Quarta-feira, 14 de maio de 2014 - 16h18
Felipe Azzi
Deixamos para trás a Quaresma, tempo em que, com a prática de jejuns, orações e propósitos de conversão, nos preparamos para reviver a memória do sofrimento, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. As luzes celestiais desses eventos, lembrados em clima de recolhimento, irradiaram uma PÁSCOA de esperanças por um mundo mais solidário, capaz de viver o Amor em todas as suas dimensões.
Páscoa – todos sabemos – quer dizer passagem. Em “aramaico” diz-se PASCHA, e PESACH em “hebraico”. É a festa anual dos judeus, relembrando a sua histórica saída do Egito, quando deixaram a condição de vida escrava para abraçar a liberdade rumo à terra prometida. Foi uma páscoa apressada, sendo a ceia consumida com os corpos cingidos, sandálias nos pés e cajados nas mãos, e com a prontidão própria de quem vai iniciar uma jornada. Esta festa tem-se repetido de geração em geração, posto que é de perpétua memória (cf. Êxodo 12, 11 e 14).
Para nós, Cristãos Católicos, é a festa em que todos os anos celebramos a Ressurreição de Jesus Cristo, Nosso Senhor. É também o cumprimento da antiga promessa. Saímos da expectativa da ansiada espera para a concreta realidade da Salvação Eterna. Nessa dimensão transcendente, o espírito se sobrepõe à carne – por natureza frágil – para ressurgir em corpo glorificado, não mais sujeito às vicissitudes circunstanciais da vida terrena, mas na contemplação do Eterno Amor.
A Páscoa, a verdadeira passagem da condição atual de vida para uma situação de singular pureza, tem que ser realmente uma conversão, uma mudança de rota, convivida e partilhada, enquanto estamos neste mundo. É preciso que entendamos o verdadeiro sentido da Páscoa. Se não ocorrer a mudança de nosso ser e de nossas atitudes, não fazemos a passagem necessária, isto é, não fazemos a Páscoa de Jesus Cristo.
Historicamente, Deus Se refere à Sua gente como um povo de cerviz dura, resistente a mudanças que impõem sacrifícios e, sobretudo, muito afeito à desobediência e à prática de idolatrias, condenáveis (cf. Êxodo 32,9). Por várias vezes Deus estimulou a mudança de comportamento do Povo da Aliança. Chega mesmo a afirmar: “ Tirarei de vós o coração de pedra e, em seu lugar, colocarei um coração de carne” (Ezequiel 11,19). Implica dizer, um coração sensível, capaz de perdoar, amar e partilhar a vida e tudo o que ela oferece, com os irmãos, principalmente com aqueles que mais necessitam.
O mundo atual vive mudanças apressadas, tal qual um namorado apaixonado pela beleza de sua amada. Saboreia, sem sentir o paladar, as maravilhas da tecnologia avançada. Tecnologia admirável, sim, mas que não resolve os problemas cruciais que angustiam a humanidade, como a cura de doenças letais que se tornam cada vez mais resistentes aos tratamentos hoje aplicados. Isso, sem falar do espectro do EGOÍSMO que procura ocupar todos os espaços dos relacionamentos, desencadeando a insensibilidade que leva ao desamor e, com esse desamor, à falta de solidariedade.
Muitos males que hoje afligem a humanidade são frutos do egoísmo. Conflitos de interesses, disputas pessoais, competições internacionais sem critérios humanos e, até mesmo, guerras de posses ou de ideologias. Somos todos envolvidos na corrida da modernidade, na ânsia de atingir logo o imaginário patamar da tranquilidade, que até nos esquecemos da nossa condição humana.
Todo esforço para o completo desenvolvimento do mundo só tem sentido se for para o bem comum da humanidade. É impossível não reconhecer que algo está muito mal no mundo em que vivemos. Vemos nações extremamente ricas, não só de bens, mas também de cultura, conhecimentos e avanços tecnológicos, que mostram uma aparente paz no viver, enquanto que bolsões de pobreza setorizados sofrem a desgraça, a penúria da indigência, que não são vistas nem mesmo entre os animais irracionais. É triste constatar que nações – hoje poderosas – que colonizaram pequenos países no passado, hoje viram as costas diante das calamidades que os afligem. E, pior ainda, organismo mundiais tidos como guardiães da liberdade dos povos, são impotentes para recomendar e promover as correções necessárias e urgentes.
Algo está mesmo mal no mundo. E é um erro atribuir aos fenômenos da natureza a culpa pelas calamidades que enfrentamos. Do mesmo modo, é incorreto cobrar de Deus a proteção que precisamos, pois essa já está conosco, em nosso interior. O próprio ser humano é o agente da destruição do único lugar onde podemos viver. A ganância desmedida é o cajado dos poderosos “pastores” que apenas tangem as ovelhas, mas delas não cuidam, como é de direito cuidar.
Precisamos, sem demora, fazer a Páscoa que o bom Deus ainda espera de nós. Que os nossos corações se escancarem para receber Jesus Cristo, como disse certo sacerdote recentemente, e, conduzidos por Ele, possamos fazer a difícil, mas não impossível, passagem.
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