Terça-feira, 31 de julho de 2012 - 19h22
A juventude continua sendo o destaque na Igreja Local e do Brasil, pois, os jovens do mundo inteiro preparam-se para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ)de 2013 (23 a 28/07) na cidade do Rio de Janeiro.
Os jovens estão seguindo a Cruz que chega às dioceses do Regional Noroeste no mês de Agosto. O Projeto “Bote Fé”, que tem como carro chefe a peregrinação dos símbolos da JMJ (Cruz e o Ícone de Nossa Senhora), acontece na Arquidiocese de Porto Velho de 16 a 20 de agosto e a programação é extensa, como já está sendo divulgada. Celebrações, caminhadas, palestras, shows, irão marcar esse período importante na vida dos jovens rondonienses. Nesse tempo, a juventude coloca-se à escuta da Palavra de Deus, descobre a beleza da Igreja e vive experiências fortes de fé que levam muitos a doar-se totalmente a Cristo.
Os jovens predominam em nossa região e na Igreja da Amazônia são lideranças nas Comunidades Eclesiais de Base e em muitas pastorais, sobretudo, na catequese. Este protagonismo juvenil é fruto da opção preferencial pelos jovens, pois a Igreja sempre reconheceu os valores positivos da juventude, sem ignorar as dificuldades que nossos jovens encontram dentro de casa, no relacionamento com os pais, na escola, na sociedade.
João Paulo II, na Exortação Apostólica Christifideles laici, retomou a riqueza do que o Concílio Vaticano II falou sobre a juventude, afirmando que a Igreja tem tantas coisas para dizer aos jovens, e os jovens têm tantas coisas para dizer à Igreja. Este diálogo recíproco, que deverá fazer-se com grande cordialidade, clareza e coragem, favorecerá o encontro e o intercâmbio das gerações, e será fonte de riqueza e de juventude para a Igreja e para a sociedade civil. Na sua mensagem aos jovens o Concílio diz:
“A Igreja olha para vós com confiança e amor.Ela é a verdadeira juventude do mundo. Olhai para ela e nela encontrareis o rosto de Cristo”.
Continua atual o desafio lançado por João Paulo II aos jovens brasileiros: “É urgente colocar Jesus como alicerce da existência humana. Os melhores amigos, seguidores e apóstolos de Cristo foram sempre aqueles que perceberam, um dia, dentro de si, a pergunta definitiva, incontornável, diante da qual todas as outras se tornam secundárias:‘Para você, quem sou eu?’ A vida, o destino, a história presente e futura de um jovem dependem da resposta nítida e sincera, sem retórica, sem subterfúgios, que ele puder dar a esta pergunta.Ela já transformou a vida de muitos jovens”.
Em Medellín, a juventude foi identificada como “uma grande força nova de pressão” e como “um novo organismo social com valores próprios”. A Igreja vê na juventude a constante renovação da vida da humanidade. Ela é o símbolo da Igreja, chamada a uma constante renovação de si mesma.Em Puebla, duas opções preferenciais marcaram a Conferência: a opção preferencial pelos pobres e pelos jovens. Falando das opções pastorais, a Conferência inicia dizendo que a Igreja confia nos jovens, sendo eles a sua esperança.
Em Santo Domingo, foi reafirmada a opção preferencial pelos jovens feita em Puebla, de modo não só afetivo, mas também efetivamente: opção por uma Pastoral Orgânica da Juventude, com acompanhamento, apoio real, diálogo, maiores recursos pessoais e materiais e dimensão vocacional.
Cuidado particular merecem os jovens, considerando-se a situação que encontram na sociedade de hoje. Ela lhes apresenta uma oferta imensa de experiências potenciais e de conhecimentos, mas não lhes fornece recursos adequados para satisfazer suas aspirações. Além disso, muitas vezes os desvia para caminhos ilusórios de busca do prazer. Os jovens são um grande desafio para o futuro da Igreja,que deve torná-los “protagonistas da evangelização e artífices da renovação social” (Doc 85, CNBB, 87-91).
A modernidade abriu as portas do mundo para uma nova atitude do homem e da mulher faceà vida, acentuando a centralidade da razão, a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Num primeiro momento, a Igreja fragilizou-se ao resistir à possibilidade de mudança, distanciando-se da juventude, da sua linguagem, de suas expressões e maneiras de ser e viver diante do avanço da modernidade. Uma das finalidades do Concílio Vaticano II, convocado pelo Papa João XXIII,era ajustar melhor as instituições da Igreja às necessidades de nosso tempo (n.11).
