Terça-feira, 3 de dezembro de 2013 - 05h14
Felipe Azzi
EUFRÁSIO ATENODORICO SANTANA, dono de comércio de espichados em São Simão das Goiabeiras, tinha um forte desejo: FAZER DISCURSOS. Era admirador do Fiscal de Rendas Aduaneiras, BOANERGES ALTAMIRANDO, retoricão famoso que, na força da oratória, já tinha abalado os alicerces do prédio da Associação Comercial, ao saudar a criação do Clube dos Mascates. BOANERGES só falava de improviso, devidamente ensarilhado no Talão de Tributação Portuária.
EUFRÁSIO procurou BOANERGES e, acionando a “veia” oratória de seu sonho, foi franco:
– Sou admirador de vossa pessoa e gostaria muito de ser beneficiado com o aprendizado de seus predicativos discursórios. Dou ao amigo, como prenda, um mimoso couro de jaracuçu macho, em troca do ensinamento discursivo.
BOANERGES, meio espantado, mas curioso, perguntou:
– O distinto gosta de discursos e quer aprender a arte de falar em público?
– Sim, é o que aprecio e o que quero! Respondeu EUFRÁSIO.
Então, BOANERGES estipulou o ensinamento, dizendo;
– Faça uma relação de frases de efeito, conexas entre si, e ensaie... Treine bastante, de preferência em lugar ermo, para evitar achincalhes depreciativos.
EUFRÁSIO tentou ensaiar em casa, mas a mulher e os filhos não suportaram a buzinação fonética descalibrada. Houve reclamações até dos vizinhos, imaginando escapada de hospício. Em razão disso, o treino de EUFRÁRIO foi ancorar no Cemitério Municipal, em horas de final de tarde, quando os visitantes já se ausentaram.
À boquinha da noite, EUFRÁSIO estacionou o seu intencionismo ruibarbosista entre dois grandes anjos de bronze, um com a espada e o outro com a balança, para sacudir os túmulos, neste estilo:
– Saúdo os impolutos moradores... Não receiem enfrentar o futuro! O Governo já tomou providências contra a gatunagem imperante no País. Os investimentos estão garantidos contra a fera inflacionária.
E mais não disse, porque foi interrompido por uma voz, saída sabe-se lá de onde, com uma sentença mal-assombrada, assim:
– Vá perturbar o sono da mãe, desgraçado!... Aqui é lugar de descanso, gritalhão desnaturado!
EUFRÁRIO só acordou, devidamente entubado, na tenda de oxigênio do Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, sob os olhares ansiosos e preocupados da mulher e dos filhos.
Dias depois, o andarilho e morador de rua ZENÓBIO DAS ANTAS comentou com seus companheiros de andanças:
– Esta cidade está muito ruim para o ofício de esmoler. O movimento só anda parado... Não se consegue adjutório algum!... E, para complicar, nem no cemitério se tem sossego. Aparece um falastrão maluco perturbando o sono de quem passou o dia na lida de angariar o próprio sustento.
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