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Dom Moacyr

Siga a Cruz!


A Arquidiocese de Porto Velho prepara-se para acolher a Cruz da Jornada Mundial da Juventude que aqui permanece de 16 a 20 de agosto. Esse período será marcado pela peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora nas principais paróquias da Capital e municípios e peloShow da Juventude “Bote fé”.

Desde o encerramento da Jornada Mundial de Madri, nossos representantes da Juventude Católica do Brasil, receberam a Cruz que está em caminhada por todas as 276 dioceses brasileiras, através dos 17 regionais da CNBB.Siga a Cruz! - Gente de Opinião
 
A Jornada Mundial da Juventude será em 2013, de 23 a 28 de julho, na cidade do Rio de Janeiro, e antecedeesta data, uma Semana Missionária. A Semana, também conhecida como Pré-Jornada, são os dias que efetivamente preparam, de forma mais intensa, os jovens brasileiros e estrangeiros, em diversos lugares do país, para os dias da Jornada. Muitas dioceses acolherão peregrinos estrangeiros nesta Semana Missionária, inclusive, Porto Velho.
 
Na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 1984, com 300 mil jovens unidos ao Santo Padre na Praça de São Pedro, no Vaticano, ele entregou aos jovens a Cruz da Jornada. E os encontros continuaram: 1986 em Roma foi uma jornada diocesana. Em1987 foi em Buenos Aires, Argentina.Em 1989, Santiago de Compostela, Espanha; em 1991: em Czestochowa, Polônia. No ano de 1993foi em Denver, Estados Unidos e em 1995, na capital Manila, Filipinas. Em 1997 na capital da França, Paris. No ano 2000: em Roma, Itália. Em 2002, na cidade de Toronto, Canadá; em 2005: com Bento XVI em Colônia, Alemanha. Em 2008: em Sidney, Austrália; em 2011, Madri, Espanha e em 2013 será no Rio de Janeiro, Brasil.
 
As cidades que sediam uma Jornada recebem uma diversidade de nacionalidades integradas. Coisas que são consideradas empecilhos em outras situações como o desconhecimento da língua e a diversidade cultural tornam-se atrativos em uma JMJ. Além do fato de estar em outro país, com seus encantos turísticos, a participação na Jornada requer tempo de preparação, disposição para a peregrinação e um coração aberto para as maravilhas que Deus tem reservado para cada um.
 
Preparemo-nos, seguindo a Cruz, pois este é um tempo especial de graça, testemunhos, catequese, partilhas, exemplos de amor ao próximo e à Igreja, festivais de música, celebrações e atividades culturais. Enfim, um encontro de corações que acreditam, movidos pela mesma esperança, de que a fraternidade na diversidade é possível.
 
A busca juvenil de modelos e referências éuma porta que se abre para o processo de evangelização.Aqui está a grande oportunidade deapresentar Jesus Cristo. Contudo, o seguimentode Jesus Cristo não se equipara ao seguimento deoutros líderes religiosos ou mestres. Estes podemindicar o caminho e apontar a porta, mas não sãoo caminho nem a porta(Doc 85, CNBB, 53).
 
Quando encontramos ocaminho, podemos legitimamente esquecer o líderou o mestre. Jesus Cristo, porém, sendo Deus, é,ele mesmo, “Caminho, Verdade e Vida”. Assim,seguir o caminho (seguir a Cruz) é entrar no Caminho, é entrarem Cristo e Cristo em nós, numa profunda “interioridademútua”, formando uma como “únicapersonalidade mística”.“Já não sou eu que vivo,mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
 
Hoje, as comunidades celebram a fé naquele que se encarnou no seio de Maria, se fez homem, sofreu, foi morto e sepultado e ressuscitou (Liturgia do14º domingo do Tempo Comum). Na celebração da eucaristia, recebemos aquele que foi rejeitado por ser trabalhador, filho de Maria, uma pessoa como as demais do seu tempo, na aldeia de Nazaré. Em outras palavras, recebemos aquele que encarnou plenamente a realidade humana (VP).

Estabelecer comunhão com Cristo é encarnar-se também e correr todos os riscos: indiferença e rejeição, injúrias, perseguições e angústias por amor de Cristo.

