Sexta-feira, 18 de junho de 2010 - 18h21
Com a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da Catedral de Porto Velho e dia dedicado à oração pela santificação do clero, estamos encerrando nessa semana o Ano Sacerdotal. Marca também esse momento o Retiro do Clero, cujo Pregador é Dom Frei Ângelo Domingos Salvador, OFMCap, bispo emérito de Uruguaiana/RS que já pregou retiro para os bispos em Itaici.
O Cura d’Ars, Patrono de todos os párocos do mundo, costumava repetir: “O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”. Com São João Maria Vianney evocamos com gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja, mas também para a própria humanidade, de modo particular, para a Arquidiocese de Porto Velho. E podemos também afirmar que as Comunidades Eclesiais que caminham em comunhão com seus sacerdotes são o amor do Coração de Jesus. É em nossa cidade, lugar abençoado, que aparece a centralidade do amor de Deus como chave da história da salvação e mérito da devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Devoção esta que fez surgir em diversas épocas e diferentes países, Congregações religiosas, masculinas e femininas, com o carisma da espiritualidade do Coração de Jesus. Muitas delas convergiram para a nossa Arquidiocese e estão presentes nos municípios e na Capital de Rondônia. Exercem um papel fundamental na missão da Igreja, de modo especial, na educação, saúde e áreas de maiores desafios, assumindo “o rosto amazônico através da encarnação na realidade e de uma evangelização libertadora. Essa encarnação vital, seqüência no atual momento da Amazônia, da Encarnação do próprio Cristo, é anterior e subjacente a toda ação pastoral e supõe uma vontade permanente de conversão ao Verbo Encarnado” (Doc. Santarém,1972).
Conhecemos o trabalho dos padres missionários Combonianos do Coração de Jesus, nas comunidades da Paróquia Nossa Senhora das Graças e agora em São Carlos e Calama. “Muitos rostos, um só coração”: este lema foi repetido por ocasião da canonização de Daniel Comboni.
As Irmãs do Sagrado Coração do Verbo Encarnado estão presentes nos municípios de Machadinho d’Oeste e Cacaulândia e no Bairro Nacional de Porto Velho, junto às CEBs e juventude.
Os padres jesuítas estão à frente das comunidades da Paróquia Santa Luzia; historicamente contribuíram na devoção ao Coração de Jesus. Sua espiritualidade está centrada nos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola que terminam com um exercício singular de contemplação para alcançar o Amor. Santo Inácio acentua o amor como doação mútua, como entrega de vida, manifestada, sobretudo por obras de amor. Da parte de Deus, este amor são os dons que dele recebemos e, mais que estes dons, é ele que se dá a nós, com sua presença, atuação e reflexão nas criaturas. A consciência deste amor pede, de nossa parte, uma resposta de amor. Daí a oração final: "Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade, minha memória, minha inteligência e toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo. “De vós recebi; a vós, Senhor o restituo. Tudo é vosso; disponde de tudo inteiramente, segundo a vossa vontade. Dai-me o vosso amor e graça, que esta me basta".
A Paróquia Nossa Senhora do Perpetuo Socorro tem como pároco o Pe. Genésio P.Silva, também Capelão Militar, da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus,cujo fundador o padre francês Júlio Chevalier escreveu: “Jesus é o primeiro Missionário de seu Coração. Ele foi o primeiro que deu a conhecer aos homens o amor que tem por eles. Em todo o lugar, sempre, em todas as suas ações, Ele está entregue a essa missão, que veio cumprir na terra".
Na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, encontramos os padres do Sagrado Coração de Jesus, conhecidos também como padres Dehonianos que tem como carisma, o Amor-Reparador e a vivencia dos sentimentos do Coração de Jesus em relação aos excluídos da sociedade. Estão inseridos na missão eclesial, em comunhão com a vida da Igreja e os responsáveis locais e a exemplo de Pe.Dehon, procuram viver em sintonia com os sinais dos tempos e em comunhão com a vida da Igreja. “Suplico-vos que respondais às expectativas dos corações humanos, a cada um e a todos, sem distinção", disse-lhes certa vez o Cardeal Wojtyla, que depois assumiria como Papa João Paulo II.
“Muitos rostos, um só coração”, assim a partilha da Espiritualidade do Coração de Jesus, pela presença e atuação missionária de tantas Congregações dedicadas ao Sagrado Coração. A base é Jesus Cristo, o seu Coração, tal como se manifesta no Evangelho. O coração humano de Jesus começa a existir a partir da Encarnação. Desde aquele momento, na Trindade pulsa um coração humano. Esta espiritualidade do Coração de Jesus está presente em todo o Evangelho, está presente na Igreja desde o início (D.Dall'Alba). “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração!" Mt 11,29.
Ao escrever sua mensagem mensal, o provincial dos Missionários do Sagrado Coração nos ajuda a refletir as palavras do profeta Ezequiel 36,26-27: “Dar-vos-ei, um coração novo, porei no vosso íntimo um Espírito Novo, tirarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei no vosso íntimo o meu espírito e farei com que andeis de acordo com os meus caminhos”. Ezequiel vivendo num tempo bem difícil de exploração do povo pelas classes dominantes intui a importância de se refazer a partir de dentro, do próprio coração, associado ao Coração do Criador. Por isso o novo coração necessita do espírito de Deus, para mover-se e cumprir fielmente sua missão.
Chamados a relançar com fidelidade a missão, precisamos revitalizar a novidade do Evangelho, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários (DAp 11). Temos, portanto um desafio a nossa frente: mostrar a capacidade da Igreja de promover e formar discípulos que respondam à vocação recebida e comuniquem em todas as partes, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo (14).
O documento de Aparecida convida-nos a despertar para um grande impulso missionário na Igreja. Necessitamos sair ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades e dos povos para lhes comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo, que tem preenchido nossas vidas de “sentido”, de verdade e de amor, de alegria e de esperança. Não podemos ficar tranqüilos esperando nas Igrejas, precisamos ir em todas as direções para anunciar que o mal e a morte não tem a última palavra, que o amor é mais forte, que fomos libertos e salvos pela vitória pascal do Senhor da história, que Ele nos convoca na Igreja, e quer multiplicar o número de seus discípulos na construção de seu Reino aqui nesta região em que vivemos.
Sejamos testemunhas e missionários em todos os lugares: nas grandes cidades e nos campos, nas montanhas e florestas, em todos os ambientes da convivência social, da vida pública, nas situações extremas da existência, assumindo nossa missão na Igreja. (548)
Somos chamados a “recomeçar a partir de Cristo”, a reconhecer e seguir sua Presença com a mesma realidade e novidade, o mesmo poder de afeto, persuasão e esperança, que teve seu encontro com os primeiros discípulos. Só graças a esse encontro e seguimento, que se converte em familiaridade e comunhão, transbordante de gratidão e alegria, somos resgatados de nossa consciência isolada e saímos para comunicar a todos a vida verdadeira, a felicidade e a esperança que nos tem sido dada a experimentar e nos alegrar. (549)
Somos portanto, convidados para uma missão evangelizadora, na forma de uma Missão Continental, com todas as forças vivas do povo de Deus na Amazônia e na América: sacerdotes, religiosos/as e leigos que se doam, muitas vezes com imensas dificuldades, para a difusão da verdade evangélica. É um anúncio missionário que precisa passar de pessoa a pessoa, de casa em casa, de comunidade a comunidade (550-551). Essa missão evangelizadora abraça com o amor de Deus a todos e especialmente aos pobres e aos que sofrem.
Fonte: Pascom
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