Quarta-feira, 15 de janeiro de 2014 - 05h33
Felipe Azzi
A juventude rebelde caminhava contra o vento repressivo dos “Novos Tempos”, sem lenço e sem documento, e houve quem fosse parar, contra a própria vontade, em terras estrangeiras, suscitando lamentos... “’Debaixo dos caracóis dos teus cabelos... A saudade e a vontade de ficar mais um instante...”
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E, sem passado ainda não esquecido, assistimos inertes ao sepultamento de notáveis lideranças nacionais, que nos deixou órfãos e cativos de programas com chavões de anelos desenvolvimentistas e progressistas, ainda hoje discutíveis...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E, amordaçados por AIs, indolores, aceitamos o aniquilamento das oficinas estudantis onde eram forjados líderes de personalidades fortes e confiáveis, verdadeiros guerreiros d cidadania...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E a moeda nacional perdia três zeros, a cada período em que essa medida mágica fosse necessária, na tentativa de torná-la forte. O velho Cruzeiro virou Novo e, depois, se transformou em Cruzados Novos e Velhos para, ao final, cair na realidade do Real, sem realeza...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E GENI ficou surpresa com a queda de um vergonhoso muro que dividia uma nação histórica, vítima de um sonho desvairado de pureza racial...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E GENI ficou ainda mais surpresa, ao constatar que seus temores antirreacionários eram infundidos, com o perecimento consensual, em processo autofágico, da temida ameaça comunista...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... Mas GENI era mulher poderosa, sensual e depravada, e por isso mesmo, incompetente. Chico Buarque que o diga. De todos os sonhos – insustentáveis em si mesmos – restaram-nos somente quimeras muito distantes da realidade...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E não sabia que GENI tinha um filho, mais moderno e insinuante. Sonhador, é verdade – pois sonhar nada custa – mas padecendo do mesmo mal materno...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E apologistas de direitos humanos setorizados defendem com solicitude inquestionável o bom trato para o criminoso – o que é louvável – mas desprezam os direitos da vítima, como se fossem irrelevantes...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E lei protetora impede que os pais usem rigor na educação dos próprios filhos, mas é tolerante e permissiva com a prática do abortamento, desconhecendo o direito natural e também humano do nascituro...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E o que hoje é proibido, de fato é permitido. É PROIBIDO PISAR NA GRAMA, alertam avisos estrategicamente colocados à vista de passantes, mas as pessoas fazem o seu convescote relaxante em parques e jardins públicos, onde deixam o lixo remanescente do evento...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E pessoas, sem opção de trabalho honrado e promissor, trocam a dignidade de suas próprias vidas por programas assistenciais, de validade passageira, imaginados por mentes pseudomarxistas de plantão, ao sabor da política de movimento...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E hoje os “direitos” de figurões corruptos são mais importantes do que a VERDADE e a JUSTIÇA, por conta de manobras processuais, calcadas em leis ambíguas, que subtraem das mãos julgadoras as rédeas da aplicação das Justiça...
A juventude rebelde caminhava contra o vento... E governar agora é mais tranquilo. A oposição, que historicamente sempre fiscalizou as ações e iniciativas governamentais, procurando manter o equilíbrio político-social – como é seu dever – atualmente, de mãos dadas, “governa” com o Governo...
E a juventude hoje pacificada caminha, com lenço e documento, a favor de ventos amenos, ensimesmada e com pontos sonoros nos ouvidos, “curtindo” músicas que, avessas a esquemas rimários e ideias profundas, dão ênfase a fatos do cotidiano, como se fora o acalento de um caminhar sem horizontes...
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