No terceiro domingo do Advento, denominado domingo “Gaudete”, considerado tradicionalmente o “domingo da alegria”, Jesus convida-nos a olhar, com João Batista, os sinais realizados por Ele, percebendo a ação salvífica de Deus em favor de seu povo.
Trata-se de uma alegria profunda que brota do próprio coração da vida trinitária e nos é comunicada no Filho. O anúncio cria comunhão e gera a alegria. A alegria é fruto do Espírito Santo (Gl 5,22), permite-nos entrar na Palavra e fazer com que a Palavra divina entre em nós e frutifique para a vida eterna. Anunciando a Palavra de Deus na força do Espírito Santo, queremos comunicar também a fonte da verdadeira alegria, não uma alegria superficial e efêmera, mas aquela que brota da certeza de que só o Senhor Jesus tem palavras de vida eterna (Jo 6,68;VD 123).
É de João Batista que a Escritura diz: “Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti” (Mt 11, 2-11). Nesse 3º domingo do advento, o evangelho destaca as ações de Jesus como testemunho de que ele é o Messias. Os “sinais” que Jesus realizou enquanto esteve entre nós têm de continuar a acontecer na história; agora somos nós seus discípulos que devemos continuar a sua missão e perpetuar no mundo, em nome de Jesus, a ação libertadora de Deus.
O profeta Isaias encoraja-nos a confiar no Deus fiel que está empenhado em redimir o seu povo(Is 35, 1-6a.10). Tiago pede-nos paciência para suportar as demoras de Deus (Tg 5,7-10). A paciência, nesse texto, se refere à constância, à perseverança e integridade na vida cristã enquanto o Senhor não vem. Os cristãos devem manter a grandeza de ânimo fortalecendo seus corações no evangelho de Jesus Cristo. Fortalecer o coração significa unificar todas as dimensões da existência sob uma meta que é o reino de Deus e sua justiça (VP).A plantação deve ainda crescer. Com a paciência e a firmeza do agricultor, devemos esperar o amadurecimento de seu reino na História.
A proximidade do Natal convida-nos, não a lamentar os desafios e as dificuldades desta tarefa, mas a alegrar-nos, pois Deus, em seu Filho, continua vindo a nós, vindo sempre, caminhando conosco e dando-nos força a fim de colaborarmos na construção de um mundo mais livre e mais feliz.
A esperança que temos é a mola propulsora de nossa vida. Que é que você espera da vida? Como ela se tornaria melhor? Quem poderia ajudá-lo para isso? São essas as perguntas de todo o mundo e também do cristão, perguntas que a liturgia deste domingo suscita em nós. A esperança suscita em nós alegria confiante: Deus deu início à realização de seu projeto. Quando se olha com objetividade o que a palavra de Cristo já realizou no mundo, apesar das constantes recaídas de uma humanidade inconstante, reconhecemos que ela foi eficaz. Devemos também olhar para os sinais que se realizam hoje: a transformação impulsionada pelo evangelho de Cristo se reflete na nova consciência do povo, que assume sua própria história na construção de uma sociedade mais fraterna. A esperança fundamenta uma firmeza permanente, confiante de que Deus erradicará o mal que ainda persiste (J.Konings).
Nesse sentido, o Papa Francisco encoraja-nos: Gostaria de dizer aos que se sentem indiferentes a Deus, à fé, aos que estão distantes de Deus ou a quem o abandonou, também a nós, com as nossas distâncias e os nossos abandonos de Deus, talvez pequenos, mas há muitos na vida cotidiana: olha no fundo do teu coração, olha no íntimo de ti mesmo e interroga-te: tens um coração que aspira a algo de grande, ou um coração entorpecido pelas coisas? O teu coração conservou a inquietação da procura, ou permitiste que ele fosse sufocado pelos bens, que no fim o atrofiam? Deus espera por ti, procura-te: o que respondes? Apercebeste-te desta situação da tua alma, ou ainda dormes? Acreditas que Deus te espera, ou para ti esta verdade são somente palavras?