Em Ezequiel 2,2-5, o profeta precisa manter aquela lucidez própria dos profetas em tempo de crise. Ele é enviado por Deus: “Filho do homem, eu envio você aos israelitas… a estes filhos de cabeça dura e coração de pedra, vou enviá-lo”, porém,não será ouvido, pois os israelitas formam uma “nação de rebeldes, que se rebelaram contra Javé. Para o profeta não há previsão de elogios, adulações ou aplausos. No entanto, ele é um sinal de que Deus não abandona seu povo. Ninguém poderá acusá-lo de omissão ou silêncio. Além disso, no futuro, infelizmente, quase sempre no futuro, muitas pessoas descobrirão o valor do profeta que já se foi. E, desejando talvez que voltasse, provavelmente estarão sendo surdas aos novos profetas que Deus constantemente envia.

 
E por que Jesus-profeta é rejeitado(Mc 6,1-6)?A última visita de Jesus a uma sinagoga é marcada pela admiração. A admiração, porém, não os leva à fé em Jesus, e sim a rejeitá-lo. No final desse evangelho é Jesus quem se admira com a falta de fé do povo daquele lugar.
 
O povo que está na sinagoga manifesta sua perplexidade e descrédito em relação a Jesus. “De onde ele recebeu tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria?”Por trás dessas objeções está o início da rejeição de Jesus como o Messias. Naquele tempo especulavam muito sobre a origem do Messias. E a conclusão a que chegaram era esta: “Nós sabemos de onde vem esse Jesus, mas, quando chegar o Messias, ninguém saberá de onde ele vem” (Jo 7,27). Jesus, portanto, não poderia ser o Messias, pois sua origem era conhecida por todos. Ele foi rejeitado porque se apresentou como um trabalhador que cresceu em Nazaré ao lado de parentes, amigos e conhecidos. Seus conterrâneos não descobriram nele nada de extraordinário que pudesse indicá-lo como o Messias de Deus. Mas o extraordinário está justamente aí, na encarnação de Jesus, no fato de não ter nada que possa diferir da condição humana comum.
 
O Filho de Deus se fez homem como qualquer um de nós, e muitos afirmam que não creem porque não veem. Os conterrâneos de Jesus não creem justamente porque veem Jesus trabalhador, o filho de Maria, um homem do povo que não frequentou nenhuma escola superior, um homem que vem de Nazaré, lugarejo insignificante (Jo 1,46).Por se encarnar nas realidades humanas, Jesus-Messias foi rejeitado.
 
O documento 85 da CNBB sobre a evangelização da juventude, quando trata do Seguimento de Cristo, ajuda-nos a refletir que Jesus Cristo é o ponto culminante da ação de Deusna história humana. O Verbo se fez carne e morouem nosso meio (Jo 1,14). É o fato mais decisivoda história da humanidade. “Jesus é o rostohumano de Deus e o rosto divino do homem”. É testemunha do amor infinito de Deus, que serevela em seus ensinamentos, em seus milagres eexemplo de vida. A partir da morte e ressurreiçãode Jesus Cristo e do envio do Espírito Santo, aBoa-Nova se espalhou para a humanidade (n.55).
 
O seguimento de Jesus é um exercícioque inclui procedimentos próprios, fecundandoo coração do discípulo (a), gerando umaconsciência ética própria para sustentar uma condutaque no mundo aponte o compromisso coma vida e caminho do Reino definitivo. De modoespecial, o discipulado se exercita no caminhocatecumenal que Jesus Mestre aponta para a experiênciados seus discípulos, como apresentadoem Mc 8,27‑10,52.
 
O desafio para nossos jovens, assim como para todosos que aceitam Jesus como caminho, é escutara voz de Cristo em meio a tantas outras vozes. Ojovem escuta a voz do Mestre de diferentes maneiras.A ação evangelizadora deve ajudá-lo a tercontato pessoal com Jesus Cristo nos Evangelhos,por meio de sua mensagem, suas atitudes, sua maneirade tratar as pessoas, sua coragem proféticae a coerência entre seu discurso e sua vida. OsEvangelhos assinalam com frequência que Jesusrezava e passava horas e noites em oração diantedo Pai. As celebrações e a oração são espaçosimportantes onde este encontro pessoal acontecee é aprofundado, no silêncio e na contemplação.
 
A juventude encontra o Senhor na leitura dos Evangelhose na vida comunitária, na qual aprende aescutar a voz de Deus no meio das circunstânciaspróprias de nosso tempo, vivenciando assim omistério da Encarnação (n.59-60).

Fonte: Arquidiocese

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