Segunda-feira, 29 de março de 2010 - 19h05
Nosso povo celebra esta semana com muita piedade e recolhimento, participando nos mistérios de Cristo não apenas com os sentimentos, mas, sobretudo com a fé. Esta é a Semana Santa, santificada pelos acontecimentos que a liturgia celebra, da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.
A devoção da Semana Santa nasceu da piedade dos primeiros cristãos de Jerusalém, onde Jesus sofreu a sua paixão. Nós participamos em nossas Comunidades e Paróquias das celebrações litúrgicas desta Semana Santa, desde o Domingo de Ramos, passando pela paixão do Senhor, e chegando à festa da Páscoa. Celebrações, procissões, confissões, via sacra, marcam estes momentos carregados de tradição e esperança que nos possibilitam viver o mistério pascal.
A Semana Santa, que inclui o Tríduo pascal, visa recordar a Paixão e a Ressurreição de Cristo, desde a sua entrada messiânica em Jerusalém. São ritos especiais como a bênção e procissão de ramos, a transladação do Santíssimo Sacramento depois da Missa da Ceia do Senhor, a ação litúrgica da Sexta-feira da Paixão do Senhor e a Vigília pascal.
Domingo de Ramos
Neste Domingo de Ramos, recordamos a entrada de Jesus de Nazaré na cidade de Jerusalém. A Igreja entra no mistério do seu Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado. A Celebração de Ramos tem dois momentos: o primeiro, em que é feita a Bênção dos Ramos e, o segundo, onde é realizada uma missa, sendo que neste momento é feita uma reflexão sobre a Morte e Ressurreição do Senhor. Ao final da Celebração, os ramos são abençoados e levados pelos fiéis para serem colocados em uma cruz nas suas casas como um sinal de compromisso com Cristo e simbolizando a força da vida e a esperança da ressurreição.
Hoje não é um dia apenas de contemplação, mas sim, de entrega e compromisso ao seguimento de Cristo e de alegria com a chegada dele em nossa vida. É nesse Domingo que a Igreja vive dois mistérios da vida de Jesus: o primeiro é representado pela Procissão de Ramos e relembra a entrada de Cristo em Jerusalém; o outro é a Paixão de Jesus, que vai continuar sendo celebrado durante a Semana Santa.
Coleta ecumênica
A Coleta da Campanha da Fraternidade Ecumênica é realizada neste Domingo de Ramos, em todo o Brasil. Todas as pessoas das comunidades eclesiais são convidadas a colaborar com o gesto concreto de solidariedade durante todo o tempo da Campanha da Fraternidade que vai do início da Quaresma, na 4ª feira de Cinzas até hoje, o domingo que antecede a Páscoa. É um gesto concreto esta ajuda que oferecemos com alegria e se expressa concretamente pela oferta de doações em dinheiro na Coleta da solidariedade. A solidariedade é uma das melhores formas de sacrifício quaresmal, em favor de pessoas e grupos que buscam formas alternativas de economia.
Tríduo Pascal
A QUINTA-FEIRA SANTA é marcada pela instituição da Eucaristia, verdadeiro sacrifício vespertino. É o dia da intimidade do Mestre com os seus discípulos reunidos na santa Ceia, dia natalício da Eucaristia e do Sacerdócio, que neste Ano Sacerdotal nos oferece motivo maior para dar graças ao Senhor por este dúplice dom. Durante esta ceia três aspectos importantes acontecem: Instituição da eucaristia, Instituição do sacerdócio cristão e o Mandamento do Amor expresso pelo Lava-pés. O evangelho do lava-pés nos dá o sentido da vida de Jesus e revela o significado na participação da eucaristia: solidariedade e serviço. Na celebração lembramos as palavras de Jesus: “Desejei ardentemente comer convosco esta ceia pascal antes de sofrer” (Lc 22,15). Participando da celebração entregamos com Jesus nossa vida ao Pai, na certeza de que um dia o Reino acontecerá e não haverá mais lágrimas nem sofrimento e não existirá mais fome nem dominação.
A SEXTA-FEIRA SANTA é um dia iluminado pela esperança cristã. Reunidos em assembléia, tendo a cruz no centro, em silêncio e em oração, nos ajoelhamos, expressando a nossa solidariedade com todos os que sofrem e manifestamos o nosso protesto contra a injustiça, a corrupção, a violência e a opressão. Rezamos com os crucificados do mundo, confiantes na força pascal da Cruz de Jesus que nos libertará de todo o sofrimento. A cruz nos lembra o amor e a entrega radical de Jesus para fazer a vontade do Pai e realizar a experiência do Reino de fraternidade e justiça. Dessa entrega de Jesus nasce a Igreja. Desse seu amor, simbolizado no coração aberto pela lança, brotam os sacramentos do batismo e da eucaristia. Pela força da cruz estamos reunidos. Cristo, em todas as celebrações, reúne na unidade os filhos dispersos e os constitui o novo povo eleito, profético e sacerdotal. Caminhamos pelas ruas, na tradicional procissão do Senhor Morto, meditando as estações da Via Sacra, transmitida pela Rádio Caiari, diretamente da Catedral Sagrado Coração de Jesus. Nesse dia contemplamos o rosto de Jesus, maltratado por nossos pecados e glorificado pelo Pai, com o olhar da fé podemos ver o rosto humilhado de tantos homens e mulheres de nossos povos e, ao mesmo tempo, sua vocação à liberdade dos filhos de Deus, à plena realização de sua dignidade pessoal e à fraternidade entre todos(DAp 31).
Na noite do SÁBADO SANTO a grande Vigília Pascal, "a Mãe de todas as santas vigílias, na qual a Igreja espera vigilante a ressurreição e a proclama nos sacramentos" verá acender-se o fogo, como semente brotada da pedra, celebrando o Cristo que ressurge vivo da pedra do sepulcro. E veremos a Igreja inteira receber a luz do Círio Pascal e proclamaremos entre aleluias a grande notícia sempre antiga sempre nova: Cristo ressuscitou!
O Ressuscitado é o Primogênito, uma promessa de família onde irmãos e irmãs crucificados estejam sentados ao lado de seu Irmão maior, porque Ele, sendo o Ressuscitado, se colocou ao serviço da Vida comunicando-nos seu Espírito (A.Galarraga).
No Sábado Santo e em toda a Semana Santa somos convidados a fazer uma viagem até o nosso interior e meditar sobre o sentido da nossa vida e avaliar a qualidade da nossa relação com o Senhor e com nossos irmãos.
Nesta noite tem imenso significado a renovação das promessas do batismo e a aspersão da água recém santificada, sobre o povo, recordando o batismo recebido um dia. Pelo batismo, e o cristão sabe disso, nós nos associamos ao Cristo ressuscitado. É a nova vida que nasce em nós e que crescerá até a plenitude, quando passarmos do tempo para a eternidade.
A alegria da ressurreição iluminará todo o tempo da Páscoa e se prolongará até a festa de Pentecostes. Uma nova criação nos manifesta o Ressuscitado. O julgamento se inverte, quem é julgado, insultado, crucificado, agora é defensor, juiz da vida. Deus nos espera para ajudar a preparar o banquete, para celebrar junto com as pessoas as pequenas vitórias no meio das limitações cotidianas. A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes. Ele, sendo o Senhor, fez-se servo e obediente até a morte de cruz (Fl 2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (2Cor 8,9), ensinando-nos o caminho de nossa vocação de discípulos e missionários (DAp30).
Fonte: Pascom
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