Quarta-feira, 12 de março de 2014 - 13h43
Felipe Assad Azzi
O fenômeno natural das enchentes que castigam há algum tempo parte do Estado de Rondônia, em proporções alarmantes, causando prejuízos à economia da região, deixa a Capital, Porto Velho, em estado de alerta. Entretanto, para Guajará-Mirim, Nova Mamoré e pequenos lugarejos do ocidente de Rondônia, esse destempero da natureza assume configurações de calamidade e mesmo tragédia ecológica.
Creio que não seja hora de nomear responsáveis, lançando críticas - mesmo que oportunas - pelo histórico descaso como esse pequeno pedaço do Brasil é tratado. Mas sim, de reunir forças, recursos e talentos, vontade política, responsabilidade pública e social, com interesses estritamente humanitários, na busca de soluções capazes de assegurar a vida dessa população bastante sofrida.
O noticiário tem falado das duas usinas - JIRAU e TEOTÔNIO - como causadoras, via barragens, do aumento incontrolável das águas. Profissionais do ramo contestam com argumentos próprios da engenharia especializada. Alguém disse que o fenômeno é resultado do degelo dos Andes, pois o volume das águas também atinge cidades bolivianas no percurso da torrente daquelas altitudes.
Seja como for, a oportunidade é de aprendizado, tardío mas necessário. E espera-se atitudes concretas, com racionalidade criativa e espírito humanitário. Não se pode virar as costas ao problema só porque não nos atinge. Não há quem não se sensibilize com as imagens, mostradas via internet, da cidade que muitos ainda chamam de Pérola do Mamoré. Só que deixaram de fertilizá-la e adorná-la com o respeito, estima e carinho da jóia que ela é.
Se as BRs questionadas são viáveis, se ferem os direitos ecológicos protegidos, que se procure soluções que atendam aos interesses em jogo, usando a engenhosidade e inteligência humana. Mas, sem protelações ou medidas descabidas que, no mais das vezes, são travestidas de promoção pessoal.
Sou guajaramirense, morador muito afastado desse lugar. Mas amo o meu berço natal. Sofro como todos que aí moram e, por isso, convido meus contemporâneos: Façam algo. Mexam-se. Não basta protestos com faixas e palavras de ordem. Procurem as autoridades de forma direta. Telefonem. Mandem E-mails para seus Deputados e Senadores. Recorram, sem receio, até mesmo à Presidência da República. Todos juntos, cada um usando o meio de que dispõe. Não tenham escrúpulos de se expor, ninguém pode ser criticado por lutar e buscar o seu direito, ainda mais em extrema necessidade. E, aproveitem para anotar na memória eleitoral o nome de quem não é amigo de Guajará. Finalmente, provem, pelo exterior do coração, que amam como diletos filhos nossa mãe Guajará. Torço e rezo por vocês. Deus os ajude.
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