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Dom Moacyr

Sinais de cidadania no mês mariano! Por Dom Moacyr Grechi


 
Iniciamos o mês mariano escutando o clamor dos trabalhadores rurais e de todo o Brasil, celebrando São José Operário (01/05) e comemorando o centenário do lançamento da pedra fundamental da Catedral de Porto Velho (03/05/1917).

A Catedral Sagrado Coração de Jesus não é somente um belo patrimônio arquitetônico da Capital do Estado de Rondônia, mas a Igreja-mãe, sinal de comunhão e unidade do todo o Povo de Deus de nossa Arquidiocese e referencia das grandes celebrações arquidiocesanas, a partir da nossa fé em Jesus Cristo. Hoje, suas torres, apontadas para o céu, testemunham os cem anos de uma comunidade viva e evangelizadora e falam da construção de nossa caminhada de fé e pertença eclesial.

Na Romaria do Trabalhador unimos nossas vozes ao clamor dos 13,5 milhões de desempregados no Brasil e refletimos sobre as causas que geram o desemprego, a precarização das condições de trabalho e o enfraquecimento dos direitos trabalhistas.

“Trabalho digno é nosso direito, lutar por ele é nosso dever” foi o grito da Pastoral Operária contra a Reforma Trabalhista, que defende interesses patronais, sem consenso com trabalhadores. Aprovada na noite de 26 de abril, por 296 deputados federais, inclusive os de Rondônia, exceto 01 (177 contra). A Reforma que está nas mãos do Senado, altera artigos da Consolidação das Leis do Trabalho, reduz direitos conquistados, precariza o mercado de trabalho, enfraquece a Justiça Trabalhista, aumenta a flexibilidade dos contratos de trabalho, não gera empregos, fragiliza os trabalhadores, piora as condições de trabalho no país.

A Reforma da Previdência Social, considerada “caminho da exclusão social”, corta as forças dos trabalhadores, antes mesmo que eles possam se aposentar, uma vez que apenas uma minoria será capaz de “desfrutar” daquilo que suas mãos juntaram em décadas de trabalho. Para as Igrejas e organismos sociais, a “Reforma é tão radical que afeta a vida de praticamente todos os brasileiros e não pode ser tramitado sem audiências públicas e sem um real diálogo com a sociedade brasileira e, muito menos, ser aprovada de afogadilho por um parlamento politicamente desgastado por denúncias de corrupção e com tão escassa legitimidade moral” (Ceseep).

Durante a Assembleia dos Bispos, em Aparecida (SP), a CNBB, através da Nota “O grave momento nacional”, afirmou que “o Estado democrático de direito, reconquistado com intensa participação popular após o regime de exceção, corre riscos na medida em que crescem o descrédito e o desencanto com a política e com os Poderes da República cuja prática tem demonstrado enorme distanciamento das aspirações de grande parte da população”.

Reafirmando que “em nome da retomada do desenvolvimento, não é justo submeter o Estado ao mercado”, pede que retomemos “o caminho da ética como condição indispensável para que o Brasil reconstrua seu tecido social” e ”conclama os católicos e as pessoas de boa vontade a participarem, consciente e ativamente, na construção do Brasil que queremos”.

Eis que, diante dos sinais “de retomada mais vigorosa e ampla de ações de cidadania para reverter o adverso quadro político antidemocrático em que estamos mergulhados” (Ibase), surge a imagem do Pastor que lidera seu povo e mostra o caminho e a direção a seguir.

O Evangelista João, através de uma comparação, fala de Jesus, bom Pastor e dos ladrões e assaltantes (dirigentes) que exploram e dominam o povo (Jo 10,1-10). Cristo mostra que sua mensagem é incompatível com qualquer instituição opressora e que sua missão é conduzir para fora da influência dela os que nele acreditam, a fim de formar uma comunidade que possa ter vida plena e liberdade e o único meio de libertar-se de opressores ou de uma instituição opressora é comprometer-se com Ele, a única alternativa (a porta).

Jesus é o modelo de pastor: não busca seus próprios interesses; ele dá a sua própria vida a todos aqueles que aceitam sua proposta (BP): “Vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. Aqui “podemos compreender o tipo de relação que Jesus mantinha com os seus discípulos: um relacionamento baseado na ternura, no amor, no conhecimento recíproco e na promessa de um dom incomensurável” (papa Francisco).
    
