Segunda-feira, 18 de julho de 2022 - 10h35
O entrevistado desta semana é
o médico, escritor e professor universitário Nestor Ângelo D'Andrea Mendes, que
tem 59 anos de idade, uma longa ficha de trabalho e ocupa a cadeira nº 22 na
Academia Rondoniense de Letras, Ciências e Artes – ARL cujo patrono é Carl
Lovelace.
1.ARL – Em que estado da
federação você nasceu e em que Universidade se formou? Quando chegou a
Rondônia?
NA - Nasci no estado de São Paulo; formei-me na
faculdade de medicina de Campos-RJ; cheguei em Rondônia em 1993.
2. ARL – Qual a sua
especialidade e em quais hospitais de Rondônia você já trabalhou?
NA - Minhas especialidades
são: clínica médica, medicina de urgência, medicina intensiva e medicina do
trabalho; trabalhei no Hospital de Base, Hospital João Paulo II, Hospital da Ameron,
IME e Hospital Central
3. ARL – Como é trabalhar
no SAMU, com a morte diariamente lhe acompanhando?
NA - Trabalhar no SAMU é gratificante, pois na maioria
das vezes, salvamos vidas ou aliviamos sofrimentos, no entanto, lidamos com a
morte já estabelecida ou a curto prazo, isso é desgastante, do ponto de vista
mental e espiritual.
4. ARL – É complicado
trabalhar com dependentes químicos? O que é CREPAD?
NA - Trabalhar com
dependentes químicos é um desafio constante, porém nos edifica, quando
conseguimos salvá-los dos agravos ou da morte. CREPAD significa: Centro de Referência
em Prevenção e Atenção a Dependência Química.
5. ARL – Quais livros você
já publicou?
NA - Pequenas Crônicas Sadi-cômicas
de um Pronto Socorro; Anjos azuis -SAMU 10 anos e Poemas mórbidos.
6. ARL – O que representa a
ARL na sua vida?
NA - Representa uma nova
era em minha vida social, intelectual e moral, pois a responsabilidade aumenta
quando nos tornamos confrades e trabalhamos em prol do bem estar da comunidade.
7. ARL – Aqui em Rondônia e
em várias partes do Brasil é comum você encontrar médicos que se dedicam a
literatura, na sua opinião por que isso acontece?
NA - Creio que o médico,
devido as suas experiências na clínica, sinta uma necessidade infreável de
expor seus sentimentos por meio da arte de escrever. “A literatura é uma defesa
contra as ofensas da vida”. Enquanto arte, a literatura complementa a Medicina,
que também é uma arte e ambas ajudam a sociedade diante das asperezas da vida.
O poeta Ferreira Gullar diz que “a arte existe porque a vida não basta”.
8. ARL − É possível usar a
poesia e a prosa como terapia?
NA - Com certeza, assim
como a música, as cores e o som são terapêuticos, a poesia e a prosa acalmam a
alma e atenuam a melancolia e a ansiedade, aumentando as chances de recuperação
neurobiológica e espiritual.
9. ARL – Dr. Viriato Moura,
também médico e escritor, defende a ideia de que na cabeceira de todo leito de
hospital deveria ter um livro, pré-indicado por um especialista, que pudesse ajudar
o paciente na sua recuperação. O que você acha da ideia?
NA - Acredito nesta tese do Dr. Viriato, porque, no
caso dos dependentes de substâncias químicas, se eles se interessassem pelas
informações sobre sua doença, o êxito na recuperação seria melhor e mais
rápido; livros edificam o ser humano.
10. ARL – Quais livros você
indicaria na recuperação de pacientes com problemas de dependência em álcool e
drogas?
NA - Livros específicos sobre dependência química: Dr.
Ronaldo Laranjeiras; Alessandra Diehl; Ineliana Buzi; mas são autores complexos
para leigos. Estou elaborando um livro que por meio de uma dinâmica mnemônica,
retrata objetivos e metas utilizados na prevenção de recaídas. Uma coletânea de
filmes e aulas sobre dependência química também colaboram para o conhecimento e
tratamento da doença.
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