Sábado, 24 de dezembro de 2011 - 17h36
Desejando a todas as famílias e comunidades eclesiais, um Natal feliz e um abençoado Ano Novo, afirmamos o quanto Deus tem sido bom para conosco; 2011 foi um importante ano de avanço para a nossa arquidiocese, temos tantos motivos para louvar o Senhor e buscar sua graça.
“Nós vos confiamos a Deus e à palavra de sua graça” (At 20,32). Com esta mesmo expressão de São Paulo em seu discurso de despedida dos chefes da Igreja de Éfeso, confiamos os irmãos e irmãs da rede de CEBs à Palavra divina que também é juízo, mas, sobretudo graça, que é cortante como uma espada, mas doce como um favo de mel. Ela é potente e gloriosa e nos guia na estrada da história com a mão de Jesus que “amais com amor incorruptível” (Ef 6,24).
“Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco!” (Mt 1,23). Comemoramos hoje o nascimento do Senhor, celebrando a troca de dons entre o céu e a terra, pedindo que possamos participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade (Liturgia do Natal).
Quando Maria, pouco tempo depois da Anunciação, se dirigiu a casa de Zacarias para visitar Isabel, ouviu, precisamente quando a saudava, as palavras pronunciadas pela sua prima, “cheia do Espírito Santo” (Lc 1,41). Para além das palavras que se relacionavam com a saudação do anjo na Anunciação, Isabel disse: “Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor” (Lc 1,45). Estas palavras constituíram o pensamento guia da Encíclica Redemptoris Mater, com a qual o papa João Paulo II teve a intenção de aprofundar o ensinamento do Concílio Vaticano II, quando afirma: “A Bem-aventurada Virgem Maria avançou no caminho da fé e conservou fielmente a união com seu Filho até à Cruz”, “indo adiante” de todos aqueles que, pela via da fé, seguem Cristo.
Ao iniciar esta peregrinação, a fé de Maria encontra-se com a fé de José. Se Isabel disse da Mãe do Redentor: “Feliz daquela que acreditou”, esta bem-aventurança pode, em certo sentido, ser referida também a José, porque, de modo análogo, ele respondeu afirmativamente à Palavra de Deus, quando esta lhe foi transmitida naquele momento decisivo. A bem da verdade, José não respondeu ao “anúncio” do anjo como Maria; mas “fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa”. Isto que ele fez é puríssima “obediência da fé” (Rom 1,5;16,26; 2Cor 10,5-6).
Podemos dizer que aquilo que José fez o uniu, de maneira absolutamente especial, à fé de Maria: ele aceitou como verdade proveniente de Deus o que ela já tinha aceitado na Anunciação. Ele tornou-se, portanto, um depositário singular do mistério “escondido desde todos os séculos em Deus” (Ef 3,9), como se tornara Maria, naquele momento decisivo que é chamado pelo Apóstolo “plenitude dos tempos”, quando “Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher para resgatar os que se encontravam sob o jugo da lei e para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gál 4,4-5;“Redemptoris custos”).
Jesus é o Filho de Deus, a Palavra feito carne (cf. Jo 1,14), verdadeiro Deus e verdadeiro homem, prova do amor de Deus aos homens. Sua vida é uma entrega radical de si mesmo a favor de todas as pessoas, consumada definitivamente em sua morte e ressurreição. Por ser o Cordeiro de Deus, Ele é o Salvador (Jo 14,7).
Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (Lc 4,44) e, ao mesmo tempo, o Evangelho de Deus (Rm 1,3). Cremos e anunciamos “a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus” (Mc 1,1). Como filhos obedientes á voz do Pai queremos escutar a Jesus (Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (Mt 23,8).
Como discípulos seus sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (Jo 6,63.68). Com a alegria da fé somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n’Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação (DAp 102-103).
O nascimento de Jesus é um convite a entender o mistério da encarnação, procurando de coração aberto, escutar e acolher, a vontade do Senhor. Como disse o Concílio: em seu mistério se revela nosso mistério; olhando Ele, reconhecemos o melhor de nós mesmos enquanto criaturas criadas, sustentadas e habitadas por Deus, que nos chama à confiança n’Ele e na radical fraternidade com as outras pessoas. Aquele que conseguiu revelar e viver para Deus como amor infinito e perdão incondicional, preocupado apenas com nosso bem e nossa salvação, convocando-nos a colaborar com Ele para que isto seja possível para todos. Não é possível pensar uma meta maior e sempre podemos estar caminhando até ela. (A.Queiruga)
Para ajudar nesta caminhada, o papa exorta os bispos: “imitemos a Virgem Maria, cuja vida inteira foi um diálogo de salvação. No Espírito Santo Ela concebeu o Verbo, a fim de que Ele se fizesse homem. Aprendamos d'Aquela que viveu silenciosamente até ao fim, ao pé da cruz, quando Ele entregou o próprio Espírito por nós, homens. Dirijamos o nosso olhar Àquela que estava em oração, juntamente com os apóstolos, quando estes imploravam a descida do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. A Virgem Maria não é apenas Aquela que intercede por nós; Ela é também o nosso modelo de vida no Espírito Santo, Aquela da qual aprender como se coopera para a salvação do mundo. Deste modo, havemos de nos tornar colaboradores da alegria e da verdade. Assim como a Virgem Maria se definiu “escrava do Senhor” (Lc 1, 38), também nós devemos sempre sentir-nos humildes “ministros de Cristo” e fiéis “administradores dos mistérios de Deus” (1Cor 4, 1).
Finalizando o mandato episcopal, iniciado em 1998, recordo uma entrevista, no primeiro ano de meu pastoreio aqui em Porto Velho, ao Jornal Opinião de Belo Horizonte. À pergunta sobre como seria meu trabalho pastoral na arquidiocese disse: “meu proposito de aceitar ser bispo aqui foi de escutar e levar em frente a caminhada, como vinha sendo levado por dom José e por essa Igreja. Assumimos o plano de pastoral, aquilo que já existia e estamos tentando levar a frente. Nesse meio tempo a minha prioridade é conhecer as paróquias. Estamos visitando uma após outra. O que percebo é muita vitalidade nas paróquias. Acredito que há muita gente disponível, preparada para o trabalho pastoral”.
Deus esteve sempre conosco ao longo desses treze anos de mandato e nunca faltou a sua graça para levar adiante nossa vida de serviço à Igreja e nossa missão de pastor. Nunca faltou a generosidade de milhares de colaboradores presbíteros, religiosos, leigos e leigas.
Deus nos abençoe e, na certeza de que Ele está conosco, continuemos a caminhada com serenidade e renovado entusiasmo missionário.
Fonte: arquidiocese
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