Sábado, 15 de janeiro de 2011 - 20h02
O novo ano já vem marcado com tragédias e muitas vidas ceifadas. Estamos sendo interpelados pelo sofrimento das vítimas das enchentes, que clamam por nossa solidariedade e pela força da natureza que pede respeito e cuidado.
“A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22) é o lema da Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema: “Fraternidade e a Vida no Planeta” nos convida a ser uma Igreja samaritana que não fica indiferente na presença de tantos irmãos e irmãs que esperam mãos generosas, que os ajude a sobreviver em sua caminhada para o Pai.
Na oração da Campanha da Fraternidade encontramos uma resposta aos acontecimentos destes dias: “Senhor Deus, nosso Pai e Criador, a beleza do universo revela a vossa grandeza, a sabedoria e o amor com que fizestes todas as coisas, e o eterno amor que tendes por todos nós. Pecadores que somos, não respeitamos a vossa obra, e o que era para ser garantia da vida está se tornando ameaça; a beleza está sendo mudada em devastação,e a morte mostra a sua presença no nosso planeta. Que neste tempo nos convertamos e vejamos que a criação geme em dores de parto, para que possa renascer segundo o vosso plano de amor, por meio da nossa mudança de mentalidade e de atitudes. E, assim, como Maria, que meditava a vossa Palavra e a fazia vida, também nós, movidos pelos princípios do Evangelho, possamos celebrar na Páscoa do vosso Filho, nosso Senhor,o ressurgimento do vosso projeto para todo o mundo”
Novamente iniciamos o ano enterrando nossos mortos pelas inundações, quedas de encostas e morros, devastação de casas e cidades; e nos abrimos ao mistério da vida, com o coração cheio de esperança, a solidariedade toma forma, pois este é o novo rosto do amor.
O compromisso social tem sua raiz na própria fé. O interesse autêntico e sincero pelos problemas da sociedade nasce da solidariedade para com as pessoas e do encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo. É sinal privilegiado do seguimento daquele que veio para servir e não para ser servido, devendo ser manifestado por toda a comunidade cristã e não apenas por algum grupo ou alguma pastoral social. Uma comunidade insensível às necessidades dos irmãos e à luta para vencer a injustiça é um contra-testemunho e celebra indignamente a própria liturgia. Esta não é
comunidade missionária, empenhada na promoção da vida em plenitude que Jesus veio trazer (Diretrizes Gerais).
A Campanha da Fraternidade de 2011 aborda o tema do aquecimento global e das mudanças climáticas. Considerando as intempéries climáticas que estão sistematicamente assolando as populações, de forma cada vez mais intensa e em quantidade sempre crescente, a temática é plenamente justificável.
A atual crise ecológica exige o resgate da responsabilidade ética que motive e faça convergir ações de cunho social até de alcance planetário, visando o cuidado deste imenso ser vivo chamado planeta Terra.
Felizmente, temos, na história, exemplos de momentos particularmente difíceis enfrentados com empenho criativo e solidário pela humanidade, avançando em direção a um futuro melhor.
A opção pela vida é o grande referencial. Assim tem sido e esta opção precisa ser reafirmada, recolocando no centro da pauta da humanidade o cuidado com o mundo vital(TB 93-95).
75 anos
Ao completar 75 anos de existência (19/01), convido você, meu irmão, minha irmã, a agradecer a Deus pelo dom da vida, do sacerdócio, do chamado episcopal e a celebrar a misericórdia de Deus em toda minha caminhada de fé, pedindo ao Senhor Deus, forças para dar prosseguimento à missão reservada pela gratuidade divina.
A idade de 75 anos é a marca delimitada pela Igreja para que o presbítero e o bispo se tornem eméritos, por isso, nesta data estou apresentando ao Papa, meu pedido de renuncia conforme determina o Código de Direito Canônico.
Diante do chamado ao ministério episcopal e durante o ritual da consagração invoquei: “Deus de verdade, fazei do vosso servidor um Bispo vigoroso, um Bispo santo na sucessão dos santos Apóstolos”. E neste ano abençoado que completo 50 anos de sacerdote, 39 anos de bispo sou “chamado a prosseguir o caminho de perfeição com maior intensidade para chegar à estatura de Cristo, Homem perfeito”.
O documento “Pastores Gregis” define o caminho espiritual do Bispo como o verdadeiro ministro da comunhão e da esperança para o povo santo de Deus. Na realidade, não é possível estar ao serviço dos homens, sem primeiro ser “servo de Deus”. E o bispo não pode ser servo de Deus, se não for um “homem de Deus”.
O caminho espiritual do Bispo, como, aliás, o de todo o fiel cristão, tem sem dúvida a sua raiz na graça sacramental do Batismo e da Confirmação. Esta graça irmana-o com todos os fiéis, pois, como observa o Concílio Vaticano II, os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Aqui se aplica de modo especial a afirmação bem conhecida de Santo Agostinho, cheia de realismo e sabedoria sobrenatural: “Atemoriza-me o que sou para vós; consola-me o que sou convosco. Pois para vós sou Bispo; convosco sou cristão. Aquilo é um dever; isto, uma graça. O primeiro é um perigo; o segundo, salvação”.
Doravante, as motivações e a comunhão com Deus destes 75 anos deverão me acompanhar. Sobretudo, a vivência do ministério pastoral, os desafios missionários da Amazônia, que não foram poucos, a colegialidade episcopal e presbiteral; o testemunho de fé de tantos homens e mulheres das Comunidades Eclesiais de Base.
Na ação pastoral de promover e defender a unidade da fé seguimos as diretrizes da CNBB e o plano de evangelização para toda a América Latina, de formar pessoas que sejam discípulos missionários através de uma sólida formação bíblica e catequética, vivência comunitária e compromisso social e transformador em vista de uma sociedade mais justa e solidária.
Na missão de ensinar e anunciar o Evangelho de Cristo a esta porção do povo de Deus presente na Amazônia podemos contar com colaboradores diligentes, dedicados e fiéis: o presbitério formado pelos sacerdotes diocesanos e religiosos, as missionárias religiosas, a Coordenação de Pastoral com quase dois mil catequistas na área urbana, rural e ribeirinha, além das lideranças: leigos, homens e mulheres comprometidos com a evangelização nas pastorais e diversos ministérios. Em nosso magistério episcopal, contamos com a Pastoral de Conjunto que mantém a unidade e vitalidade entre as paróquias, comunidades, pastorais, organismos, movimentos, serviços e ministérios em geral, trabalhando para a edificação do Corpo de Cristo.
Em todo o ministério episcopal jamais faltou a presença materna da Virgem Maria, invocada pela Igreja como Mater spei et spes nostra e é a Ela que nos entregamos para que na devoção autêntica e filial a Maria, assumamos o seu Fiat e atualizemos em cada dia a entrega que Jesus fez de Maria, quando Ela estava de pé junto à Cruz, ao Discípulo e do Discípulo amado a Maria (Jo 19, 26-27).
Fonte: Arquidiocese de Porto Velho - RO / Pastoral da Comunicação
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