Ao lado da cultura moderna vem se fortalecendo a cultura pós-moderna. Constatam-se mudanças no cenário, grande velocidade e volume da informação, rapidez na mudança do cotidiano por parte da tecnologia, novos códigos e comportamentos. Devido à globalização e ao poder de comunicação dos meios eletrônicos,essas mudanças vêm penetrando fortemente no meio juvenil.
Os valores da modernidade continuam sendo importantes para os jovens: a democracia, o diálogo, a busca de felicidade humana, a transparência, os direitos individuais, a liberdade, a justiça, a sexualidade,a igualdade e o respeito à diversidade. Uma Igreja que não acolhe esses valores encontra grandes dificuldades para evangelizar os jovens.
Os jovens de hoje e a Igreja em que vivem são influenciados pelos impactos da modernidadee da pós-modernidade. Alguns elementos deste momento histórico exercem grande influência na mentalidade, nos valores e no comportamento de todas as pessoas. Ignorar estas mudanças é dificultar o processo de evangelização da juventude, o grupo social que assimila esses valores e mentalidade com mais rapidez. Uma evangelização que não dialoga com os sistemas culturais é uma evangelização de verniz, que não resiste aos ventos contrários(n.11-14).
Incluir os jovens na Igreja, hoje, significa olhar para as múltiplas dimensões em que eles estão inseridos. Para, a partir daí,tratá-los como sujeitos com necessidades, potencialidades e demandas singulares em relação às outras faixas etárias. A juventude requer estrutura adequada para seu desenvolvimento integral, para suas buscas, para a construção de seu projeto de vida e sua inserção na vida profissional, social, religiosa, etc. Tão importante também, é olhar paraa juventude conforme sua diversidade, segundo as desigualdades de classe, renda familiar, região do país, condição de moradia rural ou urbana, no centro ou na periferia, de etnia, gênero etc.; em função destas diferenças, os recursos disponíveis resultam em chances muito distintas de desenvolvimentoe inserção (n.27-28).
A juventude brasileira é marcada por uma extrema diversidade e manifesta as diferenças e as desigualdades sociais que caracterizam nossa sociedade. Trata-se de um contingente populacional bastante significativo, em idade produtiva,que se constitui em uma importante força a ser mobilizada no processo de desenvolvimentode nosso país.
Dentre as várias diferenciações que recortam ajuventude, estão as de classe social, cor e etnia, sexo, local de moradia, as diferentes situações de responsabilidade face à família, além das variações relativas ao gosto musical ou estilo cultural e as pertenças associativas, religiosas, políticas.
Há jovens que têm um padrão de vida elevado, mas são uma minoria. A maioria dos 34 milhões de jovens brasileiros representa um dos segmentos populacionais mais fortemente atingidos pelos mecanismos de exclusão social. As estatísticas demonstram que a juventude é um dos grupos mais vulneráveis da sociedade brasileira. Elaé especialmente atingida pelas fragilidades do sistema educacional, pelas mudanças no mundo do trabalho e, ainda, é o segmento etário mais destituído de apoio de redes de proteção social.
O documento 85 da CNBB cita alguns dos principais problemas com os quais se deparam, hoje, os jovens brasileiros: a disparidadede renda; o acesso restrito à educação de qualidade e frágeis condições para a permanência nos sistemas escolares; o desemprego e a inserção no mercado de trabalho; a falta de qualificação para o mundo do trabalho; o envolvimento com drogas; a banalização da sexualidade; a gravidez na adolescência; a AIDS; a violência no campo e na cidade; a intensa migração; as mortes por causas externas (homicídio, acidentes de trânsito e suicídio); o limitado acesso às atividades esportivas,lúdicas, culturais e a exclusão digital (n.30-32).
Vamos ouvir a juventude, pois é escutando e compreendendo os gritos e clamores dos jovens que a Igreja é chamada a evangelizar e ser evangelizada na atualidade
Pentecostes: Comunidades de rosto humano!
Palavra de Dom Moacyr Grechi – Arcebispo Emérito de Porto Velho
Páscoa do povo brasileiro - Por Dom Moacyr Grechi
Hoje reafirmamos a nossa fé na ressurreição de Cristo; somos uma Igreja Pascal. Na oração do Credo, proclamamos a ressurreição dos mortos e a vida ete
Verdade libertadora! Por Dom Moacyr Grechi
A Igreja, convocada a fortalecer o povo de Deus na atual conjuntura, é chamada a estar ao lado daqueles “que perderam a esperança e a confiança no B
Lugar seguro para viver! - Por Dom Moacyr Grechi
Diante do aumento da violência agrária que atinge trabalhadores rurais, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pescadores artesanais, defensores de di