Sábado, 13 de agosto de 2016 - 22h01
A Liturgia convida-nos a “correr com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Cristo Jesus” (Hb 12,1-4).
“Como sentinela avançada, o destemido pioneiro”, filho de Rondônia, Padre Rui Moreira Feitosa, despediu-se de nós no dia 11 de agosto, para entrar na casa do Pai e, do coração de Deus, interceder por nós.
As palavras do hino de Rondônia fazem jus a sua memoria, ele que foi o primeiro padre diocesano rondoniense ordenado na Arquidiocese de Porto Velho.
Padre Rui, fazendo parte do clero autóctone, desde a data de sua ordenação, 25 de abril de 1993, esteve presente e atuante nas paróquias, como pároco ou vigário paroquial; assim, sua presença na Paróquia Sagrada Família, Paróquia Nossa Senhora do Rosário, e tantas outras onde sua solidariedade se fez sentir. Da Comunidade São Cristóvão, a lembrança de sua dedicação; amigo de todos, foi ali que cultivou a sua vocação e iniciou seu ministério laical e pastoral.
Nomeado Vigário Geral e Vigário Episcopal (01/01/2007), foi um hábil colaborador no período de minhas atividades episcopais frente à Arquidiocese e também dos arcebispos: Dom Esmeraldo e Dom Roque. Exercendo suas atividades pastorais no governo da arquidiocese, com competência e em comunhão com os arcebispos, foi responsável pelos atos administrativos da Arquidiocese, substituindo-nos em nossa ausência (Cân 475-481). Graças a sua atuação, quando hospitalizado, consegui recuperar a saúde e acompanhar, através dele, a administração da Arquidiocese.
No tocante à extensão de sua jurisdição e atividade, foi-lhe confiado ainda a Coordenação da Cúria Arquidiocesana. Foi também Juiz no Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Porto Velho. De servidor público escolheu viver sua vocação eclesial dentro da sociedade, deixando-se conquistar por Cristo para se tornar um mensageiro de esperança, de reconciliação, de paz.
O sacerdócio foi sua escolha e ideal de sua existência para poder servir o Povo de Deus a ele confiado pelo próprio Senhor, com inteligência e fé, coragem e amor. Como presbítero tornou-se “ministro de Cristo e administrador dos mistérios de Deus” (1Cor 4,1), ministro da Reconciliação com Deus e com a Igreja.
Em sua trajetória e missão, destacamos ainda sua grande contribuição no Seminário Arquidiocesano Maior João XXIII, como diretor de estudos e na direção espiritual dos futuros presbíteros. Tendo em vista uma formação acadêmica de qualidade para os seminaristas (Filosofia e Teologia), participou dos convênios realizados com a PUC de Campinas e com a Universidade Federal de Rondônia.
Consciente de sua missão viveu a espiritualidade do padre diocesano, numa convivência fraterna com os demais presbíteros da arquidiocese, sempre presente, participando das lutas, dificuldades e alegrias dos padres mais jovens. Da convivência com esse irmão no presbitério, fica a admiração por seu zelo e caridade, dedicação e humildade, discrição no silencio, sua compaixão e luta pela verdade e justiça. Próximo de todos, Padre Rui soube transformar o coração e a vida de muitas pessoas, porque conseguiu fazer-lhes sentir o amor misericordioso do Senhor.
Neste mês vocacional, queremos celebrar a esperança na intercessão deste Amigo que se vai, permanecendo unidos à família de Padre Rui, confiantes na Palavra de Deus que nos conforta, na certeza de que “aqueles que esperam no Senhor renovarão suas forças, criarão asas e como águias correrão, e não se cansarão”(Is 40,31). Possam seu testemunho “de comunhão missionária” (EG 23) e seu legado de virtudes se tornarem fonte de novas vocações sacerdotais: sacerdotes para esta nossa Igreja da Amazônia, a serviço do povo de Deus.
Agosto lembra-nos também a vocação da Família e dos Pais. Família, Igreja doméstica, fonte de amor e perdão. A Semana Nacional da Família que começa neste domingo, 14, segue até dia 21 e tem como tema “Misericórdia na Família: Dom e Missão”. Nas paróquias, você encontra o subsídio “Hora da Família”, com orações, encontros e celebrações em família. Participe!
