Terça-feira, 27 de abril de 2021 - 09h22
Em um
determinado local do Baixo Madeira (omitido para preservar e evitar
predadores), existe um pântano de difícil
acesso onde várias espécies de aves utilizam para construir em seus ninhos,
depositarem seus ovos e criarem seus
filhotes.
O local tem uma vegetação muito estranha e diferenciada
de todas as que existem no Vale do Madeira e seu entorno. Existem poucas
pessoas que moram nas proximidades que conseguem ir até o Ninhal.
O Ribeirinho Edilson Nobre achou o local por acaso; viu muitos pássaros indo a uma determinada direção e curioso, foi seguindo as aves. Quando entrou na mata viu um Pântano que não conhecia. Pegou uma pequena canoa e foi abrindo caminho através da estranha paisagem e quanto mais avançava, mais a vegetação ficava fechada e diferente. Após um tempo, chegou a uma enorme lagoa e ficou surpreso com o que viu. Milhares de pássaros de grande porte como o Alencor, Maguari, Tuiuiu, Socó, Pato Selvagem, Mergulhão, Cigana, Biguás e outras espécies nesta esplanada alagada, em seus ninhos. Ao perceberem a presença do intruso, voaram pra longe, deixando seus ninhos com os ovos. Quando alçaram vôo fizeram um grande movimento e inúmeros ovos caíram na água, para deleite dos jacarés que ficam nas proximidades esperando caírem os ovos para se alimentarem.
Neste fim de
semana, após muitos pedidos o Ribeirinho, resolveu me levar ao Ninhal. Fui
junto com o Radialista Luiz Gonzaga Leite encarregado de gravar toda a operação.
Navegamos pelo Rio Madeira até o local de entrada. Tivemos que empurrar a pequena canoa mata a dentro por cerca de 45 minutos. Embarcamos e nos dirigimos ao Ninhal. A vegetação realmente e muito estranha e meio apavorante. Nunca tinha visto coisa igual. Um pântano com uma camada esverdeada de micro organismo e fétida. Árvores retorcidas e diferentes e tivemos que fazer cortes nas árvores para não perdermos a direção. Chegamos ao local e não acreditei no que vi. Milhares de pássaros em uma enorme algazarra e ao perceberem nossa presença, levantaram vôo e foram embora, abandonando seus ninhos e muitos ovos caíram dos ninhos.
Comecei a
fotografar os ninhos e em um momento perdi o equilíbrio e a canoa virou e
caímos na água. Por pouco não afogamos.
O Luiz Gonzaga se segurou num galho e o nosso condutor me segurou pelo colete e puxou pra cima, vi a morte de perto.
Em seguida foi pegar a canoa e nós nos agarramos pelas bordas e fomos levando-a até a margem, sempre batendo os pés na água para evitar a aproximação de jacarés, abundantes no local. Chegamos exaustos porém VIVOS. Perdi duas lentes e o celular, só bens materiais.
O local
daria muito bem para um filme de terror ou a continuidade da série ANACONDA.
Galeria de Imagens
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.Márcio Souza universalizou a Amazônia para além das lendas
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