Domingo, 21 de maio de 2017 - 21h34
Diante do momento histórico que estamos vivendo, o mais decisivo desde o golpe, a reação popular é inevitável; em meio às manifestações ecoa o grito dos excluídos contra um governo formado por corruptos; no grito dos povos indígenas, comunidades rurais e quilombolas, ribeirinhos e atingidos por barragens, trabalhadores do campo e da cidade, muita violência, assassinatos, sofrimento.
Diante da crise ética, política, econômica e social, a mobilização contra as reformas de exclusão que tira os direitos conquistados com muita luta pelo povo brasileiro e já garantidos pela Constituição Federal de 1988 se faz necessária; pois o povo, além da defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade, quer participar e contribuir buscando o melhor para nossa gente, principalmente os mais fragilizados.
No Brasil, os movimentos sociais, coletivos, grupos, organizações, ativistas e todo o campo democrático da sociedade têm oferecido resistência através de amplas manifestações contra as regressões de direitos, o avanço da onda conservadora e de violência em todo o país. (Até aqui) foram duras as lutas para fazer avançar o processo democrático, não se pode descuidar de sua consolidação e admitir retrocessos. É necessário fortalecer o tecido associativo da diversidade de sujeitos coletivos, identidades, formas de organização e vozes, apoiando a cidadania ativa, instituinte e constituinte, em sua ação direta (Ibase).
Vocês os mais humildes, os explorados, os pobres e excluídos, podem muito; ouso dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, em suas mãos, em sua capacidade de se organizar e promover alternativas criativas, na busca cotidiana do trabalho, teto e terra; não se intimidem, exorta-nos o papa Francisco.
“O fruto da justiça é semeado na paz” (Tg 3,18). A Nota da CNBB sobre o Momento Nacional (19/05): “Pela Ética na Política” afirma que “a superação da grave crise vivida no Brasil exige o resgate da ética na política que desempenha papel fundamental na sociedade democrática”.
A vigilância e a participação política das nossas comunidades, dos movimentos sociais e da sociedade, como um todo, muito podem contribuir para elucidação dos fatos e defesa da ética, da justiça e do bem comum.
Urge um novo modo de fazer política, alicerçado nos valores da honestidade e da justiça social. Lembramos a afirmação da Ass. Geral da CNBB: “O desprezo da ética leva a uma relação promíscua entre os interesses públicos e privados, razão primeira dos escândalos da corrupção”. E as palavras do Papa Francisco: “Na vida pública, na política, se não houver a ética, uma ética de referimento, tudo é possível e tudo se pode fazer”. Além disso, é necessário que saídas para a atual crise respeitem e fortaleçam o Estado democrático de direito.
Considero oportuno, neste contexto, a releitura do Documento 91 “Por uma reforma do Estado com participação democrática”, lançado em março de 2010 pela CNBB, pois, além de analisar a trajetória do País, valorizando as conquistas sociais, oferece uma contribuição para o diálogo nacional sobre o que precisa ser modificado, em uma verdadeira “Reforma do Estado”, para a construção de uma “sociedade efetivamente democrática e participativa”.
Lembro ainda as palavras de Dom Luiz Vieira de Manaus, durante o lançamento do documento: “a crise no País é mais complexa, é algo maior; é necessário que todos repensem a crise de forma mais profunda para uma nova civilização que se desponta”. Na ocasião, o Conselho Nacional dos Leigos reconheceu que “que nós cristãos estamos devendo muito para a nação brasileira; o campo político está apodrecido devido à ausência do “sal, luz e fermento” que nós cristãos devíamos ser”.
Em nossa caminhada pascal, os sinais da presença do Ressuscitado nos deram a certeza de que neste nosso tempo, Cristo Ressuscitado caminha conosco, pelas estradas do mundo; certeza do quanto somos por ele amados, perdoados e reunidos na sua comunhão; certeza de que este é o tempo da ação de Deus em favor do seu povo.
Através do discurso de despedida de Jesus, recordamos nossa missão cristã de testemunhar Cristo Ressuscitado e transformar o mundo, para que a Igreja seja um sinal da presença do Ressuscitado através dos cristãos de todos os tempos.
