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Dom Moacyr

Outubro, eleições e mês missionário


 

Iniciamos Outubro, o mês missionário com as eleições e a 2ª mobilização nacional da Campanha “Ficha Limpa” (dias 1º a 5 de outubro) visando a coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de iniciativa popular que objetiva dar transparência à vida pregressa dos candidatos. A Campanha precisa alcançar 1,3 milhão de assinaturas para encaminhar o Projeto de Lei à Câmara dos Deputados. Hoje, dia das eleições municipais, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral pretende coletar o maior número de assinaturas, aproveitando que os eleitores estarão com seus títulos eleitorais em mãos. Durante todo o dia os postos de coleta serão montados ao lado de fora das seções eleitorais. Segundo informações do MCCE,a Associação dos Magistrados Brasileiros  já enviou carta a todos os juízes do país informando sobre essa ação durante a mobilização nacional. Esclarecemos que a coleta de assinaturas para o projeto de lei é independente de qualquer candidato às eleições municipais. Durante a semana, as secretarias paroquiais também coletam assinaturas.

A Festa de São Francisco de Assis que faz parte da tradição da população de nossa Capital, desde sua origem, foi marcada pela procissão em honra do padroeiro da Ecologia e pela fé dos devotos de São Francisco. Dele aprendemos o cuidado e o amor à terra, aos nossos rios, a luta pela preservação da água e das florestas e pela defesa da vida que supõe a prática da justiça ecológica e a luta pela igualdade social, incluindo todos os povos e culturas. Lembramos aqui as comunidades das religiosas franciscanas e os frades capuchinhos da Arquidiocese de Porto Velho e sua atuação junto às comunidades indígenas através do CIMI.
  
Algumas Paróquias estão em festa nesta semana: A Igreja Nossa Senhora do Rosário celebra sua padroeira no dia 07, às 18h, com procissão luminosa, missa e quermesse.  O Círio de Nazaré acontece no dia 12 saindo da Igreja Nossa Senhora das Graças às 7h até a Igreja Nossa Senhora de Nazaré. Dia 12 é dia de Nossa Senhora Aparecida, uma das maiores festas católicas do país que se estende nas nossas comunidades ribeirinhas e de Machadinho d’Oeste, Alto Paraíso entre outras. A Virgem Maria está constantemente presente nesta caminhada de fé do Povo de Deus em direção à luz (R.Mater 35). É para Maria, a ícone mais perfeita da liberdade e da libertação da humanidade e do cosmos, que a Igreja, da qual ela é Mãe e modelo, deve olhar, a fim de compreender na sua integralidade o sentido da própria missão. (R.Mater 37)

Não podemos esquecer dois grandes missionários: Santa Teresa do Menino Jesus, conhecida como Santa Teresinha de Lisieux, Padroeira das Missões há 80 anos (dia 01), cujos pais serão beatificados no próximo dia 19 de outubro. E São Daniel Comboni (dia 10); com eles, as irmãs carmelitas de Buritis, incansáveis missionárias junto às Comunidades Eclesiais de Base e todos os padres combonianos que trabalharam e atuam entre nós com verdadeiro espírito missionário.
  
Para celebrar a vida e ressaltar aspectos positivos da vida e dignidade humana, a Pastoral Familiar nos convida, nesta Semana Nacional da Vida promovida pela CNBB (dias 1º a 7 de outubro) a refletir o tema  “A Inviolabilidade do Direito à Vida”. O objetivo da Semana é celebrar anualmente o dia do Nascituro (dia 08) e colocar em evidência o valor da vida e da dignidade humana que são bens inegáveis e inestimáveis. Queremos destacar o trabalho abnegado de milhares de mulheres, jovens e homens que se dedicam ao serviço das  pastorais sociais, sobretudo, a Pastoral da Criança, Carcerária, da Saúde, do jovens, da Pessoa Idosa, e Carcerária.

