Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Dom Moacyr

XVII Dia Mundial do Doente!


 

Dia 11 de fevereiro celebramos a Padroeira do Município de Itapuã d’Oeste, Nossa Senhora de Lourdes. Celebramos também nesse dia o XVII Dia Mundial do Doente, ocasião propícia para refletir sobre o sentido do sofrimento e sobre o nosso dever cristão de assumi-lo em qualquer situação onde ele estiver presente. Lembramos de modo especial com orações, nossos doentes hospitalizados no Hospital de Base, Hospital João Paulo II, todos os hospitais de nossas cidades; com eles e com todos aqueles que sofrem, queremos compartilhar as preces e a esperança, pedindo a Deus, por intercessão da Virgem de Lourdes, a saúde do corpo e da alma, “a plena identificação de seus sofrimentos com os de Cristo e a busca dos motivos que, baseados na fé, nos ajudam a compreender o sentido do sofrimento humano” (J.Paulo II). 

A compaixão de Cristo para com os doentes e suas numerosas curas de enfermos de todo tipo são um sinal evidente de que "Deus visitou o seu povo e de que o Reino de Deus está bem próximo. Jesus não só tem poder de curar, mas também de perdoar os pecados: ele veio curar o homem inteiro, alma e corpo; é o médico de que necessitam os doentes. Sua compaixão para com todos aqueles que sofrem é tão grande que ele se identifica com eles: "Estive doente e me visitastes" (Mt 25,36). Seu amor de predileção pelos enfermos não cessou, ao longo dos séculos, de despertar a atenção toda especial dos cristãos para com todos os que sofrem no corpo e na alma. Esse amor está na origem dos incansáveis esforços para aliviá-los (CIC §1503).

Cristo nos convida a imitar o bom samaritano que, ao encontrar no seu caminho o homem que sofria, “não passou adiante, mas encheu-se de piedade, aproximou-se, ligou-lhe as feridas e cuidou dele” (Lc 10, 32-34). São muitas as páginas do Evangelho que nos descrevem o encontro de Jesus com pessoas afligidas por diversas enfermidades. Assim, São Mateus nos diz que “Jesus começou a percorrer toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, proclamando a Boa Nova do Reino, e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades. A Sua fama estendeu-se por toda a Síria e traziam-Lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam de males e de tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos; e Ele a todos curava” (4, 23-24). São Pedro, seguindo os passos de Cristo, junto da Porta Formosa do Templo, ajudou um coxo a caminhar (At 3, 2-5) e enquanto se difundiu a voz do ocorrido, “traziam os doentes para as ruas e colocavam-nos em enxergas e catres, a fim de que, à passagem de Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles”(5, 15-16). Desde as suas origens, a Igreja, movida pelo Espírito Santo, quis seguir os exemplos de Jesus neste sentido, e por isso considera que é um dever e um privilégio estar ao lado daquele que sofre e cultivar um amor preferencial pelos doentes (Mensagem aos doentes)
Na Carta Apostólica Salvifici doloris o papa João Paulo II confirma: “A Igreja, que nasce do mistério da redenção na Cruz de Cristo, tem o dever de procurar o encontro com o homem, de modo particular no caminho do seu sofrimento. É em tal encontro que o homem "se torna o caminho da Igreja"; e este é um dos caminhos mais importantes” (n. 3).

O homem é chamado à alegria e à vida feliz, mas experimenta diariamente muitas formas de sofrimento, e a enfermidade é a expressão mais freqüente e comum do sofrimento humano. Diante dele é espontâneo perguntar-se: Por que sofremos? Para que sofremos? Tem um significado o fato de as pessoas sofrerem? Pode ser positiva a experiência do sofrimento físico ou moral? Sem dúvida, cada um de nós ter-se-á posto mais de uma vez estas questões, quer no leito da dor, nos momentos de convalescença, antes de se submeter a uma intervenção cirúrgica, quer ao ver sofrer um ente querido.
  
Para os cristãos, estes não são interrogativos sem resposta. O sofrimento é um mistério, muitas vezes inescrutável para a razão. Faz parte do mistério da pessoa humana, que só se esclarece em Jesus Cristo, que é quem revela ao homem a sua própria identidade. Só a partir d’Ele poderemos encontrar o sentido a tudo o que é humano. O sofrimento não pode ser transformado e mudado por uma graça que aja do exterior, mas sim por uma graça interior. Este processo interior não se realiza sempre da mesma maneira; Cristo, de fato, não responde diretamente e não responde de modo abstrato a esta pergunta humana sobre o sentido do sofrimento. O homem percebe a Sua resposta salvífica à medida que se vai tornando ele próprio participante dos sofrimentos de Cristo. A resposta que lhe chega mediante esta participação é, antes de mais nada, um apelo: "Segue-Me". Vem e participa com o teu sofrimento nesta obra da salvação do mundo, que se realiza por meio do Meu próprio sofrimento; por meio da Minha cruz (SD  26). Por isso, diante do enigma do sofrimento, os cristãos podem dizer um decidido “faça-se, Senhor, a Vossa vontade” e repetir com Jesus: “Meu Pai, se é possível passe de Mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como Tu queres” (Mt 26, 39).

