama as novas gerações, particularmente, aos jovens, para a sacralidade da missão paterna, que deve ser vivida e incentivada dentro do casamento. Ao elevar a Deus as nossas preces pelos nossos pais, queremos suplicar por famílias cujos valores sejam conforme os do Evangelho da Vida, com o compromisso de educação religiosa de seus filhos, como nos adverte os bispos brasileiros: “Por isso, os pais têm o dever de transmitir a fé e dar testemunho do amor a Jesus Cristo e à Igreja, para seus filhos, na qualidade de primeiros catequistas. A espiritualidade conjugal e familiar se expressa na oração em família, na participação na Eucaristia dominical e na dedicação aos serviços pastorais da comunidade. Os pilares da vida e espiritualidade familiar são o diálogo, o afeto, o perdão e a oração, que são expressões do amor conjugal e familiar. Pela graça do batismo e do sacramento do matrimônio, pais e filhos se santificam no cotidiano” (Diretrizes n. 130).
Celebramos neste 20o domingo do Tempo Comum o mistério de nossa fé em Cristo Jesus e a nossa participação no projeto de Deus. A liturgia sugere viver segundo a justiça e o direito(Is 56,1.6-7); fazemos parte de um projeto concreto que é a constituição do povo de Deus na historia(Mt 15,21-28). A salvação de Deus é para todos; quem nos guia é o Senhor e o seu amor e misericórdia são eternos(Rm 11,13-15.29-32).
Missão a serviço do Reino
A vocação de todo batizado é ser discípulo missionário de Jesus, a serviço da vida. É na família, primeira escola da fé, fonte de valores humanos e cívicos que vamos desenvolvendo a nossa vocação cristã.
O nosso batismo, sendo o ato litúrgico de iniciação no cristianismo, é também um ato pelo qual somos incorporados e configurados a Jesus Cristo. Pelo mergulho na fonte batismal os homens e as mulheres são sepultados com Cristo na sua morte para serem pessoas ressuscitadas, plenas de vida (Rm 6,1-11). Pela água da fonte batismal as pessoas são enxertadas em Cristo (Rm 6,3), inseridas no seu Corpo (1Cor 12,13) para, na diversidade de carismas (1Cor 12,4-31), servirem à comunidade e à humanidade. “O Batismo significa e realiza uma incorporação, mística, mas real, no corpo crucificado e glorioso de Jesus”. Portanto, o Batismo é a fonte da comum dignidade dos cristãos e da legitimidade dadiversidade das vocações e dos ministérios(LG 32).
Redimidos e justificados, estamos habilitados a produzir, em abundância, frutos de justiça. No momento em que a Igreja pronuncia liturgicamente a fórmula que rememora a ação de Jesus: “eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo…”,o cristão é inserido não somente em uma comunidade humana imperfeita, como é a Igreja, por mais santa que seja, mas em uma comunhão trinitária.
O cristão, pelo batismo, é vocacionado, chamado pelo Pai a ser ouvinte da Palavra. Adotado como filho bem amado e justificado dos seus pecados, é incorporado a Jesus Cristo. Ungido pelo Espírito para a missão é inserido na Igreja. No batismo, a mesma voz que um dia foi ouvida, declarando Jesus Filho amado, é ouvida por nós. O mesmo Espírito que o ungiu e o enviou em missão (Lc 4,18-19), nos unge e nos consagra para vivermos uma vida nova (At 2,17). A missão de Jesus dá sentido, acompanha e impulsiona o envio missionário do cristão ao mundo (Mt 28,19-20).
No final do evangelho de Mateus (Mt 28,19) e de Marcos (Mc 16,16), Jesus ordena aos seus discípulos: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Os discípulos partem para a missão e batizam as pessoas que abraçam a fé, cumprindo o mandato do Mestre e recordando a cena realizada às margens do rio Jordão, onde o próprio Jesus se fez batizar por João Batista. A observação do ministério de Jesus, desde o seu batismo, abre novos horizontes para a animação vocacional.
Jesus se fez batizar para mostrar o seu compromisso de amor com toda a humanidade. Seu batismo indica ainda o compromisso com a justiça defendida por João Batista e por todos os profetas. Depois de ser batizado, Jesus iniciou um novo e decisivo caminho de fidelidade ao Pai.
O batismo de Jesus manifesta a sua vocação profética e a sua relação amorosa com o Pai. Também o nosso batismo expressa essa relação de amor entre os seguidores de Jesus e o Pai, o qual adota todos como filhos, chamados a construir e habitar no Reino. O batismo é o alicerce da vida cristã e permite compreender a Igreja como a comunidade dos batizados, seguidores de Jesus, abertos à luz do Espírito que nos conduz na missão evangelizadora.
Todos os vocacionados e vocacionadas, ao serem batizados, recebem o mesmo Espírito que animou a vida de Jesus. Os batizados são movidos pelo Espírito que é a força do Pai, geradora de vida no seio de Maria. Deste modo, os cristãos, vivendo segundo o Espírito, assumem, como Jesus, o Verbo que se fez carne, os desafios da humanidade. O centro da vida de todos os batizados é a pessoa de Jesus e sua proposta transformadora de amor e de justiça. Portanto, “pelo batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus; tornando-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão”.
Hoje, para conviver com o acelerado processo de urbanização, com muita razão, pede-se bastante criatividade na animação vocacional. Urge criar, inventar, encontrar saídas rápidas e soluções realistas. Entre as propostas de criatividade certamente ocupa um lugar de destaque a necessidade de maior atenção à questão dos ministérios na Igreja. Muitos deles podem ser a solução para tantos problemas provocados pela urbanização.
Quanto aos jovens, precisamos valorizá-los mais, vendo-os como pessoas humanas, com qualidades e muitas capacidades. Dentro deste prisma, torna-se urgente insistir com as Equipes Vocacionais para que procurem dar mais atenção aos excluídos, aos portadores de algum tipo de necessidade, à diversidade cultural e étnica, com particular atenção aos indígenas, afro-brasileiros, nômades, migrantes e outros grupos ainda bastante desprezados e esquecidos pela sociedade de um modo geral. Determinados preconceitos vocacionais ainda estão presentes em nosso meio, às vezes de forma bem visível, tocando-nos a responsabilidade de superá-los por completo.
Fonte: Pascom
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