Em sua luta em defesa da vida, a CNBB lançou uma Nota no dia 25 de setembro esclarecendo a posição da Igreja Católica a respeito da doação de órgãos de pessoas com morte encefálica comprovada. A questão tem sua relevância, dado o grande número de pessoas que estão à espera de algum tipo de órgão. Recordamos antes de tudo a Palavra do Senhor, que diz: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Guiados pela luz do evangelho, vemos na doação voluntária de órgãos um gesto de amor fraterno em favor da vida e da saúde do próximo. É uma prova de solidariedade, grandeza de espírito e nobreza humana.
  
O magistério da Igreja tem se manifestado favorável à doação voluntária de órgãos. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “a doação gratuita de órgãos após a morte é legítima e pode ser meritória” (n. 2301). A encíclica Evangelium Vitae ensina: “merece particular apreço a doação de órgãos feita segundo normas eticamente aceitáveis para oferecer possibilidades de saúde e de vida a doentes, por vezes já sem esperança” (n. 86). O Papa João Paulo II por ocasião do 18º Congresso Internacional sobre Transplantes de Órgãos, dizia: “A doação de órgãos é uma decisão livre de oferecer, sem recompensa, uma parte do próprio corpo em benefício da saúde e do bem-estar de outra pessoa”. (Roma 29 de agosto de 2000).

Manifestamos nossa solidariedade para com milhares de pessoas que estão em lista de espera, na expectativa de receber algum órgão para sua sobrevivência, recuperação e saúde. Encorajamos as pessoas e especialmente as famílias a que – livre, conscientemente e com a devida proteção legal – doem órgãos como gesto de amor solidário em consonância com o evangelho da vida. Certamente estamos diante de um gesto nobre e comovente: um sim à vida. Aproveitamos a ocasião também para recordar que a moral católica considera lícita não apenas a doação voluntária de órgãos, bem como os transplantes. Encorajamos a todos a colaborarem sempre mais com as doações de sangue e de medula óssea, tão necessárias.

No entanto, destacamos que a doação de órgãos exige rigorosa observância dos princípios éticos que proíbem a provocação da morte dos doadores, a comercialização e o tráfico de órgãos. Sejam conscienciosamente respeitadas a inviolabilidade da vida e a dignidade da pessoa. A ética determina, ainda, que o consentimento do doador ou de sua família seja livre e consciente, após ter recebido todas as informações requeridas.
  
A Lei Federal nº 10.211 de 23 de março de 2001, determina que a família tem o direito de decidir a doação de órgãos da pessoa em estado de morte encefálica; assim, aqueles que se dispõem à doação, devem manifestar previamente aos familiares a sua intenção. O Sistema Nacional de Transplantes é que decide sobre os critérios de destinação justa dos órgãos doados e sobre a organização das listas de espera, evitando e coibindo toda tentativa de comércio de órgãos.
  
A doação de órgãos não contraria à fé cristã na ressurreição final, pois “Deus dá vida aos mortos e chama à existência o que antes não existia” (Rm 4,17). Todos aqueles que se dispõem a doar órgãos aos irmãos, tenham a certeza de que o amor e tudo o que se faz por amor permanecerão para sempre: “o amor jamais acabarᔠ(1Cor 13,8).

Concluindo, “Vida para Todos os Povos” é o tema da Campanha Missionária de 2008, que retoma a Campanha da Fraternidade: “Escolhe, pois, a Vida” (Dt 30,19). Outubro deve ser um momento forte de animação missionária em todas as paróquias e comunidades de nossa Igreja, rumo ao 12º. Intereclesial das CEBs: terço e vigília missionária, celebração do Dia Mundial das Missões (dia 19), dia reservado aos católicos de todo o mundo para especial colaboração pessoal na ação missionária da Igreja, mediante contribuição financeira, oração e sacrifício.

Pedimos ao Senhor nosso Deus, que enviou ao mundo seu Filho, como luz para todos os povos, por todos os missionários e missionárias que proclamam o Evangelho da Vida. Derramai sobre eles Vosso Espírito de amor, para que permaneçam fiéis no ardor missionário, até que em todas as nações se consolide “um novo céu e uma nova terra”. (Oração Missionária 2008)

Fonte: Pastoral da Comunicação

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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