Cristo convida seus discípulos a segui-lo, tomando cada um sua cruz. Seguindo-o, adquirem uma nova visão da doença e dos doentes. Jesus os associa á sua vida pobre e de servidor. Faz com que participem de seu ministério de compaixão e de cura: "Partindo, eles pregavam que todos se arrependessem. E expulsavam muitos demônios e curavam muitos enfermos, ungindo-os com óleo" (Mc 6,12-13). (CIC §1506).

No documento de Aparecida, a Pastoral da Saúde é apresentada a partir do rosto dos enfermos (DA 417-421). A Igreja optou pela vida. Esta nos projeta necessariamente para as áreas mais profundas da existência: o nascer e o morrer, a criança e o idoso, o são e o enfermo. Santo Irineu nos diz que ”a glória de Deus é o homem vivo”. Cristo enviou os seus apóstolos a pregar o Reino de Deus e curar os enfermos. Desde o início da evangelização foi cumprido este duplo mandato. O combate à enfermidade tem como finalidade alcançar a harmonia física, psíquica, social e espiritual, para o cumprimento da missão recebida. A Pastoral da Saúde é a resposta aos grandes questionamentos da vida, como são o sofrimento e a morte, à luz da morte e ressurreição do Senhor.

A saúde é um tema que move grandes interesses no mundo, porém não proporciona uma finalidade que a transcenda. Na cultura atual, a morte é um absurdo, por isso procura-se ocultá-la. Abrindo-a para a sua dimensão transcendente, a Pastoral da Saúde se transforma no anúncio da morte e ressurreição do Senhor, única e verdadeira saúde. Ela acrescenta na economia sacramental do amor de Cristo o amor de muitos “bons samaritanos”, sacerdotes, diáconos, leigos e profissionais da saúde. São 32.116 instituições católicas dedicadas à saúde na América Latina; elas são um recurso para a evangelização que se deve aproveitar.

Nas visitas aos doentes, no acompanhamento silencioso, cuidado carinhoso, e atenção delicada se manifesta, através dos profissionais e voluntários, a maternidade da Igreja que os envolve com sua ternura, fortalece o coração e, no caso do moribundo, o acompanha no trânsito definitivo. O enfermo recebe com amor a Palavra, o perdão, o Sacramento da Unção e os gestos de caridade dos irmãos. Os enfermos são verdadeiros Missionários, pois seu testemunho de fé, paciência e esperança evangeliza a todos.

A Festa de Nossa Senhora de Lourdes em Itapuã, precedida da Novena, começa neste domingo, às 8h com a Santa Missa, seguida da confraternização das Comunidades e Arraial o dia todo. Quarta-Feira: queima de fogos, procissão e missa festiva junto à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, às 19h. As pessoas levam velas e flores; gestos para homenagear Nossa Senhora e pedir a sua proteção.Na Catedral, como já é tradição, às 18:15h, missa campal junto à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes que fica ao lado da Igreja e benção aos doentes.

Fonte: PASTORAL DA COMUNICAÇÃO

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Pentecostes: Comunidades de rosto humano!

Pentecostes: Comunidades de rosto humano!

Palavra de Dom Moacyr Grechi – Arcebispo Emérito de Porto Velho

Páscoa do povo brasileiro - Por Dom Moacyr Grechi

Páscoa do povo brasileiro - Por Dom Moacyr Grechi

Hoje reafirmamos a nossa fé na ressurreição de Cristo; somos uma Igreja Pascal. Na oração do Credo, proclamamos a ressurreição dos mortos e a vida ete

Verdade libertadora! Por Dom Moacyr Grechi

Verdade libertadora! Por Dom Moacyr Grechi

  A Igreja, convocada a fortalecer o povo de Deus na atual conjuntura, é chamada a estar ao lado daqueles “que perderam a esperança e a confiança no B

Lugar seguro para viver! - Por Dom Moacyr Grechi

Lugar seguro para viver! - Por Dom Moacyr Grechi

  Diante do aumento da violência agrária que atinge trabalhadores rurais, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pescadores artesanais, defensores de di

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)