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Ao receber o título de cidadão portovelhense


Ao receber o título de cidadão portovelhense - Gente de Opinião

Exmo. Sr. Presidente da Mesa Diretora, Vereador Aleks Palitot, autor dessas indicações para títulos de Cidadania, na pessoa de quem cumprimento as demais autoridades presentes. Meus caros imortais, colegas da Academia Rondoniense de Letras, Ciências e Artes - ARL. Minhas senhoras e meus senhores. É sempre um prazer retornar a esta casa legislativa, aqui estive várias vezes representando a Academia ou em campanha para a restauração do prédio da velha câmara, localizado na ladeira Comendador Centeno, ocasião em que lancei um livro, relatando a história dos protagonistas daquele prédio. Pouca gente sabe, mas na gestão do presidente Clóter Saldanha Mota, em meados dos anos setenta, fui Assessor de Imprensa e Relações Públicas desta Câmara de Vereadores.

Por razões difíceis de serem explicadas, racionalmente, fui conduzido pelo destino a esta terra abençoada de esperança, aqui chegando, em dezembro de 1972, quando a rodoviária ainda funcionava numa transversal da Sete de Setembro. Costumo dizer que eu não escolhi Porto Velho, Porto Velho me escolheu, como se fosse uma decisão alheia à minha vontade.

De fato, quando aqui cheguei, diante de tanta precariedade, percebi que havia deixado meu coração em Salvador, mas o tempo e a vida me escolheram para uma nova missão: costurar um novo coração, no vazio deixado pela histórica capital da Bahia! O pedaço maior e inigualável veio da minha esposa, professora Gracimeire Lima Martins, que vem me aturando, há quase 50 anos de convivência, depois vieram significativos pedaços de meus filhos, Geciane, William Junior e Luciana e de meus netos, Gabriel, William Neto e Emanuel, cada qual com a sua particularidade de presença sublime, em minha vida. O coração se avolumava e o amor a Porto Velho crescia paulatinamente.

Meus queridos pupilos (as) do Colégio Dom Bosco, do Maria Auxiliadora, do Barão de Solimões, do João XXIII, além do padre Oscar e dos inúmeros leitores que ingressaram comigo no mundo fantástico da crônica, dos contos e dos romances, também contribuíram, nessa prazerosa costura, com a agulha da felicidade, a linha da gratidão e o tecido do amor.

Também fazem parte do meu novo coração o General Costa Neves, o Major Novaes e o Tenente Lima, com quem fundamos a Academia de História Militar Forte Príncipe da Beira e lançamos o livro O Exército Brasileiro nas Terras de Rondon, na companhia de outros autores, inclusive o historiador Aleks Palitot.

Todavia, com o passar dos anos, meus caros confrades, senhores vereadores, descobri que eu não conseguira terminar a costura do meu novo coração, o incansável tempo continuava e continua entesourando novos amigos, seria impossível, nesse espaço, relacionar todos, mas não posso esquecer do Dr. Paulo Gondim que me restabeleceu a vida com os cortes mágicos do seu bisturi eletrônico, nem do Dr. Viriato Moura, colega das letras imortalizadas, que me proporcionou, no Hospital Central, uma acolhida inesquecível.

Entre meus confrades da ARL, além do Júlio Olivar, nosso competente primeiro presidente; do jornalista e advogado Robson Oliveira, velho companheiro do rádio e da TV; dos primeiros moradores do panteão dos imortais, Anísio Gorayeb, João Correia, Francisco Matias e Silvio Santos, o Zecatraca; destaco, com louvor, o Juiz Dimis da Costa Braga, meu confessor e conselheiro, sem o qual a ARL não existiria.  

Entretanto, não se ofendam, os que não foram citados, mesmo os que comigo tiveram algumas rusgas, todos vocês fazem parte do mosaico infindável do meu novo coração, tive o cuidado de acrescentar nessa costura o adereço do perdão. Haveremos de desfrutar, juntos, a eternidade, onde o tempo sequer é um detalhe.

Pelas palavras emotivas dá pra perceber que sem autorização e sem licença já me sentia portovelhense, com muito orgulho me sentia em casa, contudo se era uma honra ser portovelhense, por usurpação e por escolha minha, imaginem agora ser portovelhense por escolha dos representantes de Porto Velho, com toda a pompa e titularidade cabível. Que prazer!

Muito obrigado nobres vereadores, muito obrigado Aleks Palitot, muito obrigado conterrâneos. Enfim, aos 74 anos de idade, com as responsabilidades que a cidadania agrega, posso dizer com imensa satisfação: Sou Cidadão de Porto Velho.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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