Domingo, 3 de junho de 2012 - 07h04
Pentecostes 2012 é a vinda do Espírito Santo na Igreja Particular de Porto Velho, formada pelo Povo de Deus das Comunidades Eclesiais de Base, paróquias, grupos de reflexão, organismos, pastorais, movimentos, serviços, associações e pela infinidade de igrejas domésticas.
Nossa Igreja, marcada e selada “com Espírito Santo e fogo” (Mt 3,11), continua a obra do Messias, abrindo para o crente as portas da salvação (1Cor 6,11). Paulo o afirma deste modo: “Vós sois uma carta de Cristo redigida pelo nosso ministério e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo” (2a Cor 3,3, Dap 151).
É o Espírito Santo que guia e fortalece a Igreja no anúncio da Palavra, na celebração da fé e no serviço da caridade até que o Corpo de Cristo alcance a estatura de sua Cabeça (Ef 4,15-16). Deste modo, pela eficaz presença de seu Espírito, Deus assegura até a parusia sua proposta de vida para homens e mulheres de todos os tempos e lugares, impulsionando a transformação da história e seus dinamismos (Dap 151).
Portanto, o Senhor continua derramando hoje sua Vida para o trabalho da Igreja que, com “a força do Espírito Santo enviado do céu” (1Pd 1,12), continua a missão que Jesus Cristo recebeu de seu Pai (Jo 20,21; Dap 151).
Celebrar Pentecostes é assumir o compromisso missionário da Igreja. É o Espírito Santo que envia em missão.
Esta é uma “festa toda missionária que alarga o nosso olhar para o mundo inteiro, com um pensamento particular aos muitos missionários sacerdotes, religiosos e leigos que doam suas vidas, muitas vezes em condições de enormes dificuldades, para a difusão da verdade evangélica” (João Paulo II).
O papa João Paulo II, ao nos convidar a dar graças a Deus pelos prodígios que o Espírito não cessa de realizar nestes dois milénios de vida cristã, reafirma que “o evento de graça do Pentecostes tem continuado a produzir os seus maravilhosos frutos, suscitando em toda a parte ardor apostólico, desejo de contemplação, empenho em amar e servir com total dedicação a Deus e aos irmãos. Ainda hoje o Espírito alimenta na Igreja gestos pequenos e grandes de perdão e de profecia, dá vida”.
Quem torna os corações capazes de compreender as línguas de todos, porque restabelece a ponte da comunicação autêntica entre a Terra e o Céu é o Espírito de Amor, o Espírito Santo.
Jesus se apresenta no meio da comunidade e saúda os discípulos: “A paz esteja com vocês!” É a mesma saudação de quando Jesus se despediu (Jo 14,27). É a saudação do vencedor que ainda traz em si os sinais da vitória nas mãos e no lado. Os discípulos estão de portas fechadas; estão medrosos, pois ainda não possuem o Espírito de Jesus. Jesus, presente nessa comunidade, transforma totalmente a situação, capacitando-os a serem os anunciadores da vitória de Jesus sobre os mecanismos de morte.
Fortificada pela presença de Jesus, a comunidade está pronta para a mesma missão que ele recebeu: “Como o Pai me enviou, assim também eu envio vocês”. Quem vai garantir a missão da comunidade será o Espírito Santo. Para João, a comunicação do Espírito acontece aqui, na tarde do dia da ressurreição: “Tendo falado isso, Jesus soprou sobre eles, dizendo: Recebam o Espírito Santo!”. O sopro de Jesus é a nova criação e remete ao que Javé fez quando criou o ser humano (Gn 2,7). Aqui nasce a comunidade messiânica (VP). Os discípulos continuam a ação de Jesus, pois ele lhes confere a mesma missão (Jo 20,21). Pelo Espírito que dele recebem, tornam-se suas testemunhas perante o mundo (15,26ss).
Ética e direito à saúde!
Diante do tema da Festa do Espírito Santo: ”Pentecostes 2012: ética e direito à saúde, dom de Deus”, escolhemos a verdade, a ética e a transparência total. Optamos pelo cuidado e pela defesa da vida, desde a sua concepção até o seu declínio. Escolhemos lutar por uma justiça isenta e incorruptível, por uma democracia ativa que controla a aplicação dos dinheiros públicos, pelo aumento dos auditores confiáveis que atacam antecipadamente a corrupção.