“A fé é um caminho que não está previamente traçado; é um percurso a ser feito urgente é colocar-nos no caminho, sendo presença do Cristo ressuscitado no coração do mundo” (R. Gravel). Na Igreja de Jesus precisamos urgente de comunidades cristãs marcadas pela experiência viva de Jesus onde todos possam viver o amor ao próximo e tornar viva a presença do amor de Deus.
Nesta semana, que antecede a Ascensão de Jesus e prepara-nos para a Festa de Pentecostes, somos chamados a dar as razões de nossa esperança (1Pd 3,15-18); a ser uma presença libertadora na comunidade e a viver em comunhão com todos que partilham a mesma fé, na certeza de que toda dor e luta fazem parte dos projetos de Deus (At 8,5-8.14-17).
Jesus anuncia para breve seu desaparecimento deste mundo; o mundo não mais o verá (Jo 14,15-21). Mas os fiéis o verão, pois eles estão nele, como ele está neles. Tudo isso, com a condição de guardar sua palavra, observar seu mandamento de amor: na prática da caridade, ele fica presente no meio de nós e seu Espírito nos assiste (Konings).
Espírito Santo: nosso Defensor e Advogado, chamado por Jesus “o Espírito da Verdade”. Espírito que nos convida “a viver na verdade de Jesus no meio de uma sociedade onde à mentira se lhe chama estratégia; à exploração, negócio; à irresponsabilidade, tolerância; à injustiça, ordem estabelecida; à arbitrariedade, liberdade; à falta de respeito, sinceridade” (Pagola).
Papa Francisco quando nos fala que o povo de Deus está sempre em caminho rumo à segunda plenitude dos tempos, quando o Senhor virá, no final, para ser tudo em todos, destaca que há outra plenitude dos tempos, a terceira: a nossa, pois, cada um de nós está em caminho rumo à plenitude do próprio tempo. Cada um de nós chegará ao momento do tempo pleno e a vida acabará e deverá encontrar o Senhor. E este é o nosso momento. Pessoal.
Jesus enviou o Espírito Santo para que pudéssemos ir em caminho e é justamente o Espírito que nos impulsiona a caminhar: esta é a grande obra de misericórdia de Deus e cada um de nós está em caminho rumo à plenitude dos tempos.
Mas não caminhamos sozinhos. Do Rio Paraíba ao Madeira: Mãe Aparecida vem nos visitar e todo Povo de Deus da Arquidiocese de Porto Velho é chamado para colocar-se em caminho fazendo-se presente e participando da Visita Jubilar de Nossa Senhora Aparecida e da Festividade de nossa Padroeira: Nossa Senhora Auxiliadora.
Hoje, 22 de maio, a imagem Jubilar está visitando os Presídios e às 15h45 chega à Catedral, para o 2º dia do Tríduo com o tema: Maria, a discípula do Filho Amado. Às 18h15: Celebração Eucarística em seguida, às 19h15: Cantata Mariana com Cantores e Tocadores das Paróquias.
Na 3ª Feira (23/05), às 06h: Alvorecer com Maria (Juventude); das 07h até 16h45: Louvores à Maria (Pastorais, Movimentos, Serviços e Organismos). Às 17h no Pátio da Catedral: 3º dia do Tríduo com o tema Maria e a Amazônia. Às 18h: Solenidade de nossa Padroeira, Nossa Senhora Auxiliadora, Celebração Eucarística, Bênção aos doentes.
Dia 24, 4ª Feira, na Catedral, das 06h às 11h: Ave Maria, Serenata Mariana, Orações, benção e reflexão do tema Maria e a Evangelização. Às 15h30, Concentração das Comunidades, Paróquias, Movimentos, Associações, Organismos, instituições e toda a população urbana, rural, indígena, migrante e ribeirinha na Estrada de Ferro Madeira Mamoré. O barco com a imagem Jubilar sairá às 15h30 do Porto em direção à Estr. Madeira Mamoré. A recepção da Imagem Jubilar será feita pelos povos tradicionais (indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pescadores, seringueiros, entre outros). Os Ferroviários levarão a imagem na cegonha pelos trilhos da Madeira Mamoré até o local da Celebração.
Às 17h Celebração Eucarística dos 300 anos do Jubileu de Nossa Senhora Aparecida na Arquidiocese de Porto Velho (transmissão ao Vivo/TV Aparecida).
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