Segunda-feira, 12 de dezembro de 2011 - 20h41
Existem pessoas que são verdadeiros signos de esperança. Sinalizam e testemunham com a própria vida a alegria do encontro com Cristo, o otimismo de viver em comunhão.
Assim, neste Advento, João Batista apresenta-se como testemunha da luz. Seu apelo é um convite à mudança de vida, a partir de nosso interior e do reconhecimento e confissão de nossos pecados. “Eu sou a voz que grita no deserto: aplainai o caminho do Senhor” (Jo 1,23).
Nestes dias que antecedem o Natal, é importante que voltemos para nós mesmos e confrontemos nossa vida com sinceridade, deixando-nos iluminar pela luz Daquele que é "o Maior" e se torna pequeno. “Na sequência dos dias e das noites, flui um anúncio, transmite-se uma mensagem. Assim é o sol quando se levanta, para percorrer o céu de um extremo ao outro. Nada há quem escape ao seu calor e energia” (Sl 19/18,7).
E Cristo chega novamente como um “sinal de contradição”, pedra de tropeço, causa de queda para uns e de reerguimento para outros.
O Natal é a proclamação de que a presença e ação divinas se revelam permanentemente em todo ser humano ao qual Jesus se uniu ao nascer neste mundo. O terceiro domingo de advento é conhecido como o domingo da Alegria. Que o Senhor nos conceda a alegria e a coragem de seu Espírito para preparar novos caminhos de amor solidário para este Natal.
O amor tem um lugar privilegiado na vida de Jesus e ao tratar do aspecto humanamente divino e divinamente humano de Cristo, o jesuíta Carlos Palácio afirma que não só porque constitui um (senão o) eixo central da mensagem de Jesus (“amai-vos como eu vos amei: nisto conhecerão que sois meus discípulos”; o amor a Deus e ao próximo é o resumo de toda a Escritura cristã, segundo Jesus), mas porque o modo de Jesus viver o amor opera uma reviravolta na nossa maneira humana de pensar o amor. E a resposta ao que foi a vivência do amor por Jesus nos é dada pelo impacto produzido por Jesus nas pessoas que entravam em contato com ele.
Não é por acaso que (entre a variedade de pessoas e relações que tecem a vida de Jesus) os preferidos de Jesus, os que de maneira quase instintiva o percebem como uma “boa notícia” para as suas vidas, são os que os evangelhos chamam os “pequenos”: pobres, doentes, pecadores, prostitutas, enfim todos os excluídos do convívio social e religioso com os quais Jesus convive e se senta à mesa para devolver-lhes a dignidade e integrá-los na vida. Essa é uma primeira aproximação que ilumina a questão de como Jesus viveu o amor: numa vida realizada na entrega aos outros.
Novena do Natal em Família!
Iniciamos nesta semana a Novena do Natal em Família. “Jesus está presente em meio a uma comunidade viva na fé e no amor fraterno” (DA 256). Ali Ele cumpre sua promessa: “Onde estão dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mt 18,20).
A Novena do Natal é uma das grandes riquezas na nossa caminhada pastoral. Ela vem fortalecer a nossa caminhada pastoral de discípulos missionários neste chão da Amazônia. Vem aumentar a esperança do povo e trazer alegria às comunidades, união às famílias que com gestos simples e concretos, fazem a partilha acontecer.
Jesus continua nascendo entre nós, e muitos são os sinais: mutirões, luta pela terra, respeito ao nosso Bioma, cuidado com a água, defesa dos povos tradicionais. Cuidado que para nós, evangelizadores e missionários, significa solidariedade com os indígenas, migrantes, quilombolas; com as famílias dos centros urbanos, das periferias, da área rural e ribeirinha.
Jesus é um contínuo convite para que nós, discípulos missionários, possamos segui-lo em meio às diferenças e desencontros. O encontro com Cristo é acolhimento da graça do Pai que, pela força do Espírito, revela o Salvador e atua no coração de cada pessoa, possibilitando-lhe esta resposta (DGAE 7).
O discípulo missionário está unido a toda Igreja. Sabe que, no mistério do Deus-Comunhão, ele será sempre um irmão entre irmãos (DGAE 13).
Cristo, nascido da Virgem Maria, é realmente o Verbo de Deus que Se fez um de nós (Jo 1,14); é a “Palavra de Deus, o Filho eterno do Pai feito homem” (VD 6). É Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, manifestação plena do amor radical, que se entrega pelos pecadores (Rm 5,8) e seu desejo de salvação não é simplesmente aguardar os que O buscam. Jesus Cristo é incessante e eterna entrega, dom de si para o outro (DGAE 7).
Valorizamos a Novena de Natal por ser “uma forte expressão de fé” (DA 258) das nossas Comunidades Eclesiais de Base. Refletem a piedade popular como lugar de encontro com Jesus Cristo e “uma sede de Deus que somente os pobres e simples podem conhecer” (EN 48). É o momento de encontro das famílias, de oração e de reflexão voltada para as questões da ecologia e da missão e aos problemas do dia-a-dia familiar. Gestos concretos e opções pastorais claras em favor da comunhão e da missão. Gestos que começam na própria casa. Comunidades Eclesiais de Base são lugar de vivência fraterna, ao redor da Palavra e da Eucaristia, como um ensaio concreto de relações novas a serviço dos mais pobres e como fonte de uma mística capaz de alimentar a resistência diante da lógica do lucro e da dominação (TB/CF 2008 n. 333).
Preparemo-nos bem para viver o Natal Fraterno, a exemplo da Família de Nazaré, exemplo vivo de harmonia familiar, modelo para todas as nossas famílias. Para todos que participam desta Novena, as bênçãos do Menino Jesus.
Não deixemos nenhuma família de fora da Novena, não excluamos ninguém dessa festa do encontro com Jesus. Vamos nos unir e manter nossa fé; juntos, contemplemos o rosto do Deus Menino em todas as pessoas.
Organizemos o “dia da partilha”.
Celebremos o Natal agradecendo todas as bênçãos de 2011, abrindo nosso coração para as Boas Noticias de 2012.
Fonte: Arquidiocese de Porto Velho
Pentecostes: Comunidades de rosto humano!
Palavra de Dom Moacyr Grechi – Arcebispo Emérito de Porto Velho
Páscoa do povo brasileiro - Por Dom Moacyr Grechi
Hoje reafirmamos a nossa fé na ressurreição de Cristo; somos uma Igreja Pascal. Na oração do Credo, proclamamos a ressurreição dos mortos e a vida ete
Verdade libertadora! Por Dom Moacyr Grechi
A Igreja, convocada a fortalecer o povo de Deus na atual conjuntura, é chamada a estar ao lado daqueles “que perderam a esperança e a confiança no B
Lugar seguro para viver! - Por Dom Moacyr Grechi
Diante do aumento da violência agrária que atinge trabalhadores rurais, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pescadores artesanais, defensores de di