Citando Santo Agostinho, diz que é precisamente esta inquietação do coração que o leva ao encontro pessoal com Cristo, que o leva a compreender que aquele Deus que ele procurava distante de si é o Deus próximo de cada ser humano, o Deus próximo do nosso coração, mais íntimo a nós do que nós mesmos. Mas até na descoberta e no encontro com Deus, Agostinho não se detém, não se acomoda, não se se fecha em si mesmo, como aquele que já chegou à meta, mas continua o caminho. Deixando-se inquietar por Deus, não se cansa de anunciá-lo, de evangelizar com coragem, sem medo; procura ser a imagem de Jesus Bom Pastor (Jo 10,14); anuncia a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, prega o Evangelho com o coração magnânimo, grande (2Tm 4,2), de um Pastor que se inquieta pelas suas ovelhas.
Estamos encerrando a CAMPANHA DA EVANGELIZAÇÃO, cujo tema é: “Ai de mim se não evangelizar” (1Cor 9,16)e tem por objetivo arrecadar fundos para manter os projetos de evangelização promovidos em todo o país pela Igreja do Brasil, bem como conscientizar as pessoas para a importância do Natal solidário.
Hoje, em todo o Brasil, acontece a COLETA em prol da evangelização. Somos seguidores de Jesus, portanto, evangelizadores, continuadores de sua missão. Nosso compromisso é, com toda a Igreja, de “anunciar o reino de Deus e edificá-lo, como sinal e instrumento desse reino que já é e que já vem” (EN 59).
Nesta Campanha, nossas ofertas sãocontribuições espontâneas e devem ser realizadas como gratidão a Deus, a exemplo da entrega do dízimo. Colaboram todos os cristãos, chamados a serem discípulos e missionários de Jesus Cristo e comprometidos com a missão de evangelizar.
Amanhã, iniciamos a NOVENA DE NATAL EM FAMÍLIA e nas comunidades, com o tema central da evangelização. Certamente você já tem em mãos sua Novena que foi adquirida junto à secretaria de sua paróquia. Vamos juntos intensificar a Novena de Natal, pois o Natal de Jesus ensina-nos a evangelizar (1ºdia); convida-nos à nova evangelização (2ºDia); inspira a Evangelizar (4ºe 5ºdia), pelo testemunho (5ºdia); através da acolhida (6ºdia); indo ao encontro das pessoas (7ºdia); vivendo a espiritualidade do Natal (8º e 9ºdias).
“Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas”. Na celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos (10/12), a CNBB e a Cáritas nacional, em sintonia com a Cáritas Internacional, realizaram o lançamento da campanha mundial “Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas”, na sede da CNBB, em Brasília.
A campanha, que se prorrogará até 2015, quer sensibilizar a sociedade para a reflexão sobre a realidade da fome, da miséria e da desigualdade. “Nós temos caminhado muito, mas ainda há muita gente que passa fome no mundo. E nós não queremos que nenhum irmão nosso passe fome”, afirmou na solenidade o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.
O presidente da Cáritas, dom Flávio Giovenale, disse que a Campanha mundial quer relembrar a meta estabelecida pelas Nações Unidas de reduzir pela metade o número de pessoas que vivem em extrema pobreza, até 2015.
Diante do escândalo mundial que é a existência de aproximadamente um bilhão de pessoas que ainda passam fome, não podemos virar a cara para o outro lado e fingir que isso não existe,afirmou o papa Francisco em sua mensagem para o lançamento da campanha contra a fome no mundo.
Sobre a iniciativa, o papa fez um apelo: Convido todas as instituições do mundo, toda a igreja e cada um de nós, como numa só família humana, a dar voz a todas as pessoas que sofrem silenciosamente a fome, para que essa voz se torne um rugido capaz de sacudir o mundo! Peço de todo o coração que vocês apoiem a nossa Caritas nesta nobre campanha para agir como uma só família empenhada em garantir o alimento para todos.
O papa reiterou que os alimentos à disposição no mundo seriam hoje suficientes para todos e recordou que, junto com as suas 164 organizações-membros, a Caritas Internacional está comprometida, em 200 países e territórios do mundo, com um trabalho que faz parte do coração da missão da Igreja.
Queridos irmãos e irmãs, eu convido vocês a abrir um espaço dentro do seu coração para esta urgência, respeitando esse direito que foi dado por Deus a todos de ter acesso a uma alimentação adequada. Vamos compartilhar o que temos em caridade cristã, com quem é obrigado a enfrentar numerosos obstáculos para satisfazer uma necessidade tão primária. Ao mesmo tempo, sejamos promotores de uma autêntica cooperação com os pobres, para que, através dos frutos do trabalho deles e do nosso, eles possam viver uma vida digna.