Pedro faz um apelo a todos os ouvintes que reconheçam que “Deus constituiu Senhor e Cristo este Jesus que vós crucificastes” e este anúncio provoca um desejo de mudança nos ouvintes (At 2,14a.36-41). É Deus que nos chama por meio de seu Filho, Jesus Cristo, o bom pastor e nos faz um apelo: “Salvai-vos dessa gente perversa” (Konings).
   
Pedro escreve sobre Cristo, o Servo de Deus, o bom Pastor a ser seguido no caminho da conversão e da justiça: “Andáveis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao pastor e guarda de vossas vidas” ((1Pd 2,20b-35).
    
Neste domingo do Bom Pastor, a Igreja celebra o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Papa Francisco, em sua mensagem para este dia destaca a dimensão missionária da vocação cristã, com o tema: “Impelidos pelo Espírito para a missão”.
    
O compromisso missionário não é algo que vem acrescentar-se à vida cristã como se fosse um ornamento, mas, pelo contrário, situa-se no âmago da própria fé: a relação com o Senhor implica ser enviados ao mundo como profetas da sua palavra e testemunhas do seu amor. Aos sacerdotes, que generosamente responderam “eis-me aqui, envia-me”, o papa diz que, “com renovado entusiasmo missionário, são chamados a sair dos recintos sagrados do templo, para consentir à ternura de Deus de transbordar a favor dos homens”.

Para você, “missionário do Evangelho”, que “participa ativamente na missão de Cristo”, “Jesus vem colocar-Se ao seu lado no caminho”. Diante das “interrogações que surgem e dos desafios da realidade”, contemplemos a Jesus Ressuscitado, que caminha ao lado dos discípulos de Emaús e reavivamos a nossa confiança fazendo a experiência da “liturgia da estrada, que precede a da Palavra e da fração do Pão e nos faz saber que, em cada passo, Jesus está junto de nós”.

Importa na “tarefa missionária” (EG 266), que aprendamos do Evangelho “o estilo de anúncio”, que nos ensina “a rejeitar a idolatria do sucesso e do poder, a preocupação excessiva pelas estruturas e certa ânsia que obedece mais a um espírito de conquista que de serviço”. A semente do Reino, embora pequena, invisível e às vezes insignificante, cresce silenciosamente graças à ação incessante de Deus.



FATIMA, AUXILIADORA, VISITA JUBILAR DE NOSSA SENHORA APARECIDA!

Sinais de cidadania no mês mariano! Por Dom Moacyr Grechi - Gente de Opinião
Foto Ivo Feitosa


Dia 13 de maio celebraremos o centenário das aparições de Fátima, participando das missas, procissão e festejos, na Paróquia Nossa Senhora de Fatima, unidos ao papa Francisco que estará celebrando em Portugal, no Santuário de Fátima. Fatima é a convocação de toda a Humanidade à conversão do coração e a nossa entrega a Deus pelas mãos de Maria.

A Festa da Padroeira do Município de Porto Velho, Nossa Senhora Auxiliadora (24/05) terá como marco a acolhida da imagem jubilar de Nossa Senhora Aparecida, diretamente de Aparecida do Norte/SP, momento de preparação às festividades dos 300 anos que serão realizadas em outubro. Recebida por bispos de diversas regiões do Brasil, durante a Assembleia da CNBB, inclusive por Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho, a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida já está entre nós.


Da Catedral, a Peregrinação segue para Itapuã e Região Pastoral Ariquemes (6-9/5). De 10 a 12/05, em Candeias e no dia 13, às 12h, a Peregrinação chega à Paróquia Nossa Senhora de Fátima (P.Velho). De 15 a 20 de Maio, a imagem peregrina visita as paroquias de Porto Velho, chegando às Comunidades do Baixo Madeira(S.Carlos) no dia 20. Dia 21 de Maio estará nas comunidades do Alto Madeira (V.Alegre). No dia 23 de Maio, a Comissão de Justiça e Paz e a Pastoral Carcerária estarão em peregrinação com a imagem jubilar de Nossa Senhora Aparecida nos Presídios da Capital.

O Encerramento vai reunir comunidades e todo Povo de Deus na Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: Acolhida da Imagem Jubilar às 15h30 e Missa solene às 17h. Maria é a marca da “identidade católica”, graças à identificação afetiva do povo com Ela, inclusive do “povo das CEBs”. Ela é, por excelência, a mediadora que a própria Igreja é chamada a ser.

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