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Luka Ribeiro

O SECULARISMO E A CRUZ


                 Felipe Azzi

                As apelações do mundo, não é de agora, procuram conturbar a vida da Igreja e, com isso, plantar a incerteza nos corações dos fiéis. Parece questão deliberada para colocar à prova a promessa de Jesus Cristo de que “as forças do inferno não prevalecerão contra ela”. O secularismo – assim como todos os “ismos” da modernidade – não se rende ao Cristo. Já são mais de dois mil anos de caminhada da Igreja rumo ao Reino definitivo, vencendo todas as dificuldades. É verdade que às vezes ela parece balançar diante de ataques setorizados, logo silenciados pela força do Espírito Santo. Mas é gratificante a gente saber que durante as vinte e quatro horas do dia, a todo momento, a Igreja está orando e, mais ainda, constatar que não há um só lugar no mundo em que não se veja o sinal de Jesus Cristo – a Cruz – como se procurasse lembrar a todos que a salvação, seja qual for o credo, sempre passa pela CRUZ. Revela-se, também, como uma advertência: antes da vitória, há que se lutar muito; antes do sucesso, é preciso vencer todas as dificuldades, somente possível com muita perseverança e vigiada constância.

                Diante do Crucificado, na hora de Seu martírio supremo, houve quem afirmasse: “... Tomou sobre si todas as dores do mundo...”, isto é, assumiu todos os pecados da humanidade, em todas as épocas, inclusive as passadas e futuras, para oferecer ao Pai o holocausto perfeito, com a remissão total das culpas, abrindo para nós novo canal de comunicação com Deus. Visto dessa forma, é fácil entender por que, nos momentos que antecederam a sua caminhada até o Gólgota, na agonia no Getsemani, Jesus, pedindo ao Pai que o distanciasse da CRUZ, logo retomou com firmeza o propósito de fazer o que devia ser feito, ou seja, a vontade do Pai.

                A Verdade foi revelada ao mundo, mas o mundo a recusou, dando preferência à mentira, que é a mãe de todas as quimeras. Deus quis entrar na vida das pessoas. O AMOR bate em cada porta. No princípio, foi bem recebido, mas logo rechaçado pelo incômodo que a sua mensagem causava, revestida de solidariedade, de despojamento pessoal, e colocando o próximo como destinatário das ações que conduzem à felicidade de cada um. O caminho de volta desse AMOR à sua origem foi cruento, através da CRUZ.

                 A passagem da Cruz para a Glória, do sofrimento para a indizível felicidade, é um mistério somente aceito pela fé. O que Jesus mais procurou foi relacionar o ser humano com a fé. Em todos os seus atos que resultaram em cura e libertação, sempre afirmava a base da fé. Em certo momento, foi até mesmo categórico, dizendo que se a nossa fé for ao menos do tamanho do grão de mostarda, podemos remover montanhas.

                Vivemos dias que nos causam temor pelo futuro da humanidade. As pessoas não sabem mais apreciar a doçura e a inocência das criancinhas. Perderam o gosto pelas coisas simples e belas da natureza, como as flores e os pássaros, que alegram o nosso viver. Engessaram as mentes com encantos da modernidade. Tudo passou a ser relativo em busca do próprio objetivo. Penso que seja comportamento perigoso, pois Deus fica excluído da história. Os acontecimentos passam a ser regidos por “deuses” que criamos em nosso dia a dia, quando não ocorrer de nós mesmos, inconscientemente, nos tornarmos autodeuses.

                O cruel de tudo isso é que as certezas da vida só se manifestam para nós no outono ou no frio inverno e nossa existência. A sabedoria dos cabelos brancos tem alicerces, mais nos erros que nos acertos de muitos anos de vida. Como aqui na terra vivemos essa vida uma única vez, devemos corrigir a rota de nossa caminhada, enquanto há tempo.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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