Sábado, 2 de agosto de 2014 - 22h01
Somos hoje convidados a refletir na dinâmica do seguimento de Jesus, na força política dos cristãos e emnossa responsabilidade de seguidores de Cristo comprometidos com a fome do mundo e com a luta pela justiça e paz, perante a gravidade dos conflitos de Gaza e da morte e massacre de tantos irmãos.
Pior do que a fome é o ódio que destrói o amor. A liturgia fala da solidariedade e nos chama a seguir o exemplo de Jesus na luta por uma sociedade justa, sem desigualdades sociais e sem exclusão. Somos chamados a reconhecer a presença de Jesus Cristo e segui-lo, colocando-nos a serviço da vida.
O Evangelho de Mateus apresentou, nos domingos anteriores, o mistério do Reino através das parábolas. Neste domingo, apresenta “a ação do Reino, que se manifesta pelas palavras e ações de Jesus e de seus seguidores” (Konnings).
“Ao sair da barca, Jesus viu grande multidão. Teve compaixão deles”. E diz aos discípulos: “Vocês é que têm que lhes dar de comer” (Mt 14, 13-21).
O pedido de Jesus envolve tanto a cooperação para resolver as causas estruturais da pobreza e promover o desenvolvimento integral dos pobres, como os gestos mais simples e diários de solidariedade para com as misérias muito concretas que encontramos (EG 188). O programa do cristão, que é o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus, é um coração que vê onde há a necessidade de amor e atua em consequência (Deus caritas est 31).
Dom Luciano M. de Almeida, com muita sabedoria, dizia-nos: “para vencer a miséria e a fome, requer-se mudança profunda de mentalidade que leve à criação de uma cultura de solidariedade, com partilha de bens e combate ao desperdício e ao consumismo”.
É tempo de unirmos esforços para elegermos candidatos que, com auxílio divino, se empenham em alcançar a transformação da sociedade e da economia numa ordem social voltada para o bem comum e para o resgate da dignidade dos pobres, à luz dos valores do Evangelho.Quando uma experiência de fé é madura, tem força para enfrentar a realidade e lutar por sua transformação.
Viver a própria vocação é o ponto central de nossa reflexão nestemês vocacional. A comunidade eclesial tem sua vocação. Na Igreja, povo de Deus, somos convocados à santidade na comunhão e na missão segundo nossa vocação específica.
Pelo Batismo todos são chamados à missão, no entanto, cada vocação: sacerdócio, vida consagrada, leigos, têm formas próprias de participar da missão evangelizadora da Igreja.
Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno, escreve papa Francisco. É fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros e se faz serviço recíproco, no contexto da vida eclesial.
Neste 1º domingo de Agosto o destaque é a vocação sacerdotal. A segunda semana é dedicada à família, de modo especial, aos pais (10/08) que estão cada vez mais presentes na vida de seus filhos. No 3º domingo celebramos a vocação à vida consagrada dos religiosos. O 4º domingo é dedicado a todos os leigos que, através de diversas pastorais, serviços, movimentos, organismos e ministérios se fazem presentes nas comunidades eclesiais e se dedicam à evangelização na família, no trabalho, na política, no ambiente social em prol do bem comum e da transformação da sociedade. Nesse dia, o destaque são nossos catequistas, servidores da palavra por meio do anuncio e testemunho.
A Semana Nacional da Família (10-16/08) tem como tema “A espiritualidade cristã na família” e o convite para que as famílias vivam a espiritualidade em seu lar, para uma melhor convivência entre os esposos e o crescimento dos filhos na fé. O subsídio “Hora da Família” oferece 07 roteiros para encontros e celebrações para ocasiões especiais sobre a família. Está em sintonia com o próximo Sínodo da Família no Vaticano (9-15/10), cujo Instrumento de trabalho constata“que entre as famílias que cultivam formas de piedade incrementam-se fortes relações de amizade e de comunhão”e “dos movimentos de espiritualidade provém uma contribuição específica à promoção de uma pastoral familiar autêntica e eficaz em nosso tempo” (IL 57-58).