Estamos a caminho de um novo período eleitoral: pela ética, escolhemos a plena aplicação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010) que retira da disputa eleitoral deste ano, segundo dados do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE, cerca de 20 mil candidatos (mais 28 mil pela rejeição das prestações de contas de campanhas anteriores). A Lei da Ficha Limpa foi aprovada em 2010, fruto de grande mobilização da sociedade civil, quando a Igreja Católica, estimulada pela CNBB, teve papel fundamental.
O Espírito Santo é Deus no gesto do Dom. "Vim para que todos tenham vida e vida em abundância”, disse Jesus (João 10, 10). Se assim não ocorre, resta-nos fazer de nosso voto e cidadania pressão e exigência de uma nação saudável.
A nossa Constituição prevê que: “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. No entanto, devemos destacar que antes da garantia da saúde enquanto direito constitucional (Art 196/CF 88) e da implantação do Sistema Único de Saúde, o direito à saúde, em relação ao componente assistencial, era somente assegurado aqueles que tinham possibilidade de pagar pelos serviços, aos que se inseriam no setor formal do mercado de trabalho e suas famílias e aos que tinham algum tipo de proteção institucional (plano ou seguro saúde) financiado por eles mesmos, por meio das empresas nas quais trabalhavam ou por terceiros. Vale-se também realçar que grande parte da população brasileira que não se enquadrava nesse grupo, acessava aos pouquíssimos serviços de saúde públicos mantidos pela administração direta e os hospitais filantrópicos.
Diante desse quadro, o SUS baseado nos princípios de universalidade, equidade, integralidade e controle social surge como um divisor de águas na história da saúde brasileira. Contudo, com diversos problemas e muitas dificuldades que precisam ser amplamente discutidos a fim de potencializar as estratégias para a efetivação da saúde enquanto direito social.
Apesar dos avanços, a Campanha da Fraternidade considera o SUS um "caos, sobretudo perante os olhos dos mais necessitados de seus serviços”.
Garantir à população, direitos e recursos, previstos na Constituição sobre a Seguridade Social (Assistência Social, Previdência Social e Saúde) é um dos principais desafios na atualidade. Na contramão do que prevê a Constituição, são as famílias que mais gastam com saúde.
A Arquidiocese de Porto Velho convida e convoca todas as comunidades e sociedade em geral, para clamar pela saúde e pela ética, participando da Festa de Pentecostes, hoje, a partir das 16h, no Campo da 17ª Brigada, Avenida Carlos Gomes. A celebração será presidida por Dom Esmeraldo Barreto de Farias, Arcebispo de Porto Velho, concelebrada pelos bispos eméritos e por todos os padres diocesanos e religiosos da Arquidiocese. Em seguida, o show da Rádio Caiari, com artistas regionais.
E plenos do espírito de Deus, oremos: Vem Espírito Santo. Abre os nossos ouvidos para escutar o teu chamado, os clamores que nos chegam hoje, desde as interrogações, sofrimentos, conflitos e contradições dos homens e mulheres dos nossos dias. Faz-nos viver abertos ao Teu poder para gerar a fé nova que necessita esta sociedade nova. Que, na Tua Igreja, vivamos mais atentos ao que nasce que ao que morre, com o coração suportado pela esperança e não minado pela nostalgia (Pagola).
Vem Espírito Santo. Ensina-nos a olhar de forma nova a vida, o mundo e, sobretudo, as pessoas. Que aprendamos a olhar como Jesus olhava aos que sofrem, aos que choram, aos que caem, aos que vivem sós e esquecidos. Se muda o nosso olhar, mudará também o coração e o rosto da Tua Igreja. Os discípulos de Jesus, irradiaremos melhor a Sua proximidade, a Sua compreensão e solidariedade para com os mais necessitados. Iremos parecer-nos mais ao nosso Mestre e Senhor.
Vem Espírito Santo. Faz de nós uma Igreja de portas abertas, coração compassivo e esperança contagiosa. Que nada nem ninguém nos distraia ou desvie do projeto de Jesus: fazer um mundo mais justo e digno, mais amável e ditoso, abrindo caminhos ao reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese
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