Domingo, 16 de junho de 2013 - 07h51
O Dia Mundial contra o trabalho infantil, celebrado no dia 12 de junho, teve como tema “Não à exploração infantil no trabalho doméstico”.
A escravidão infantil é uma das situações mais vergonhosas de nosso tempo: mais de 400 milhões de crianças no mundo são submetidas diariamente à exploração trabalhista, fome, maus tratos, guerras, prostituição (Zenit).
Crianças e adolescentes formam o grupo trabalhista mais vulnerável e desprotegido; poderosas empresas multinacionais, com produções que vão desde os automóveis e roupas de grande consumo até refrigerantes e tênis esportivos, utilizam as crianças, mediante subcontratações nos países empobrecidos, para baratear uma mercadoria que se vende em outros lugares e que esses menores nunca poderão usufruir.
O trabalho infantil doméstico é considerado uma das piores formas de trabalho para crianças. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 15,5 milhões de crianças trabalham em atividades domésticas remuneradas ou não, sendo que 47% delas têm menos de 14 anos de idade. Das crianças que trabalham em casas de terceiros, 3,8 milhões têm entre 12 e 14 anos de idade e 3,5 milhões têm entre 5 e 11 anos de idade. As estimativas apontam que cerca de 5,5 milhões dessas crianças são vítimas do trabalho forçado ou do tráfico de pessoas para trabalho forçado (Adital).
Em 2014, a Campanha da Fraternidade terá como tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e como lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). A escravidão, o tráfico de pessoas, a servidão por dívidas e outras formas de trabalho forçado, além do recrutamento forçoso de crianças para serem utilizadas em conflitos armados, prostituição e pornografia, e outras atividades ilícitas constituem inquestionavelmente, as piores formas de trabalho infantil, proibida internacionalmente.
O combate ao trabalho infantil incomoda a quem lucra com o trabalho infantil, a quem lucra com o trabalho escravo e a quem lucra com o trabalho degradante. É um sofrimento constatar que o trabalhador escravo de hoje foi o trabalhador infantil de ontem.
Mesmo com todos os avanços verificados no Brasil, ainda há muitas dificuldades que precisam ser enfrentadas. Uma delas é a falta de estrutura para atender à demanda de denúncias de trabalho escravo e trabalho infantil.
Infância Missionária
Em comemoração aos 170 anos de fundação da Infância e Adolescência Missionária (IAM), o ano de 2013 está sendo dedicado a esta missão no Brasil.
A Pontifícia Obra da Infância Missionária foi fundada por Dom Carlos Forbin Janson, Bispo de Nancy, na França, no ano de 1843. A finalidade desta obra é suscitar o espírito missionário universal das crianças e adolescentes, desenvolvendo seu protagonismo na solidariedade e na evangelização. “Ajudar as crianças por meio das crianças”, ou “criança evangeliza e ajuda criança”, foi o grande lema do Bispo fundador.
Esta obra é um serviço em favor da formação e comunhão missionária das crianças e seus animadores, para que atuem na evangelização, em particular das crianças do mundo inteiro, e na solidariedade, partilhando os bens materiais.
A Obra da Infância Missionária propõe-se ao longo da caminhada a ajudar pais, educadores, catequistas e assessores a despertar, progressivamente, nos meninos e meninas a consciência missionária universal, por meio de um plano de formação adequada a cada idade, com reuniões semanais, levando a compromissos missionários e testemunhando seu protagonismo na evangelização e na solidariedade. Suscita e promove o espírito missionário universal entre as crianças, levando-as a partilhar sua fé e os meios materiais com as crianças das regiões e das Igrejas mais necessitadas em todo o mundo.
Desperta e fortalece as vocações missionárias, pois o conhecimento da vida e das necessidades das outras crianças suscita, necessariamente, o anseio de conhecer e amar a todos como irmãos e de anunciar Jesus aos que ainda não o conhecem; promove a cooperação espiritual por meio da oração, sacrifícios e testemunho de vida. A criança missionária, como Jesus, primeiro faz e depois anuncia. Coopera, materialmente, com ofertas, fruto de privações e mortificações pessoais, com as crianças necessitadas de todo o mundo.