Hoje, DIA DOS PAIS, quero, de modo especial, saudar todos aqueles que vivem a vocação de ser Pai! Vocês, queridos pais, são sinais da presença e dos desígnios de Deus! Sua família é o lugar, o espaço para o crescimento de seus filhos, onde se aprende os valores que irão levar para o resto de suas vidas. Portanto, “coloquem nas mãos de Deus qualquer preocupação, pois é Ele quem cuida de vocês” (1Pd 5,7).
Abençoando-os, pedimos ao Senhor Deus, pelos pais presentes, pelos que choram a partida de seus filhos, pelos pais que sofrem a exclusão, que foram abandonados pelos filhos, pais desempregados, que perderam suas terras, pais presidiários, enfermos migrantes. Abençoai, Senhor, nossos Pais e aos filhos, cujos Pais estão em Vós, dai-lhes a compreensão de que os pais quando voltam para Deus, nunca vão embora, apenas mudam de lugar!
Diante dos acontecimentos que afetam a vida de nosso povo, o Evangelho de hoje apresenta Jesus como um sinal de contradição. Cristãos, “profundamente arraigados numa situação de bem-estar, tendem a considerar o cristianismo como uma religião que deve preocupar-se em manter a lei e a ordem estabelecida” (Pagola).
Eu vim para lançar fogo sobre a terra: e como gostaria que já estivesse aceso! Devo ser batizado com um batismo, e como estou ansioso até que isso se cumpra! Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu lhes digo, vim trazer divisão (Lc 12,49-53).
Este texto demonstra que “a missão de Jesus, desde o batismo até a cruz, é anunciar e tornar presente o Reino, entrando em choque com as concepções dominantes na sociedade”. Perante Cristo, é preciso tomar uma decisão e isso provoca divisões até mesmo no relacionamento familiar (BP).
Frente à grave situação político-econômica brasileira, a Comissão Brasileira Justiça e Paz, Organismo vinculado à CNBB e à Comissão Pontifícia Justiça e Paz do Vaticano, publicou uma Nota (09/08) conclamando todos ao diálogo e à busca de soluções democráticas que preservem as conquistas e os direitos do nosso povo:
Democracia é respeito à vontade do povo; as recentes pesquisas expressam com clareza a vontade dos brasileiros diante das perplexidades que afligem a nossa grande Nação. O processo de impeachment contra a presidente democraticamente eleita foi instaurado com argumentos jurídicos que veem sendo refutados por técnicos do Senado Federal, por parecer do Ministério Público Federal e especialistas internacionais, em recente evento realizado no Rio.
Para onde vamos? Estamos diante do conflito de dois projetos de sociedade: os que defendem a continuidade da Presidente eleita, superando o impeachment e os que defendem que o vice-presidente assuma de modo definitivo a direção do Brasil. O que incluem os dois projetos, para além das pessoas que se dispõem a assumi-los? Quais as prioridades na perspectiva da atenção à maioria da população, sobretudo os mais pobres?
O governo interino, assumido pelo vice e sua equipe, anuncia medidas, em várias esferas da vida da população, que apontam para o retrocesso nos direitos arduamente conquistados: educação, saúde, cultura, previdência social, direitos humanos, comunidade negra, populações indígenas, mulheres, a liberdade de expressão e de organização. Mais uma vez na história brasileira a conta da crise é depositada nos ombros dos mais necessitados, das maiorias desprotegidas.
Estamos vivendo momento de angústia e tristeza. Sentimo-nos em sintonia com o Papa Francisco que já tem manifestado preocupação com o processo político brasileiro. No entanto, a Esperança continua nos iluminando e nos levando à ação.
A Comissão Brasileira de Justiça e Paz tem se empenhado em dialogar com os movimentos sociais e os agentes públicos, principalmente os Senadores da República. Sua conclusão é que o processo de impeachment em andamento não responde aos anseios mais profundos do povo brasileiro. No entanto, se empenha na construção de uma saída para a crise, negociada com todos os setores sociais, exigindo que sejam garantidos os direitos humanos e sociais da população, consciente do que nos diz a Palavra de Deus: “Deus ouviu os clamores do seu povo” (Carlos A. Moura, Secretário Executivo da CBJP).
Pentecostes: Comunidades de rosto humano!
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