A vitalidade missionária da Igreja depende da diversidade de carismas, serviços e ministérios. Os discípulos missionários caminham com a certeza de que aquele que os chamou estará sempre presente no meio deles. O Texto Base do 3º Congresso Vocacional reafirma a necessidade de um processo permanente de incentivo para que todas as vocações sejam promovidas, a saber, dos ministros ordenados, da vida consagrada e religiosa, dos cristãos leigos e leigos, na possibilidade de tantos serviços e ministérios na comunidade, e seu lugar no meio do mundo. Base é a família, lugar, escola, sementeira, das vocações. O batismo é o sacramento base de toda vocação e missão, aquele que insere na vida e comunhão da Trindade, na vida e comunhão da Igreja (69-95).
A 1ª Romaria Vocacional de Porto Velho, promovida hoje pelo Seminário da Arquidiocese, resgata a tradição das Capelinhas Missionárias, fortalece os grupos de apoio aos seminaristas, incentiva a oração pelas vocações, desperta a cultura vocacional, impulsiona a nossa missão.
A oração constante e profunda faz crescer a fé da comunidade cristã, na certeza sempre renovada de que Deus nunca abandona o seu povo e que o sustenta suscitando vocações especiais, para o sacerdócio e para a vida consagrada, que sejam sinais de esperança para o mundo (Bento XVI).
No dia 04 de agosto, celebramos o patrono dos presbíteros, S. João Batista Maria Vianney, que foi exemplo de santidade sacerdotal, vivida na fidelidade cotidiana do exercício de seu ministério. Ele que dizia: “o sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”, era dom, serviço e humildade. “Um bom pastor segundo o coração de Deus é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina”, afirmava o Cura d’Ars. “O padre não é padre para si mesmo, ele é padre para vós”.
Rezemos hoje, de modo particular, pelo vigário de nossa paróquia. Nossos padres, a exemplo de Jesus Bom Pastor, são chamados a serem homens de misericórdia e compaixão, próximos a seu povo e servidores de todos. O Povo de Deus sente a necessidade de padres que tenham uma profunda experiência de Deus, dóceis às orientações do Espírito, que se nutram da Palavra de Deus, da Eucaristia e da oração; padres missionários que estejam atentos às necessidades dos mais pobres, comprometidos na defesa dos direitos dos mais fracos e promotores da cultura da solidariedade (DAp 198-199).
Que o nosso povo sinta que somos discípulos do Senhor, que estamos revestidos com os seus nomes e não procuramos outra identidade, e que ele receba, por intermédio das nossas palavras e obras, este óleo da alegria que veio nos trazer Jesus, o Ungido (Papa Francisco, homilia 5ª Feira Santa).
A Carta Final do 15º Encontro Nacional de Presbíteros (5-11/2) deste ano sintetiza a reflexão sobre a vida e missão dos Presbíteros à luz do Concílio Vaticano II e o lema: “Estamos prontos a dar a razão de nossa esperança a quem pedir” (1Pd 3,15). Na Carta se constata inúmeras formas de exercer o ministério presbiteral: somos “sacerdotes, pastores e profetas, numa Igreja-Povo de Deus, em comunhão com nossos Pastores e com todos os batizados, fazendo emergir o rosto de uma Igreja toda ministerial” (LG 11). Nossa caminhada ministerial precisa ter, com transparência, a centralidade da Palavra de Deus, numa busca sincera de equilíbrio entre o Pão da Vida da Palavra e o Pão da Vida da Eucaristia (DV 21). Palavra de Deus que nos aproxima do coração do povo que tanto a ama e que dela tem sede. Ser Presbíteros de vida e coração orantes e celebrativos nos faz considerar seriamente a Eucaristia como fonte e cume de toda a Igreja (SC 10).
Nós acreditamos na Palavra de Jesus e na força do Espírito Santo, que é o Pai dos pobres e o protagonista da nossa missão evangelizadora; na força dos pequenos e dos que sofrem; na causa dos menores abandonados, dos desempregados, dos povos indígenas, dos sem‐terra e dos migrantes, acreditamos na sua força histórica e no seu futuro. Nós acreditamos em nossa missão, que é gratuita, local, integral e universal; na possibilidade de transformações que farão emergir um mundo novo para todos. Acreditamos em tudo que deu sentido à nossa vida: a graça de Deus, a luta que continua e a nossa resistência, que não foi e nem será em vão (P.Suess/13º ENP).
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