Por ocasião do jubileu sacerdotal de padre João Panazzolo e de vida religiosa de sua irmã Gema Panazzolo, ambos, autênticos missionários, foram homenageados com o lançamento do livro “Viver, amar e servir”, organizado pelo Pe. Paulo César Nodari e editado pela EDUCS.
Pe João que escreveu diversos livros sobre a missão, foi assessor da Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB (8 anos) e diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM), por 11 anos. No livro “Viver, amar e servir”, de 498 páginas, Pe. Jaime Luiz Gusberti, coordenador arquidiocesano de pastoral da arquidiocese de Porto velho e pároco da Paróquia São Jose, nos dá um belo testemunho de seu trabalho em conjunto com pe. João, junto à Infancia Missionária no Brasil, através do artigo intitulado:
Pequenos missionários
“Sou missionário e mesmo pequeno sirvo alegre ao Reino de Deus”! Estas palavras do Hino da Infância Missionaria de Zé Vicente, motivam-me a testemunhar em prol das crianças missionárias, protagonistas do anuncio do evangelho. Elas são modelo, pela sua simplicidade em acolher o Evangelho em suas vidas, de todos os demais missionários que vivem para construir o Reino de Deus.
Neste tempo de retomada da evangelização, quando a transmissão da fé não é cultivada e os filhos não são mais alimentados na vida da fé e na vida comunitária eclesial, a juventude não mais anseia por formar uma família cristã, estou convicto de que a Infância Missionária pode contribuir para uma catequese “decididamente missionaria”. Catequese Missionária que supõe um “itinerário catequético permanente”, desde a infância até à terceira idade, alicerçado na Palavra de Deus, a partir do encontro com Jesus, na Infância Missionária.
Verdadeiramente, o testemunho de milhares de crianças que multiplicam o dom da fé e da partilha, que evangelizam outras crianças, revitaliza a Igreja com sinais expressivos de esperança.
Durante o período em que colaborei junto às Pontifícias Obras Missionárias como Secretário Nacional da Infância Missionária, percorri todas as regiões do Brasil, participando de eventos e formação, também em outros países, sobretudo na América Latina e na Itália, e, nesses locais, pude tocar com as mãos a ação de Deus nesta obra de “pequenos grandes missionários”.
Nos diversos Encontros de Formação para Assessores da Infância Missionária (EFAIMs), pude evidenciar que o Espírito Santo é o “protagonista da Missão” (RM 30), iluminando nossos passos, especialmente nos momentos mais delicados: “Padre, eu senti o quanto Deus me ama e me convida a ajudar e a evangelizar outras crianças”; “Eu sinto que Deus me chama a participar da Infância Missionária no Brasil”; “Eu quero ser missionário por toda a minha vida”; “Eu vou, como criança missionária, trabalhar, para que todas as crianças tenham vida, saúde, escola”...
São testemunhos das crianças, relatando o fruto de sua experiência com Deus, durante o momento de deserto, após a exposição do tema Espiritualidade Missionária. A criança missionária é criança solidária. Ela é capaz de sair de si para viver para os demais. Desconhece a palavra “egoísmo”. É o jovem missionário de amanhã. Já afirmava o Papa João Paulo II: “As crianças são os pequenos grandes missionários”.
Atualmente, a Pontifícia Obra da Infância Missionária no Brasil conta com mais de 30 mil grupos, envolvendo, pelo menos, 400 mil crianças e adolescentes. Os grupos têm-se multiplicado continuamente, em meio a grande entusiasmo, com abundantes frutos para nossas Igrejas diocesanas. Os pequenos-grandes missionários, presente de Deus para o Terceiro Milênio, já são protagonistas da nova evangelização. De todas as crianças do mundo... sempre amigos!
À nossa querida Irmã Lorena Fanni, missionaria carlista, incansável junto aos migrantes e às crianças, que foi para o Coração do Pai, domingo dia 9 de junho, nossa gratidão e homenagem!
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